quarta-feira, setembro 14, 2011

I Feel good - Semana da Educação à Pessoa Especial

I Feel good

Ao assitir hoje um vídeo sobre Pessoas Especiais, acendeu-se uma luz em mim. A luz da lembrança, que insiste em iluminar cada gaveta de nosso recordar...
Lembrei do Diego, um doce Diego em minha vida.

Lembro que ele não obedecia ninguém. Eu era secretária do Instituto CIJ e ele era aluno lá.
Todo dia tinha uma professora diferente, ninguém conseguia alcançar ele.
Um dia a Mariana faltou, no fim ela ficou com ele e ele nada fazia para participar.
Ele saiu da sala e a outra professora deixou ele na secretaria.Eu tava trabalhando no site do Instituto e sei lá porque cargas dágua estava ouvindo um dos temas de Bom dia Vietnã, James Bronw.
Olhei pra ele e disse sente-se Diego. E ele sentou.
No prieiro momento, nem me toquei que ele obedeceu. As pessoas não entendiam que ele não desobedecia, ele apenas não interagia. Eu achava engraçado que elas tinha ido a Escolas, formado em Áreas específicas, mas não entendiam o óbvio:Falta de Interação.

Percebi logo que era falta de interação, não me pergunte como conteceu.
Neste dia, depois que ele sentou, deu uns 5 minutos é que me toquei que ele estava quieto, com um livro colorido na mão.
Até acabar a música. Eu já entendia sua linguagem e ele se pos de pé, mas a música repetiu - sempre deixo repetição ligada – ele ouviu a música até cansar de ler o livro. Levantou, colocou no lugar que achou o primeiro e sentou-se com um segundo e ficou das 3 da tarde até as 6, quando a mãe veio buscar, na minha sala.


Ele nem se moveu para sair da secretaria. Eu desliguei o som e disse, amanhã você ouve de novo. Ele disse algo como shukolf, que era sua anuência. Levantou, foi até mim, beijou-me e saiu, na presença de uma mãe estupefata e de uma professora de boca aberta. Durante 9 meses isto aconteceu. Só que agora ele nem ia pra sala dele, chegava, sentava no sofá da secretaria e ouvia o James Bronw. No dia que mostrei para ele o filme Bom dia Vietnã, ele ficou tão feliz, tão feliz que beijou o Professor de Espanhol, do Pré Vestibular – mostrei com cortes, para ele não se assustar com as bombas.
Todos se habituaram a encontra-lo ali sentado, copiando as lições que passei a dar e ele olhava para a lousa com cuidado e desenhava as letras iguaizinhas as minhas. Se ficassem diferente ele apagava. Um dia ele chegou tarde e eu estava ouvindo Sylvia Copova tocando Franz Schubert – o mesmo que estou ouvindo agora – e ele me abraçou e não soltou logo. O abraço dele era com garras, mas apesar disto, era um abraço gostoso, cheio de vida, meu coração se derretia com ele por perto. E diante iniciamos novas experiências, descobri que ele amava o Rei Leão, curtia música classica e

não gostava de bombas. Nem em filme, nem na vida real.

No dia que sai do CIJ, ele não estava, não lhe disse adeus... Ainda o ouço imitando Louis Armstrong, Nat King Cole e Bob James Bronw.

De todas as tristezes de ter deixado aquele Instituto, a maior é esta, não ter dado adeus ao

Diego.

http://www.youtube.com/watch?v=U5TqIdff_DQ&feature=related

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