terça-feira, setembro 06, 2011

Uma crônica de Mario Quintana - E um papo sobre o Professor João Alfredo - Certeza

Certa vez um professor mandou eu ler. Lembro seu nome, Professor João Alfredo. Foi na Escola Municipal XXV de Janeiro. Ele leu um de meus poemas adolescente e hoje sei que não gostou. Era muito engraçado. De fato, vejo hoje, como uma figura meio excentrica, caricato mesmo.
Lembro que uns idiotas uma vez quase mataram ele na estação de Suzano, acho, mas lembro que era perto das provas e ele só faltou matar nós, pois decontou na gente o humor, que desta vez tinha razão de estar amargo.
Não consigo uma foto dele no perfil de ninguém, acho que não foi nem a formatura dele... Mas é um dos Professores de Gramática mais extraordinários.
Quando lhe mostrei um poema que escrevi, ele quase rasgou, senti o chão abri debaixo de meus pés. Sai de perto dele com uma lista gigante de escritores  e livros para eu ler.
Odiei a idéia, embora gostasse muito de ler, mas bati a lista dele e li muitos outros. Não sei se por causa desta lista ou apesar dela, hoje escrevo muito bem... Até hoje acho que ele deve ter olhado com olhos de um crítico literário os primeiros rascunhos de uma garota semi-analfabeta.

Já fazia da Biblioteca Infanto-Juvenil Cora Coralina a minha casa, mas daí para frente praticamente mudei pra lá. Claro que eu preferiria ler Stanislau Ponte Preta, mas não fazia parte de minha lista de Leitura. Li de Mário Quintana a Gonçalves Dias, de Mario de Andrade a Carlos Drummond de Andrade e me sentia  viva e ou tras vezes morta, ao passear pelas páginas amareladas dos livro ali expostos. Seu Luiz, Elias e outros funcionários fizeram-me companhia, separando os livros que chegavam para eu ler.
(Elisabeth Lorena Alves)
CertezaCronica

Não quero alguém que morra de amor por mim…
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…E que esse momento será inesquecível… Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto. Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento…e não brinque com ele. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo. Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz. Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz. Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM. Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento. Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim… e que valeu a pena!!”

Mário Quintana foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.

Um pouco de Mário Quintana .
Obra

Bibliografia:

- Em português:

- A Rua dos Cata-ventos (1940)
- Canções (1946)
- Sapato Florido (1948)
- O Batalhão de Letras (1948)
- O Aprendiz de Feiticeiro (1950)
- Espelho Mágico (1951)
- Inéditos e Esparsos (1953)
- Poesias (1962)
- Antologia Poética (1966)
- Pé de Pilão (1968) - literatura infanto-juvenil
- Caderno H (1973)
- Apontamentos de História Sobrenatural (1976)
- Quintanares (1976) - edição especial para a MPM Propaganda.
- A Vaca e o Hipogrifo (1977)
- Prosa e Verso (1978)
- Na Volta da Esquina (1979)
- Esconderijos do Tempo (1980)
- Nova Antologia Poética (1981)
- Mario Quintana (1982)
- Lili Inventa o Mundo (1983)
- Os melhores poemas de Mario Quintana (1983)
- Nariz de Vidro (1984)
- O Sapato Amarelo (1984) - literatura infanto-juvenil
- Primavera cruza o rio (1985)
- Oitenta anos de poesia (1986)
- Baú de espantos ((1986)
- Da Preguiça como Método de Trabalho (1987)
- Preparativos de Viagem (1987)
- Porta Giratória (1988)
- A Cor do Invisível (1989)
- Antologia poética de Mario Quintana (1989)
- Velório sem Defunto (1990)
- A Rua dos Cata-ventos (1992) -
reedição para os 50 anos da 1a. publicação.
- Sapato Furado (1994)

- Mario Quintana - Poesia completa (2005)
- Quintana de bolso (2006)

No exterior:

- Em espanhol:
- Objetos Perdidos y Otros Poemas (1979) - Buenos Aires - Argentina.
- Mario Quintana. Poemas (1984) - Lima, Peru.

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