terça-feira, maio 31, 2011

Doce Vingança

sábado, maio 28, 2011

— Ser negro é ruim, perguntou o menino loiro. — Não respondeu o negro: Onde começa o preconceito?

.Existem coisas que acontecem na vida e as pessoas não dão o devido valor.

Criança Branca em
oração
Eu, no entanto, sou observadora do que as pessoas falam. Algumas não conseguem entender, por exemplo, como sou capaz de guardar praticamente todo o diálogo do sermão do Pastor na igreja.E sei que não é comum isto, pois até ele consegue se surpreender com o que consigo captar de seu raciocínio quando posto na pa´gina da Igreja. (http://www.sc-sercristao.blogspot.com/)
Só que vou falar não tem nada a ver com religião, seja ela qual for, é sobre humanidade, sobre quem gera os preconceitos.

O fato se deu por volta de 6 anos já, mas me lembro desde os olhares envolvidos, até as palavras infantis. O Brian, meu sobrinho, era um menino de quase 6 anos então E o caso se deu com ele.
Ele era proibido de ir para a rua, dado a idade e tamanho, e para ficar alguns minutos na pracinha adulava de todas as formas as 3 tias, a Creuza, que Deus já levou, a San (Nil) e eu. Fazia de tudo. Era capaz de nos comprar com chocolates - que ele fazia uma  tia comprar para a outra.

Neste dia vítima escolhida fui eu. Cheguei na casa da Nâno, com um livro debaixo do braço e ele ficou olhando interessado. Perguntas peculiares da idade, mas o interesse era saber se eu já lera. Disse que não, pois vinha de longe, mas neste dia a dor de cabeça - falta de meu café - não deixara abrir o livro. Ele correu conseguir café pra mim e de 5 em 5 minutos voltava perguntando se tinha melhorado.


Na terceira vez vi qual era seu interesse - rua. Dei mais um tempo na conversa e me ofereci logo. Afinal, pobrezinho, tão preocupado, não é?

E lá  esqueci da cabeça, do menino e da vida, me apeguei ao livro como um náufrago à uma madeira e fiquei a ler, deitada na pracinha Gonçalo Ravasco, em frente a nossa casa.

Algum tempo depois chegou uma senhora muito branca e sentou-se por perto. Mantinha a bolsa agarrada ao corpo e o olhar fixo no Brian.
 Sabe instinto? Pois é, acho que foi isto. Tirei os olhos do livro e olhei aquilo. A mulher olhava atenta para o filho, um garoto bem loirinho, que corria pela praça, na verdade, no miolo da praça. O garoto se interessou pelo Brian que nesta época ainda tinha paciência com o resto do mundo.

Logo aquelas duas cabecinhas cheias de ideias estavam a cavoucar o chão. Acho que pretendiam chegar ao Japão ou coisa assim.

A mulher permanecia tensa, agarrada a bolsa como um Judas Iscariotes agarrava a "mucuta' que o Senhor recebia de oferta ou sei lá como. Os olhos temerosos não desgrudava do filho e eu percebia que ela nada dizia pois volta e meia o Brian erguia os olhos e me perguntava: a senhora está melhor?

Olhando para mim, que estava então com os cabelos lisos e curtos, quase Chanel - imagine aí a cara de lua cheia - de pele clara perto de meu sobrinho, meus cabelos extremamente loiros - muita tinta, ela, por certo,  imaginava que eu fosse a mãe ou algo assim.

Terminaria por aí, se não acontecesse algo.

Na conversa dos meninos, o loirinho, mais novo, porém tão esperto quanto meu sobrinho, perguntou pra ele:

— VOCÊ É NEGRO?
— Sim, respondeu.
— E não se importa de ser negro?
— Não - respondeu de novo, agora sorrindo.
— Na sua casa todo mundo é negro? - perguntou o outro.
— Meu pai, meu irmão e eu. Minha mãe não é. Ela usa Henê - (Pelúcia, médio, como eu hoje, para baixar a juba).

Enquanto isto, a mulher nem aí. Com cara de medo estava, com cara de medo continuou.

E os meninos:
O loirinho de novo.
— E ser negro é ruim.
— Não. É legal, respondeu. - Virou-se perguntou sobre minha cabeça e continuou a fuçar o buraco com a varetinha.
— E você gosta de ser negro?
E meu sobrinho, sorrindo perguntou, em resposta:
— E você gosta de ser loiro?
O menino riu e respondeu:
— Sim, todo mundo é loiro.
Meu sobrinho, que ainda não tinha grande percepção de Universo respondeu de volta:

( O Brian - na verdade Braiann em questão - e a prima.
— Não Juninho, todo mundo não. Só você e minha avó.
O menino retrucou:
— Minha mãe também.
E me sobrinho:
— Sim, igual minha tia. Viu? - E me apontou, explicando. - Ela pinta o cabelo. E continuou:  -Loiro de verdade, Juninho, tem olho azul.

A mulher ia falar alguma coisa, mas meu olhar, que sorria para conversa, fechou-se irado em sua direção.

E meu sobrinho, continuou. 
— As pessoas Juninho, são igual caixa de leite. Não importa o que você vê fora. Só interessa é que e é leite.
O menino, sorriu e disse: 
— Que legal.
Pensou um instante e perguntou de novo.
— E todo leite é leite, "né"? 
— Sim, não interessa a marca. ( Aqui na verdade ele citou duas marcas, mas não vou receber desconto, não vou dizer quais).

E a mulher, que não aguentou mesmo ficar calada, levantando, retrucou meu sobrinho:

— Sim tudo é leite, mas tem uns que são de marca melhor.
E meu sobrinho - sorrindo.
— E sim, senhora dona Branca, mas os leites de marca (citou 2) também "estraga".
Ergueu-se, me deu a mão e disse:
— Vamos tia, mamãe vai fazer outro café para você.


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Beleza Negra
Você pode perguntar como foi que deixei este diálogo acontecer. No entanto, quando minha irmã resolveu ter filhos, muitas pessoas disseram que eles sofreriam preconceito já que ela em vez de clarear a família, estava escurecendo casando com uma pessoa "de cor". Ela disse que não permitiria que eles fossem discriminados, mas que isto se daria com inteligência.



E sempre ensinou a eles - são 2 - que se deve respeitar as pessoas pelo que elas representam. E não pelo que elas possuem. Ela diz para els que as pessoas são apenas casca, que o que vale é o que está dentro, que quando pensamos em alguém especial, dificilmente falamos das características físicas, falamos dos sentimentos, das qualidades que estas pessoas possuem.



Não digo que eles não tenham sofrido discriminação, mas em nosso meio - somos pobres - é menor. No entanto, quando acontece, ela deixa a coisa rolar, pois por serem bem embasados os meninos sempre tiveram boas respostas a dar.



O leite mesmo, que estraga, foi ele que teve a ideia ali, quando tentou explicar sobre como as pessoas são iguais, em essência.



E pode crer, enquanto saíamos da praça e seguíamos para nosso lar, de portão velho de madeira, a casa mais pobre da vila, ele seguia rindo de outra coisa. Esquecido do acontecido, pois teve resposta para dar. Mas a mulher ficou lá com a mão estendida para um filho, mas com o olhar fixo no menino de 5 anos que lhe dera a maior resposta que por certo ela recebeu na vida.







Eu tomei meu café delicioso, nem contei o caso em casa. Anos depois sim, mas não naquele dia.



E ela, por certo, ficou ouvindo ricochetear na memória:







— E sim, senhora dona Branca, mas os leites de marca também "estraga".

Por, Elisabeth Lorena Alves






quarta-feira, maio 18, 2011

Kit Gay, Satanismo, Evolucionismo, Caos na Educação – o que mais nós cristãos temos que aguentar?

  Ser imitador de Cristo é amar o próximo como a si mesmo, mas como isto às vezes é difícil. Principalmente quando o próximo quer ser superior a você por sua opção sexual.

Sou contra a superiorização do ser humano por sua opção sexual, seja hetero ou homossexual, por isto esotu do lado de pessoas como o Pastor Silas Malafaia.

Com tudo isto, qual é a nova agora deste seguimento?

Kit Gay - Depois dizem que querem ser apenas respeitado.

Problemas Educacionais ou discurso em favor da própria causa?

Toda vez que a Sociedade cobra dos governantes para fazer algo pela Educação, é defrontada com a verdade deles, que o problema é da própria sociedade, que não aceita que  haja as mudanças necessárias.

Em São Paulo, por exemplo, quando veio esta progressão continuada, que proibia o professor de repetir o aluno que não tinha o aproveitamento necessário, muitos pais foram contra.Em uma reunião de Pais e Mestres ouvia Coordenadora Pedagógica afirmar que já não podiam mais fazer nada, porque a grande parte dos pais não aceitariam o que ela mesma considerava como regressão no processo Educacional Brasileiros.Que muitos paios poderiam se tornar até violentos, caso isto acontecesse e quem sofreria as consequências eram os professores e o pessoal da Escola, que estão na linha de frenjte?

Então tá, formar uma juventude burra, sem conhecimento histórico básico e com difiiculdade extrema de Leitura é  Modernidade, é melhoria na Educação?

E o que é pior, colocar a própria Sociedade como culpada de algo que  o próprio Governo aceitou, apoiou e colocou em prática?

Somos responsáveis sim, afinal esta corja que está aí foi colocada pelo nosso voto.

 

Meu ponto de vista

No meu blog, certa vez publiquei algo sobre o Homossexualismo e até citei que tenho amigos que fizeram esta opção. Mas para ser sincera,em alguns casos, julgo mais esta opção como um trauma, em decorrência dos acidentes sexuai graves e criminosos que estas pessoas sofreram na infância.

Convivo desde muito cedo com uma  costureira que há 20 anos optou por viver com outra mulher. Ela, como todos os casais heterossexual que conheço, não expôem sua sexualidade ao público.

As pessoas, no geral, precisam mais é aprender a viver uma vida comum, saber se portar em púiblico,mas com a banalização da sexualidade, promovida por alguns públicos, acabamos por ver que as pessoas estãoé regridindo. As pessoas jogam pedras quando avistam os cachorros se acasalando em público, como se estes fossem racionais, mas estão achando normal o sexo aparecer na Televisão abertas as 10 horas da manhã. Acham hoje normal as pessoas se agarrarem em público e fazerem sexo nas avenidas.

São contra estas  aberrações que me levanto.

Claro que como cristã, seguidora da Bíblia, considero o Homossexualismo um pecado.E isto não faz de mim uma homofóbica.

Homofobia vai muito mais além do que estas pessoas estão a discurssar pelos corredores do Poder e pelas escolas da vida.

Homofobia seria o ódio extremo ao homossexual, que pode até ocasionar a morte. E nós evangélicos não andamos por aí a matar ninguém. Até pórque matar também é pecado, além de crime.

Queremos apenas ter nosso direito de expressão religiosa assegurado e com esta nova formação, esta criação de uma espécie acima de todos, nossos direitos estão sendo cerceados ou,pior, anulados de vez.

Para os evangélicos é pecado roubar,; mas as igrejas vão aos presídios pregar o Evangelho.

A Prostituição é pecado, também para os evangélicos, mas nós aceitamos em nosso meio mulheres e homens que se converteram e mudaram sua conduta à partir do conhecimento da verdade . Isto porque as evangelizamos.

Não obrigamos pessoa alguma aceitar a Jesus e mudar suas atitudes à força. Pelo contrário, ensinamos que o Evangelho liberta, e estas pessoas  acreditam e suas vidas mudam de fato.

 

Paganismo e Educação Religiosa

As Escolas ainda não sabem falar sobre Educação Religiosa sem divulgar esta ou aquela religião.

Ontém mesmo, numa Escola aqui do bairro, EE Professor Luiz Rosanova, o professor de História, de forma gratuita, virou-se para a classe ,, 7ª série, alunos bem jovens e do nada sai com esta;”Sou satanista e não creio  em Jesus”. Os alunos ficaram ali olhando pra ele e ele passou os próximos 40 minutos a falar contra Deus e a Criação. 

Passou da hora das pessoas acordarem e se juntarem em favor do padrão de família comum. Quer ser diferente que seja, mas não queira ser melhor e nem superior a ninguém.

Estão mesmo a fim de ser melhores que os demais.

Fora a baixaria!

terça-feira, maio 17, 2011

Uma História de Amor – Meu Partilhar

 

           imagesCA313O8P  A História que quero contar hoje, faz parte de minhas lembranças.E sei que

me acompanhará pra sempre. É uma história de amor, real, mas que para evitar

expor a vida destas pessoas, usarei nomes fictícíos.

         Esta história inicou-se quando eu ainda trabalhava, como voluntária, na Associiação

de Moradores de Guaianases – na gestão da Dona Deja. Conhecemos este homem,

personagem desta história, quando fazíamos triagem pra destribuir alimentos que

adquiríamos nas feiras locais e no Mercado Municpal Leonor de Barros, com os feirantes daqui.

Nesta época a Entidade pleiteava uma vaga junto ao CEAGESP  e isto era bastante difícil.

         Não sei qual voluntário, ou foi mesmo o coração de Dona Deja, que nos levou até esta

pessoa maravilhosa. Sei apenas que começamos a levar as pequenas cestas de legumes e

frutas para esta família.

           Fui uma das últimas a conhece-lo, mas por certo não fiquei menos tocado do

que os outros com a situação que se nos apresentou.

           Lorenzo era soro positivo, tinha 3 filhos, não infectados. E quem infectou foi a sua esposa.

Ela antes o deixara com 2 filhos e sumira no mundo.Lorenzo então era saudável e podia

trabalhar, memso sendo difícil cuidar de dois pequenos bebes ainda.

         Ano e meio depois de abandonar a família, ela voltou e se disse arrependida. lorenzo

aceitou-a de volta e voltaram a relação anterior. Meses depois, ela adoeceu e foi levada ao

Hospital, onde foi diagnosticada com o vírus HIV, e o médico informou a ambos da gravidez.

Foram tomadas as providencias necessárias para que a gravidez corresse sem risco para

a criança, mas os exames no pai detectaram o vírus.

       A criança nasceu.Linda, uma menina.  A mulher desapareceu de vez. Ainda distribuindo saúde.

Lorenzo, desde o diagnóstico inicial, passou a sofrer muito com a doença, tinha reação

adversa aos coquetéis e muitas vezes o encontrei muito fraco, mas jamais abandonava

seus queridos filhos.

       Na época eu estudava para Conselheira Tutelar, e ele temia que por algum motivo perdesse

suas jóias preciosas. viva a me dizer que elas comiam na hora certa, que estavam limpas e confortável.

E para ser sincera, nunca vi crianças tão bem cuidadas como aquelas.

         O mais velho era um menino, de quase 6 anos, já estudava e ficava com medo de

perder o pai. Eu percebia claramente, que apesar de tão novo,ele tinha consciência da morte

e de que ela rondava aquela casa.

        Por muitos anos fui até aquela casa. Não conseguia deixar de atender aquela família.

Que apesar da dor, sabia receber a gente com carinho. Sempre que conseguia, Lorenzo nos preparava um café,

que ele já não tomava mais, por causa dos remédios.

         Um situação particular, me impediu de continuar atendendo aquela família. Mas

sempre que tinha notícia, era de que ele, memso fraco, estava confiante, cuidando de

seu porta jóia, porque para ele era o que representava sua família.

        não conseguia entender porque uma pessoa podia amar tanto alguém e jamais

abrir mão destas pessoas, mesmo que a dor os impedisse. Nunca vi um momento de

descuido, nada, aquele pai estava sempre a sorrir, mesmo quando a dor atravessava seu semblante,

ele não permitia que seus filhos visse mais.

          Existia uma pergunat no ar, mas que não teríamos nunca coragem de faze-la:

aquela última criança era de fato filha dele? Afinal, pelo tempo que aquela mulher passou

com ele, isto seria quase impossível. Mas se ele sabia, ou desconfiava, uma coisa era

certa, ele amava seus três filhos com imensidão.

          Lorenzo, não media esforço para atende-los. Vivia por eles.

         Era o que eu acho que deveria ser as mães e pais do mundo, um exemplo.

Se todas as pessoas tivessem a experiência que tive em ver este pai,

sei que teríamos um mundo melhor.

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Não sei amigos, o que houve com Lorenzo e sua família, mas para ser sincera, meu

coração macghuca quando me lembro desta história. Até porque sei que a maioria

dos Conselheiros Tutelares e Assitentes Sociais que conheço, não pensariam

duas vezes antes de retirar aquelas do núcleo familiar que se apresentava ali.

São técnicos demais para entender o amor. Isto porque em sua maioria o tiveram,

não sabem o que é precisar de um abraço e não encontrar quem o dê.

(Aqui entre nós, espero poder um dia ir atrás deta história e descobri que ela

não terminou)

Quem sabe em julho…

Elisabeth Lorena Alves

segunda-feira, maio 16, 2011

Enfermeira Antônia - Ortopedia Hosp. Dr. Carmino caricchio - O dia em que quase morri

Eu e a Jane - enfermira
de Manaus
Em setembro de 2007, sofri um acidente.Estava fora de minha jurisdição, como diriam alguns.Na verdade estava no Carrão, em São Paulo mesmo, quando um tombo imbecil, com uma criança no colo, me fez ficar longos meses incapacitada.

O Acidente

Estava com a Vitória no colo, ela acabara de fazer um ano e, quando eu me preparava para voltar para Santo Amaro, que era onde  morava na época, ela começou a chorar. Eu peguei ela no colo eresolvi esperar mais um pouco, enquato a mãe dela terinava de limpar a casa.



Decidi leva-la até a janela da lavanderia, para mostrar onde a mãe estava, quando cai com ela no colo. Minha reação imediata foi protege-la e minha decisão ocasionou todo o resto.


Um único degrau e uma parede nos separava do chão,mas caímos ambas.Graças a Deus ela não sofreu nada.


A Internação


Eu, no entanto, machuquei o rosto,braço esquerdo e fraturei a perna esquerda. Meu pé ficou torcido, a dor era horrorosa. Horas depois fui levada ao Hospital Municipal Dr. Carminno Carichio, onde permaneci pr quase dois meses. Forarm longos dias, sem visita, sem amigos, sem ninguém para dar uma palavra de apoio - na verdade recebi 2 visitas.


O Enfermeiros

Durante estes dias, meus companheiros foram os enfermeiros. Vários deles. Tinha um chefe de Enfermagem, o Michael muito legal e o Adilson, que me levava parao banho. A Sol (lange) que fez de minhas mão um dia um mapa da mina, procurando uma veia - estava estressada a pobrezinha. E várias outras. Elas esavam sempre dando um oi, falando algo.

Antônia - a Enfermeira

Tinha uma em especial, que na hora do lanche dela ou quando a correria terminava, vinha para o meu quarto e ficava conversando comigo. Não era única, mas ela sempre vinha. Meu quarto ficava em frente a Sala de Enfermagem. Ficávamos conversando, lembro que sempre me dava atenção, em qualquer assunto. Se bem que meus assuntos não variam muito, são sempre, Jesus, Leitura e crochê.

 Hospital .Municipal - Regional Norte
Dr. Carmino Caricchio
Eramos duas pacientes quase permanentes, a Camilla, uma garota alegre e eu. Ela estava no quarto quando subi da Enfermaria. Suas visitas eram minhas também. Sua mãe era muito divertida e seus amigos idem.

Voltemos a Antônia

Por muitos dias ela ía ao meu quarto e sempre se sentava na cama ao lado. Engraçado que aquela cama permanecia quase sempre vazia. Ninguém gostava dela. Um dia, no plantão da Antonia, a equipe de enfermagem resolveu sibstituir a cama alegando que precisavam de mais leito e dali em diante sempre tinha algum paciente ali.

Novo Acidente

Dias depois de minha cirurgia, eu ainda sentia muitas dores na região operada, uma mulher deu entrada no Hospital, depois de uma briga no bar, faturou o braço direito e depois de operada veio ficar naquele leito ao lado do meu. Ela vivia atrás de cigarro pelos corredores, fumava no banheiro ou no corredor, para meu desespero.


Certo é que um dia, depois de comer quase toda a comida do pacientes do quarto e toda a sobremesa, ela adormeceu.  A verdade ela era uma diversão a parte, naquele universo branco. Fomos medicadas na mesma hora. Eu até estranhei que o sono dela se estendeu bem. Mas eu també fiquei com sono. Quando a Antonia entrou, quase voltou da porta, mas eu disse que entrasse. Ainda falei que não queria dormir. Ela ficou ao lado direito da cama, então eu pedi, senta aí na beira da cama da Simone. E ela, como sempre, disse que não podia, mas sentou-se num banquinho alto, que um dos acomapnhantes deixara ali e fora parar ao lado da cama da Simone.


Começamos conversar, quando ela saiu do quarto, quase correndo, mas de forma que não nos assustassemos. Quando voltou, trouxe com ela as tarrachas das borboletas que encaminhavam o soro. Fez um sinal disfarçado para outra efermeira, mas eu sou bem esperta e notei logo. Também olhei. Primeiro para a Simone e vi o sangue dela escorrendo peo lençol branco e logo para mim.


Foi solicitado pela própria equipe de enfermagem atenção ao meu caso, pois fora quem mais perdera sangue. Quase um litro. A Simone perdeu menos. Sei la por qual motivo.


A minha sonolência era do fato de eu estar perdendo sangue, pelo escape da mangueira de soro. Foi uma experiência única. Nunca vou esquecer aquele chão cheio de sangue, meu sangue, lençol e até a grade da cama coberto de sangue,vermlho,intenso. Foi aterrador.


Porque eu percebi que poderia ter morrido ali e sem saber de nada. Gente o sangue saia e eu não via não sentia,. Engraçado que eu sentia que o soro entrar, como não sentia o sangue sair?


Sempre que lembro-me disto agradeço a Deus pelo livramento, mas devo este livramento a uma enfermeira, que dava um momento de seu descanso a dar atenção a uma paciente sem visita. Porque sei lá no íntimo, que ela ía lá apenas porque eu nunca tinha visita.Ela conversava e me dava toda atenção possível. Eu ficava feliz com sua presença, nem ligava quando as visitas dos outros pacientes chegavam.


Como já disse, quase todos os enfemeiros, principalmente  as do dia, me davam imensa atenção, mas a esta devo a vida.

De fato meu bem estar e melhora se dava pela atençaõ dispensada por cada um deles.

Muito obrigada a você Antonia, que nem sei se lerá este meu relato, mas a quem devo muito mais do que penso.

Que Deus te abençoe sempre.

Elisabeth Alves do Nascimento - Prontuário - 605267 - Matrícula - 100910537

sexta-feira, maio 13, 2011

Feira do troca amanhã na Igreja- Planta por Alimento. Participe

 Designer:Edna  Souza
Criação e Arte:  Edna Souza

PS: Ovelhinha nova trabalhando
Que seja já resposta de nossas orações, novos filhos com o DNA do Pai.

quarta-feira, maio 11, 2011

Serviço Social e uma echarpe eterna

Esta conversa toda que nos aconteceu aqui no EPA em torno da minha escrita verídica, porém desnecessária - ou não - fizeram vir a tona algumas histórias que me fizeram feliz e fazem parte de minhas memórias.




Uma delas é um caso que me ocorreu em meus primeiros meses no CIC - centro de Integração da Comunidade - Departamento da Associação de Bairro, que me avaliou.

O fato se dá antes da era Poupatempo aqui de São Paulo, o CIC era um departamento de feitura de documentos, atendíamos a diversas pessoas por dia no escritório e ainda íamos á campo fazer Certidão de Nascimento, RG, CPF, feitura de Declaração de Concubinato, preencher LOAS para as famílias darem entrada em Benefícios do INSS entre outros.

Um dia, na verdade uma tarde, quando o posto de atendimento estava instalado na Sub- Prefeitura de Guaianases - nesta época chamava-se Administração Regional de Guaianases - uma senhora pequenina, de olhos espertos e apertadinhos, entrou em minha sala. Seu olhar triste e perdido de quem já tinha batido em todas as portas, acompanhou o movimento da sala, que estava lotada, para variar.

Três funcionários conversando de um lado, uma senhora a choramingar sua situação desesperada e ela sentou-se perto de minha mesa. Seu semblante misturava crédito e descrédito em tudo, um semblante muito conhecido meu, por isto mesmo totalmente fácil de detectar.

Uma hora depois sentou-se à minha frente. Meus colegas continuavam conversando, a sede me matando, o banheiro me esperando e até mesmo o café esfriando na xícara.

Sua história era como a de muitos outros. Desempregada,
Com 65 anos, netos para criar, casa pegou fogo, marido doente, aposentadoria só dava para os remédios dele, ela catava papelão e latinha para comprar os cadernos dos meninos e um arrozinho para eles comer acompanhado de água, que os vizinhos pagaram com sacrifício para que não fosse cortada.
A Esperança estava embotada, mas sabe Deus como ainda existia. Estava ali, esperando ser limpa com a flanela da Solidariedade.
Conversamos bastante, mesmo com o tal LOAS preenchido, afinal, ela precisava ser ouvida. E ela se foi.

Banheiro, água e café e mais alguns atendimentos.

Cinquenta dias depois estava eu sentada na mesma sala quando entrou uma senhora cheia de energia, ainda pequena, mas os olhos agora felizes a me procurar na mesa onde antes me virá, me encontrou em outra, escondida entre uma Azaleia Rosa e uma Margarida do Campo.
Sentou-se esperou. Pelo seu olhar eu percebia uma certa ansiedade, mas percebi de pronto que seu problema inicial fora resolvido. Não entendia sua presença ali.
Seria uma outra necessidade?
Quase duas horas depois ela sentou-se em minha mesa e tirou de dentro de sua bolsinha de couro surrada pelo tempo, R$ 145,00 - Cento e Quarenta e Cinco Reais - que representavam seu primeiro salariozinho. Era meu presente.
Em lágrimas ela me agradeceu, me abraçou e queria a todo custo que eu aceitasse o seu pobre dinheirinho.

Obviamente, com jeito e atenção, entreguei seu dinheirinho, que era uma fortuna para ela e depois de mais um milhão de "Deus te abençoe", ela saiu de minha sala.

Fiquei olhando a porta por onde minutos atrás ela passara e revia sua primeira visita, seu desespero.
Aquilo valia todo o sacrifício que eu fazia para estar ali. nesta época eu tinha 2 empregos e ainda dava aula a noite, aquelas horas que doava ao CIC eram um sacrifício inumano, mas que eu não   abria mão.

Dias se passaram e ela voltou de novo, trazia em suas mãos marcadas pelo tempo, um bichinho de Pelúcia feito com um pote de lencinhos umedecidos, aqueles médios, azuis, e dentro dele uma echarpe linda, que trago comigo, como uma lembrança doce. Aquele presentinho singelo aceitei e mesmo que uma criança já tenha levado o bichinho, ele ainda existe aqui em minha memória.

E na minha memória ele ressoa como um Deus te abençoe eterno.
E Deus tem me abençoado.

Elisabeth

terça-feira, maio 10, 2011

Gatilho... Eu não tenho mãe.E daí?

Não, eu não tenho mãe,



Não tenho a tal primeira lembrança doce de um perfume feminino,
Não tenho na memória uma marca que o tempo não apaga.
Não sei identificar um sentimento quase divino.
Sentimento divino para mim é o amor de Deus.

Dia das Mães para quê?
Faço parte de um batalhão de pessoas que não compreende
Este amor, famoso, que enfeita até comercial de margarina,
Que estampa revista de Testemunha de Jeová.
E sei lá mais o quê.

Para mim dia das mães é pura perda de tempo.
Comemorar o quê?
Se faço parte daqueles que só não foram abortados porque o inferno é quente,
Ou porque ela tinha medo de morrer no processo,
Se sou uma daquelas que só não foram esquecidas no hospital
Porque a enfermeira levou até a porta,
Que não teve como destino a lixeira porque a língua dos vizinhos é grande.

Sou solidária com aqueles que, irmãos de dor
Constroem com as pedras que lhes atiram um castelo forte, um esconderijo.

Sou solidária com aqueles pobres seres, que como eu não permitiram
Que o frio do quarto de serviços, onde dormiam entre a máquina de lavar
E o carrinho de pedreiro, apagasse a certeza que ainda haverá algo novo a viver.
Que os pratos de comida velha e endurecida não lhes tiraram a certeza de que somos gente.
Não há nada que outro faça que apague o brilho das estrelas que brilham em nós.

Não tenho mãe e daí?
Não estou só no mundo.
Existem outros como eu, que não sabem o que perderam, porque não tiveram.
E o que pregam sobre um ser quase etéreo a nos cobrir de beijo,
É como as lendas de lobisomem, mula sem cabeça e saci pererê.
Os outros dizem que existe, mas eu mesma nunca vi.

Não tenho mãe e daí?

O que me conforta mesmo é que Jesus já tinha dito antes,
Quando sua mãe e pai te desamparar o Senhor te acolherá.
Estou aqui, no meu cantinho, encolhida sobre as Asas do Altíssimo
E não existe outro braço que eu queira para me abraçar.


Elisabeth

IP Casa de Oração - Rua Moreira Neto, 283 - Guaianases - São Paulo

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