segunda-feira, setembro 12, 2011

Falando de Saudades...

Hoje minha amiga Jane publicou sobre Velhice no Facebook
Eu vou focar na bendita maçã... E a história de uma velha...
Sempre me perguntava para que a professora queria tanta maçã!
Um dia quis levar um abacate.
Não deixaram.

Uma pena, pois abacate é meu fruto predileto. Amo abacate.
A Nil (a San, minha irmã) adora colocar no cabelo, com mel e aveia, se acha que eu coloco?
Agora, falando de alimentação, de fato as pessoas não se preocupam com a alimentação, quando digo que vou parar de fazer algo para preparar o almoço as pessoas riem e dizem ,poxa! Preparar almoço?
Até parece que quem mora sozinho se preocupa com a alimentação.
Me preocupo e não mais, pq vc conhece meus outros motivos.
Gosto da minha soja até pura, amo meus grãos e se pudesse viveria no campo, para ter acesso a frutas e verduras sem agrotoxicos. Nossa, amo hortaliças em geral, bem fresquinhas, estalando, ai meu Deus.
Tive uma infância bastante difícil, mas por outro lado agradeço a Deus, por não poder experimentar aqueles Taí e Coca-Cola que vendia na Cantina da Escola e, te digo, como pareciam apetitosos aqueles lanches cheio de gordura! Lembro que as poucas vezes que fui a Cantina, a mulher da cantina, me atendia dizendo: “Pipoca?” Era a única coisa que meus trinta centavos comprava...
Não tinha uma lancheira, o que tin há era uma garrafinha de lancheira, onde levava sopa, chá ou leite para a Escola.
Não passava necessidade na infância, mas as outras crianas me chamavam de “aquela pobre menina filha de mãe velha”. O que me magoava, não era ser pobre, caramba eles também eram e euu achava eles mais pobres que eu. Não era o fato de eles chamarem minha mãe adotiva de velha. O que me magoava era o modo como falavam!

Dizem que crianças não são más, mas te digo, como de fato são algumas... Terríveis mesmo, beiram a maldade insana.
Para me vingar deles, eu contava em casa que elas voavam pela sala de aula e que pareciam bos, eu vivia de zombar deles entre as árvores do sítio ond emorava, com minha mãe que tinha 80 anos.

Sua cabeça era branquinha, mas ela cuidava sozinha de uma casa de 3 quartos, 2 salas, cozinha, copa, dispensa e área de visita. Chão vermelho e encerrado, com cera em pasta. Fazer café da manhã, almoço, lanche da tarde e lanche da noite. Cuidar dos netos que viviam baixando lá, das visitas que pareciam brotar do chão, pegar o alimento na horta, no galinheiro, lavar roupa na mão, costurar para fora, e, no final do dia, ela ainda arrumava tempo para fazer carinho na gente, antes da Conversa de Adulto, que tinha com meu Papai Manoel na sala, enquanto bordava uns paninhos de prato.

A noite, lembro que ela me mandava para cama, antes deste tal papo de adulto, com carinho, penteava meu cabelo e fazia duas tranças, que eu amava sentir balançar enquanto pulava na cama – caladinha para ela não me ver bagunçar. Até hoje me pergunto para que tinha aquele trabalho todo para trançar meu cabelo, que de manhã estava mais alto que a juba de um leão.
Aquela velha, pode não ser a velha que muita gente quer ser, mas foi uma velha diferente das de hoje...
Era minha velha mãe. Que partiu muito cedo e nunca me disse: Eu te amo.
Eu também nunca disse a ela o quanto era bom seu carinho, não sabia que aquele calor que sentia, se dava o nome de amor.

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