quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Mãe, como seria o mundo sem negros? - Considerações de Flavius Versadus

Túmulo de Thomas W. Stewart
  

 Esta é a história de um garoto chamado Theo,
que acordou um dia e perguntou a sua mãe:
"Mãe, o que aconteceria se não existissem pessoas negras no mundo?"
 Sua mãe pensou por um momento e então falou: "Filho, siga-me hoje e vamos ver como seria se não houvesse pessoas negras no mundo". E, então, disse: "Agora vá se vestir e nós começaremos".
Jan E. Matzelinger
Theo correu para seu quarto, para colocar suas roupas e sapatos. Sua mãe deu uma olhada nele e disse: "Theo, onde estão seus sapatos? E suas roupas estão amassadas, filho, preciso passá-las". Mas quando ela procurou pela tábua de passar, ela não estava mais lá. Veja, Sarah Boone, uma mulher negra, inventou a tábua de passar roupa. E Jan E. Matzelinger, um homem negro, inventou a máquina de colocar solas nos sapatos.
"Então... - ela falou - Por favor, arrume seu cabelo." Theo decidiu apenas escovar seu cabelo, mas a escova havia desaparecido. Veja, Lydia O. Newman, uma mulher negra, inventou a escova. Ora, essa foi uma visão... nada de sapatos, roupas amassadas, cabelos desarrumados. Mesmo o cabelo da mãe, sem as invenções para cuidar do cabelo feitas por Madame C. J. Walker..., bem, vocês podem vislumbrar.
A mãe disse a Theo: "Vamos fazer nossos trabalhos domésticos e, então, iremos ao mercado". A tarefa de Theo era varrer o chão. Ele varreu, varreu e varreu. Quando ele procurou pela pá de lixo, ela não estava lá. Lloyde P. Ray, um homem negro, inventou a pá de lixo.
Ele decidiu, então, esfregar o chão, mas o esfregão tinha desaparecido. Thomas W. Stewart, um homem negro, inventou o esfregão.
Theo gritou para sua mãe: "Não estou tendo nenhuma sorte!" Ela responde: "Bem, filho, deixe-me terminar de lavar estas roupas e prepararemos a lista do mercado". Quando a lavagem estava finalizada, ela foi colocar as roupas na secadora, mas ela não estava lá. Acontece que George T. Samon, um homem negro, inventou a secadora de roupas.
A mãe pediu a Theo que pegasse papel e lápis para fazerem a lista do mercado. Theo correu para buscá-los, mas percebeu que a ponta do lápis estava quebrada. Bem... ele estava sem sorte, porque John Love, um homem negro, inventou o apontador de lápis. A mãe procurou por uma caneta, mas ela não estava lá, porque William Purvis, um homem negro, inventou a caneta-tinteiro. Além disso, Lee Burridge inventou a máquina de datilografia e W. A. Lovette, a prensa de impressão avançada.
Theo e sua mãe decidiram, então, ir direto para o mercado. Ao abrir a porta, Theo percebeu que a grama estava muito alta. De fato, a máquina de cortar grama foi inventada por um homem negro, John Burr.
Eles se dirigiram para o carro, mas notaram que ele simplesmente não sairia do lugar! Isso porque Richard Spikes, um homem negro, inventou a mudança automática de marchas e Joseph Gammel inventou o sistema de supercarga para os motores de combustão interna. Eles perceberam que os poucos carros que estavam circulando, batiam uns contra os outros, pois não havia sinais de trânsito. Garret A. Morgan, um homem negro, foi o inventor do semáforo.
Frederick Jones
Estava ficando tarde e eles, então, caminharam para o mercado, pegaram suas compras e voltaram para casa. Quando eles iriam guardar o leite, os ovos e a manteiga, eles notaram que a geladeira havia desaparecido. É que John Standard, um homem negro, inventou a geladeira. Colocaram, assim, as compras sobre o balcão. A essa hora Theo começou a sentir bastante frio. Sua mãe foi ligar o aquecimento. Acontece que Alice Parker, uma mulher negra, inventou a fornalha de aquecimento. Mesmo no verão eles não teriam sorte, pois Frederick Jones, um homem negro, inventou o ar condicionado.
Já era quase a hora em que o pai de Theo costumava chegar em casa. Ele normalmente voltava de ônibus. Não havia, porém, nenhum ônibus, pois seu precursor, o bonde elétrico, foi inventado por outro homem negro, Elbert R. Robinson. Ele usualmente pegava o elevador para descer de seu escritório, no vigésimo andar do prédio, mas não havia nenhum elevador, porque um homem negro, Alexander Miles, foi o inventor do elevador. Ele costumava deixar a correspondência do escritório em uma caixa de correio próxima ao seu trabalho, mas ela não estava mais lá, uma vez que foi Philip Downing, um homem negro, o inventor da caixa de correio para a colocação de cartas e William Berry inventou a máquina de carimbo e de cancelamento postal.
Theo e sua mãe sentaram-se na mesa da cozinha com as mãos na cabeça. Quando o pai chegou, perguntou-lhes: "Por que vocês estão sentados no escuro?". A razão disso? Pois Lewis Howard Latimer, um homem negro, inventou o filamento de dentro da lâmpada elétrica.
Theo havia aprendido rapidamente como seria o mundo se não existissem as pessoas negras. Isso para não mencionar o caso de que pudesse ficar doente e necessitar de sangue. Charles Drew, um cientista negro, encontrou uma forma para preservar e estocar o sangue, o que o levou a implantar o primeiro banco de sangue do mundo.
E se um membro da família precisasse de uma cirurgia cardíaca? Isso não seria possível sem o Dr. Daniel Hale Williams, um médico negro, que executou a primeira cirurgia aberta de coração.
Então, se você um dia imaginar como Theo, onde estaríamos agora sem os Negros?
Bem, é relativamente fácil de ver.
Nós ainda estaríamos na ESCURIDÃO. 
a.d.
~~~~ 
A emblemática estorinha acima, de fatos reais, é cheia de significados.
Penso que muitos de nós não sabíamos de nada sobre estes aí.
Então por que a mídia e principalmente nossa escola não enfatizam tais feitos?
Seria porque seus protagonistas são negros?
Será que serve-nos - brancos, amarelos, vermelhos, roxos (...), e aos negros -
um tal dia 20 de novembro, então denominado Dia da Consciência Negra,
para que mesmo? Serve mais que oportunidades reais e a busca de
alguma igualdade entre todos os filhos desta terra e filhos de Deus?
Esse não é um feriado que beneficia o comércio, pois não vou dar os
parabéns, nem dar um presente para meu colega ali e
Temos aqui a discriminação racial, total, mascarada, camuflada, e em pleno século 21.
Será que a população que elege esse pessoal, sabe que esse país poderia virar uma
grande nação também para todos os seus habitantes? Ou vamos continuar
na base da conversa, do conto-de-fadas, das homenagens apenas em feriado?!
Precisaria entender o conceito de "grande nação", não é mesmo?!...
É real, e uma lástima, que milhões de brasileiros ainda votem com o estômago.
Porque será que esmolas em geral são tão incentivadas nesse país?
Parece que o que mais interessa é fazer média e alimentar a ignorância.
Fora da demagogia da data,
não seria sensacional um governo entrar para a história
ao dar básicas e essenciais, formação e informação, para toda a população,
e a condição de, por exemplo, deixar a sociedade eleger o mais capaz
quando se trata de contratar para uma única vaga de emprego,
um branco e um negro com aptidões semelhantes?
- E acerca das cotas para estudantes em universidades?
- É justo para com os que se sacrificaram no estudo e, sem cotas?
- Quem aceita a cota não aceita para si a discriminação?
- Como determinar quem é herdeiro da segregação racial?
- Como confirmar isso num país tão mestiço?
Alguém aí, por favor, tem respostas a essas simples questões?
Considerar o outro um ser igual nas suas relações,
independente dessas questões ou de sua origem,
é mostra de qualidade moral: distinto traço de elevação de caráter.
O Brasil é um país que não privilegia a maioria de seus habitantes, indo na
contramão de sua realidade, com sua estima de "complexo de vira-lata".
Uma das incongruências, cômica para não dizer trágica no pendor racista,
é que seu brasileiro mais ilustre, o mais conhecido em qualquer parte do mundo,
ainda após décadas de inatividade, seja exatamente um negro, Pelé.
Então, o Preconceito é algo muitíssimo mais enraizado que quanto se possa supor.
No Brasil não existe apenas preconceito de raça. Dentre outros, estapafúrdio,
proeminente, imbecil e centenário é o preconceito de classes,
que é onde desagua o preconceito de raça.
De acordo com Rosângela Praxedes, Bacharel em Ciências Sociais pela USP
"quando se é mais escuro e mais pobre, sabe-se que a tendência é a de ser mais e mais excluído do modelo sócio-econômico estabelecido. Esta idéia pode parecer simplista, porém, nós negros sabemos exatamente como as diferenças cromáticas da nossa pele influenciam em uma maior ou menor aceitação social. Afinal mudança de classe social é até possível, mas a cor da pele, felizmente não é".
A demarcação de linhas de origem étnica e ou racial no Brasil, tem variado de acordo com as necessidades políticas, sociais e econômicas dos grupos que disputam a hegemonia na sociedade brasileira.
Deixo uma reflexão do professor e conferencista Oracy Nogueira:
"...onde o preconceito é de marca (em relação à aparência, isto é, quando toma por pretexto para as suas manifestações os traços físicos do indivíduo, cor da pele, a fisionomia, os gestos, os sotaques) a probabilidade de ascensão social está na razão inversa da intensidade das marcas de que o indivíduo é portador, ficando o preconceito de raça disfarçado sob o de classe, com o qual tende a coincidir..."
Bem... já eu, gosto apenas de gente!
E isso é mais uma questão de interpretação:
A cor, no meu entender, é conferida pela soma dos nossos atos.
Dos nossos atos, nossa mente e nosso coração.
Flavius Versadus

Nossas atitudes ensinam mais que nossas palavras - Coisas que aprendi com você

Coisas que aprendi com você.
Tudo bem, já sei que todos já publicaram isto, mas tem sempre alguém que não viu, assim sendo,como gostei, posto aqui.
Afinal, as pessoas precisam sempre ser lembradas que são os bons exemplos que fazem bons homens e os maus exemplos que constroem o caráter de homens maus.
Leia e reflita sobre quais exemplos você tem dado aos seus filhos, afinal, estamos sempre preocupados com o mundo que vamos deixar para nossos filhos, mas não nos preocupamos com os homens que vamos deixar para o nosso mundo.
E o nosso planeta estava aqui antes de nós e se não soubermos educar nossos filhos eles destruirão tudo o que é bom que o mundo tem.

ELA

Essa é uma mensagem que todos os pais deveriam ler, porque seus filhos estão olhando você e memorizando o que você faz, não o que você diz.
- Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você pegar o primeiro desenho que fiz e prendê-lo na geladeira, e, imediatamente, eu tive vontade de fazer outro para você.
- Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você dando comida a um gato de rua, e eu aprendi que é legal tratar bem os animais.
- Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você fazer meu bolo favorito para mim e eu aprendi que as coisas pequenas podem ser as mais especiais na nossa vida.
- Quando você pensava que eu não estava olhando, ouvi você fazendo uma oração, e eu aprendi que existe um Deus com quem eu posso sempre falar e em Quem eu posso sempre confiar e que mandou seu Filho Jesus para nos salvar.
- Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você fazendo comida e levando para uma amiga que estava doente, e eu aprendi que todos nós temos que ajudar e tomar conta uns dos outros.
- Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você dando seu tempo e seu dinheiro para ajudar as pessoas mais necessitadas e eu aprendi que aqueles que têm alguma coisa devem ajudar quem nada tem.
- Quando você pensava que eu não estava olhando, eu senti você me dando um beijo de boa noite e me senti amado e seguro.
- Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você tomando conta da nossa casa e de todos nós, e eu aprendi que nós temos que cuidar com carinho daquilo que temos e das pessoas que gostamos.
- Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi como você cumpria com todas as suas responsabilidades, mesmo quando não estava se sentindo bem, e eu aprendi que tinha que ser responsável quando eu crescesse.
- Quando você pensava que eu não estava olhando eu vi lágrimas nos seus olhos, e eu aprendi que, às vezes, acontecem coisas que nos machucam, mas que não tem nenhum problema a gente chorar.
- Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi que você estava preocupada e eu quis fazer o melhor de mim para ser o que quisesse.
- Quando você pensava que eu não estava olhando foi quando eu aprendi a maior parte das lições de vida que eu precisava para ser uma pessoa boa e produtiva quando eu crescesse.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu olhava para você e queria te dizer: Obrigado por todas as coisas que eu vi e aprendi quando você pensava que eu não estava olhando!
(Desconheço o autor)

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Literatura Feminina e Guaianases - A Mulher do Telegrafista


O texto abaixo é de José de Souza Martins.
Foi postado anteriormente na Folha de São Paulo. E trata de uma moradora antiga de Guaianases. Entra nessa postagem a ideia de mostrar as Mulheres da Literatura que foram esquecida com o tempo e nunca são citadas em livros didáticos.
Francisca Júlia, além de poetisa, ligada ao Simbolismo e Parnasianismo, foi a percursora da Literatura Infantil Brasileira, Sua influência didática foi muito importante para a formação literária básica de muitos jovens do Ensino Público e Privado. Por isso só ela já não poderia ser esquecida, porém, com o tempo seu nome foi caindo no ostracismo.
Em uma reunião acadêmica ao ser citada, algumas pessoas começaram discutir que sobre sua vida pessoal e sua morte e que por essa ter acontecido no mesmo dia que a de seu marido, mostrava a sua fraqueza de espírito. Isso em um ambiente de estudo da Empatia e Sororidade. Sua Depressão advinda do fato de viver com um homem doente - tuberculoso, não foi sequer levada em consideração. E, pior, esse não deveria ser um motivo para o afastamento de seu nome das discussões da importância feminina.
Sem vaidades intelectual, Francisca Júlia negou-se a entrar para a Academia de Letras. O fato da não aceitação não elimina sua conquista. 
Ainda falaremos dela por aqui...
Abraços e fique com essa bela escrita do Professor José de Souza Martins.


Publicado em O Estado de S. Paulo [Caderno Metrópole],
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011, p. C6.


A mulher do telegrafista



                                                       Victor Brecheret, “Musa impassível”

Em 1909, Francisca Júlia da Silva, com 38 anos, nascida em Xiririca, hoje Eldorado Paulista, casou-se na capela do Lajeado com Filadelfo Edmundo Munster, telegrafista da Estrada de Ferro Central do Brasil. Lajeado era o que veio a ser Guaianases, um lugarejo que devia o nome à imensa pedreira de onde era retirada a brita para forrar os dormentes da ferrovia. Francisca Júlia fora para o Lajeado quando sua mãe, professora primária, em outubro de 1908, recebeu transferência de Cabreúva para lá. Foi padrinho da noiva o poeta Vicente de Carvalho. Noiva que em Cabreúva fora professora de piano e que tivera como aluno Erotides de Campos, então com 10 anos de idade. Ele viria a ser o prodigioso autor de composições como a lindíssima “Ave Maria”. Da desilusão de um frustrado noivado em Cabreúva, Francisca Júlia carregou até quase o fim da vida o alcoolismo.
Pouco tempo antes do casamento com o telegrafista, Francisca Júlia fora convidada a ingressar na Academia Paulista de Letras, que se formava. Recusou. Alguns anos depois, seria homenageada com um busto na Academia Brasileira de Letras. Quem era, afinal, a mulher do telegrafista do Lajeado? Francisca Júlia era a maior poetisa do parnasianismo brasileiro, reconhecida e aplaudida por escritores como Olavo Bilac. Publicara seus primeiros poemas em jornais de S. Paulo. Em diferentes momentos recolheu-se à vida doméstica, coisa que fez também depois do casamento. Era uma mulher bonita, de viso triste, reflexiva. Sua poesia é densa de competência linguística. Trabalhava com maestria a língua portuguesa. Em seus versos é claro o empenho em fazer de nossa língua instrumento de elaborada criação estética.
Com a descoberta, em 1916, de que o marido estava tuberculoso, tornou-se depressiva e mística. Filadelfo morreu em 31 de outubro de 1920. Após o enterro, Francisca Júlia tomou uma overdose de narcóticos e morreu na manhã do dia seguinte. Seria sepultada no Cemitério do Araçá, no dia de finados. Ao seu funeral compareceu a fina flor da intelectualidade como Guilherme de Almeida, Paulo Setúbal, Mário de Andrade (que criticara sua poesia), Oswald de Andrade, Di Cavalcanti...
São os intelectuais de São Paulo que decidem propor ao governo do Estado a feitura do túmulo da poetisa, o que tramita no legislativo por iniciativa do senador estadual Freitas Vale, da famosa Vila Kyrial, na Rua Domingos de Morais, lugar de encontro de artistas e escritores. Victor Brecheret esculpe para o túmulo, em mármore de Carrara, a bela “Musa impassível”, título de um poema de Francisca Júlia. A obra está hoje na Pinacoteca do Estado, restaurada. Uma réplica em bronze substitui-a no túmulo do Araçá, como a murmurar: “Em teus olhos não quero a lágrima; não quero
em tua boca o suave e idílico descante”.
Professor Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e ciências Humanas
 da Universidade de São Paulo

Voltando...
2020




Deixo aqui um Poema dessa grandiosa figura literária....



Supremo


Os teus olhares feitos de carinho,
De Extrema-Uncção, de mysticos luares,
Têm na expressão, ó santa dos Altares,
A velludosa maciez do arminho.


E no doce brilhar – áureo caminho –
A profundeza intérmina dos mares…
Têm na expressão, ó Santa, os teus olhares
A velludosa maciez do arminho.


São puros como as Hóstias dos Sacrários,
têm o brilho divino de Stellarios,
quando me fitam numa uncção extrema.


São rútilos santelmos guiadores,
são as dhulias lithurgicas das dores,
da minha Crença immácula e suprema!


Fonte: Internet Biblioteca Digital




domingo, fevereiro 06, 2011

Publicado em O Estado de S. Paulo

[Caderno Aliás, A Semana Revista],

domingo, 6 de fevereiro de 2011, p. J6.

Você é bom, mau ou feio?

José de Souza Martins*

Em 2005, o consulado americano em São Paulo adotou uma classificação moral dos postulantes a vistos temporários de trabalho nos EUA: bons, maus e feios. Essa informação está em documentos revelados pelo WikiLeaks e divulgados pela Folha de S. Paulo. “Bons” seriam os jovens de classe média, com bom nível de escolaridade, que vão para trabalhar em hotéis, cassinos, estações de esqui, para ganhar dinheiro e aprimorar o conhecimento da língua inglesa. Não raro, gente que aqui se recusaria a varrer a calçada da própria casa e que lá se dispõe até mesmo a lavar privadas. “Maus” seriam os que maliciosamente já tem conexões nos EUA, parentes ou amigos que lá vivem ilegalmente, que para lá vão para se tornarem novos ilegais, vão para ficar. Não diz o cônsul, que vão para trabalhar em serviços que os próprios americanos recusam.

Tampouco diz o cônsul que inventou a classificação, com base no filme “Três homens em conflito”, que a ilegalidade laboral não é propriamente nociva à economia e à sociedade americanas: faz parte de um sistema de rebaixamento e barateamento da força de trabalho em certas ocupações. Sem os ilegais, muitas famílias ficariam sem a empregada doméstica barata.

“Feios” são os descuidados, pobres e desesperados. No fundo, o rejeito humano criado pelos desenraizamentos decorrentes da globalização da economia, pela extinção de empregos e profissões no país nativo, pelo desenvolvimento econômico socialmente excludente, pela morte social precoce dos que ficam sem alternativa de inserção na economia moderna. São os órfãos de um desenvolvimento econômico regulado pelo ritmo e pelas demandas dos países que polarizam a economia globalizada, que, continuamente, tornam obsoletos amplos setores da economia dos países de ritmo mais lento de desenvolvimento. Basta fazer uma excursão pela região metropolitana de São Paulo, sobretudo ao longo das ferrovias, para ver uma sucessão de ruínas de antigas indústrias, que há 60 anos fervilhavam de trabalhadores, no que era praticamente um regime de pleno emprego. Tudo vazio e em silêncio.

A classificação adotada pelo consulado é debochada e cruel. É verdade que se trata de uma classificação para uso interno, que não chega ao conhecimento de suas vítimas. Revela o parâmetro oculto de julgamento de pessoas avaliadas face a face no guichê de obtenção de vistos, que dali saem convencidas de que a rejeição assinala um defeito que é seu e não da sociedade para a qual pretendem ir.

Em duas ocasiões tive a oportunidade de presenciar o modo como, no consulado americano, é feita a triagem de quem pode ou não pode viajar para aquele país, até mesmo como simples turistas. Numa certa época, no preenchimento do formulário de pedido de visto, o interessado devia declarar cor e confissão política. Qualquer um sabia que os funcionários consulares queriam saber se o candidato à viagem era negro e/ou comunista. Uma família de mulatos claros, de classe média, bem vestidos, pai, mãe e dois filhos adolescentes, empacou diante da pergunta da cor. Um dos adolescentes perguntou ao pai “de que cor nós somos, papai?” Como ainda não havia, no Brasil, a discriminação instituída pelas cotas raciais, aquela família não recebera o benefício do carimbo na testa para definição de sua raça. O pai vacilou, pensou um pouco e sentenciou: “Morenos! Escreve aí que você é moreno.” Não sei se conseguiram o visto para viajar a um país em que quem escapa de branco é negro. Quando chegou a vez de uma jovem bem vestida, mulata, o cônsul, negro retinto, fez-lhe várias perguntas sobre seu trabalho. Era artista, explicou ela. Rindo ostensivamente, disse-lhe ele, em inglês, que não ia dar-lhe o visto. E despachou-a.

Mas os brancos também tem a sua cota. Um pequeno grupo de moças que, pela conversa, eram amigas e trabalhavam na mesma empresa, havia feito severa economia durante um ano inteiro para comprar a passagem e visitar a Disneyworld. Ao saber qual era seu emprego e salário, recusou-lhes o cônsul o visto solicitado apenas para ir ver o Mickey Mouse, o Pato Donald e o Pateta. Até hoje não entendi por que a Disneyworld, montada na Flórida especificamente para atrair os latinoamericanos que gostam de ouvir pato, rato e cachorro falarem inglês, não proclama a independência, não cria um estado livre associado, como Porto Rico, e não estabelece seu próprio sistema consular, emitindo seus próprios vistos. Sem contar que o sistema americano, pelo que se vê, é completamente falho: os terroristas envolvidos no ataque do 11 de Setembro, pela nomenclatura adotada em São Paulo, seriam classificados como “bons”. Obtiveram facilmente o visto para ingressar nos Estados Unidos e fazer o que fizeram.

O problema não é exclusivamente americano. Outros países adotam cautelas mais ou menos cômicas para selecionar desejáveis e indesejáveis. Vivem uma contradição, pois são países que dependem e muito do dinheiro dos turistas, caso da Espanha. E dependem, também, do trabalho barato e ilegal de bons, maus e feios.

Colaboração: Professor José de Souza Martins
* Professor Emérito da Universidade de São Paulo. Dentre outros livros, autor de A Sociabilidade do Homem Simples (Contexto, 2008), Sociologia da Fotografia e da Imagem (Contexto, 2008), A Aparição do Demônio na Fábrica (Editora 34, 2008), O Cativeiro da Terra (Contexto, 2010).

A Canção Tema do Programa do Sandrinho - Solidão Nunca Mais - VV

Para você Luanda e para todos nós curtirmos também:
Falando de Solidão Nunca mais...

Quando a rádio não pegava, eu pegava a antena do aparelho que eu estava usando  e ia acrescentando fio até conseguir que a rádio pegasse.
Nem sempre era fácil ouvir a rádio.
Existe uma coisa que eu não esqueço é de que ele contou  que uma cobra tentou pegar ele.
Nem sei se ele lembra disto, mas eu  fiquei muito assustada naquela tarde.
Ele falava també de sua mãezinha com tanto carinho.
Conheci ela numa apresentação teatral de final de ano com a Turma do Rafael Madruga.
Muito linda por final a peça em questão.
A pedra do Sepúlcro onde Jesus estava se abriu e a gente nem viu o que impulsionou a abertura.
Chorei muito.
Quanto a mãe do Sandro, bem quem me conhece sabe que sou meio confusa ao vivo por causa de minha clássica timidez, acho que assustei ela...
Beijos
ELA

Reflexão -O Pão de Cristo

O PÃO DE CRISTO...

 

 O que se segue é um relato verídico sobre um homem chamado Victor.

 Depois de meses sem encontrar trabalho, viu-se obrigado a recorrer à
mendicância para sobreviver, coisa que o entristecia e envergonhava
muito.

 Numa tarde fria de inverno, encontrava-se nas imediações de um clube
social, quando viu chegar um casal.

 Victor lhe pediu algumas moedas para poder comprar algo para comer.

 -Sinto muito, amigo, mas não tenho trocado- disse ele...

 Sua esposa, ouvindo a conversa perguntou:

 -Que queria o pobre homem?

 -Dinheiro para comer. Disse que tinha fome - respondeu o marido.,

 - Lorenzo, não podemos entrar e comer uma comida farta que não
necessitamos e deixar um homem faminto aqui fora!

 -Hoje em dia há um mendigo em cada esquina! Aposto que quer dinheiro
para beber!

 -Tenho uns trocados comigo. Vou dar-lhe alguma coisa!

 Mesmo de costas para eles, Victor ouviu tudo que disseram.

 Envergonhado, queria se afastar depressa correndo dali, mas neste
momento ouviu a amável voz da mulher que dizia:

 - Aqui tens algumas moedas.

 Consiga algo de comer, ainda que a situação esteja difícil, não
perca a esperança.

 Em algum lugar existe um lugar de trabalho para você. Espero que
encontre.

 -Obrigado, senhora.

 Acabo de sentir-me melhor e capaz de começar de novo.

 A senhora me ajudou a recobrar o ânimo!

 Jamais esquecerei sua gentileza.

 -Você estará comendo o Pão de Cristo! Partilhe-o - Disse ela com um
largo sorriso dirigido mais a um homem que a um mendigo.

 Victor sentiu como se uma descarga elétrica lhe percorresse o corpo.
Encontrou um lugar barato para se alimentar um pouco.

 Gastou a metade do que havia ganhado e resolveu guardar o que
sobrara para o outro dia, comeria 'O Pão de Cristo' dois dias.

 Uma vez mais aquela descarga elétrica corria por seu interior.

 O PÃO DE CRISTO!

 -Um momento! - Pensou.

 Não posso guardar o pão de Cristo somente para mim mesmo.

 Parecia-lhe escutar o eco de um velho hino que tinha aprendido na
escola dominical. Neste momento, passou a seu lado um velhinho.

 -Quem sabe, este pobre homem tenha fome, pensou -.

 Tenho que partilhar o Pão de Cristo.

 - Ouça-exclamou Victor-. Gostaria de entrar e comer uma boa comida?

 O velho se voltou e encarou-o sem acreditar.

 - Você fala sério, amigo? O homem não acreditava em tamanha sorte,
até que estivesse sentado em uma mesa coberta, com uma toalha e com um
belo prato de comida quente na frente.

 Durante a ceia, Victor notou que o homem envolvia um pedaço de pão
em sua sacola de papel.

 - Está guardando um pouco para amanhã? Perguntou.

 - Não, não. É que tem um menininho que conheço onde costumo
freqüentar que tem passado mal ultimamente e estava chorando quando o
deixei. Tinha muita fome. Vou levar-lhe este pão.

 - O Pão de Cristo! Recordou novamente as palavras da mulher e teve a
estranha sensação de que havia um terceiro convidado sentado naquela
mesa. Ao longe os sinos da igreja pareciam entoar o velho hino que
havia soado antes em sua cabeça.

 Os dois homens levaram o pão ao menino faminto que começou a
engoli-lo com alegria.

 De repente, se deteve e chamou um cachorrinho.

 Um cachorrinho pequeno e assustado.

 - Tome cachorrinho. Dou-te a metade - disse o menino.

 O Pão de Cristo alcançará também você.

 O pequeno tinha mudado de semblante. Pôs-se de pé e começou a vender
o jornal com alegria.

 - Até logo! Disse Victor ao velho. Em algum lugar haverá um emprego.

 Não desespere!

 - Sabe? -sua voz se tornou em um sussurro. - Isto que comemos é o
pão de Cristo. Uma senhora me disse quando me deu aquelas moedas para
comprá-lo. O futuro nos presenteará com algo muito bom!

 Ao se afastar, Vitor reparou o cachorrinho que lhe farejava a perna.

 Agachou-se para acariciá-lo e descobriu que tinha uma coleira onde
estava gravado o nome e endereço de seu dono.

 Victor caminhou um bom pedaço até a casa do dono do cachorro e bateu
na porta.

 Ao sair e ver que havia sido encontrado seu cachorro, o homem ficou
contentíssimo, e logo sua expressão se tornou séria.

 Estava por repreender Victor, que certamente lhe havia roubado o
cachorro., mas não o fez pois Victor mostrava no rosto um ar e
dignidade que o deteve. Disse então:

 - No jornal de ontem, ofereci uma recompensa pelo resgate.

 Tome!! Victor olhou o dinheiro meio espantado e disse:

 - Não posso aceitar. Somente queria fazer um bem ao cachorrinho.

 - Pegue-o! Para mim, o que você fez vale muito mais que isto!

 Você precisa de um emprego?

 Venha ao meu escritório amanhã. Faz-me muita falta uma pessoa
íntegra como você.

 Ao voltar pela avenida aquele velho hino que recordava sua infância,
voltou a soar em sua alma. Chamava-se 'PARTE O PÃO DA VIDA',

 'NÃO O CANSEIS DE DAR, MAS NÃO DÊS AS SOBRAS,

 DAI COM O CORAÇÃO, MESMO QUE DOA'.

 QUE O SENHOR NOS CONCEDA A GRAÇA DE TOMAR

 NOSSA CRUZ E SEGUI-LO, MESMO QUE DOA!

sábado, fevereiro 05, 2011

Guaianases - História de um ilustre ex-morador do Bairro

Publicado em O Estado de S. Paulo
[Caderno Metrópole],
2ª feira, 15 de fevereiro de 2010, p. C10.

O último bocado de içá

J.S. Martins (2009)





Naquele 1948 em que fui matriculado no Grupo Escolar Pedro Taques, Guaianases era um povoado ao lado da estação ferroviária, as ruas iluminadas à noite por lampiões de querosene. No largo da estação terminava a estrada de terra que vinha da Fazenda Santa Etelvina. Era o meu caminho, 16 quilômetros batidos a pé, entre a ida e a volta, entre o casebre da roça e a sala de aula lotada, 3 alunos por carteira.
Éramos um bando de meninos e meninas que moravam para os mesmos lados. De pé no chão, nas manhãs de inverno os pés doíam muito. No caminho da roça, já no sol quente do meio dia, íamos ficando pelos sítios e chácaras. Eu era o último. Chegava faminto em casa, para o invariável prato morno de arroz, feijão e repolho. Quando li Os Parceiros do Rio Bonito, de Antonio Candido, entendi perfeitamente a referência àquela insaciável fome de carne tão característica do mundo caipira. Era a fome que eu sentia. Meu padrasto, quando tinha essa fome, pegava a espingarda e saía para caçar. Voltava com um tatu, um filhote de veado, alguma ave. Sinal de que a coisa piorava foi no dia em que caçou um ouriço, bicho feio. Foi duro comer aquilo, a carne dura, escura e mal cheirosa. Mas fome é fome.
Um belo dia houve a revoada da içá, a fêmea da saúva, prenhe de ovos, que em minutos abre um buraco no chão e nele se afunda para estabelecer um novo formigueiro. Era preciso correr com a panela numa das mãos e um graveto na outra para separar-lhe o abdômen gorducho, antes que sumisse na terra. E correr de um lado para outro, para catar o maior número delas. Deram uma panelada de içá torrada, que meu padrasto, um mameluco, caipira de verdade, comeu com voracidade, com uma fome que eu nunca vira, fome ancestral, fome do índio que nele havia do tempo do deslocamento paulista na direção dos sertões de Minas. Ofereceu um pouco da iguaria a meu irmão e a mim, esperando que não aceitássemos. Aquele foi o meu limite na carência alimentar.
Curioso: ao mesmo tempo em que ali se prezava aquela raridade culinária, havia uma guerra contra a saúva, que voraz, e com fome parecida, comia as plantas cultivadas com suado trabalho. De vez em quando era chamado o batalhão dos mata-formigas da Prefeitura de São Paulo, que chegava lá na roça para acabar com os formigueiros. Era um mundaréu de gente, munida de foles, na ponta dos quais havia um pequeno tambor de ferro em que punham brasas e sobre as brasas enxofre para colorir a fumaça e arsênico. Com o fole sopravam a fumaça amarela para dentro dos buracos. Alguns ficavam de olho para ver onde a fumaça ia sair. E tapavam cada saída. Saturavam os formigueiros com a fumaça letal. O requintado prato indígena estava condenado no que ainda não era a degradada periferia urbana de São Paulo.
* Do autor, sobre São Paulo: Subúrbio, Editora Hucitec/Editora da Unesp, São Paulo, 2002; A Sociabilidade do Homem Simples, Editora Contexto, São Paulo, 2008; A Aparição do Demônio na Fábrica, Editora 34, São Paulo, 2008; "A peleja da vida cotidiana em nosso imaginário onírico", in José de Souza Martins (org.), (Des)figurações - A vida cotidiana no imaginário onírico da metrópole, Editora Hucitec, São Paulo, 1996; “O decoro nos ritos de interação na área metropolitana de São Paulo”, in José de Souza Martins (org.), Vergonha e Decoro na Vida Cotidiana da Metrópole, Editora Hucitec, São Paulo, 1999; “O migrante brasileiro na São Paulo estrangeira”, in Paula Porta (org.), História da Cidade de São Paulo, 3 volumes (Volume 3: A cidade na primeira metade do século XX), Paz e Terra, São Paulo, 2004, p. 153-213; “O nascimento da vida cotidiana paulistana”, in Rubens Fernandes Junior (ed.), Aurélio Becherini, Cosac Naify, São Paulo, 2009, p. 43-83; A Escravidão em São Caetano (1598-1871), Coedição da Associação Cultural Recreativa e Esportiva Luís Gama, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Caetano do Sul e do CEDI - Centro Ecumênico de Documentação e Informação, São Caetano do Sul (SP), 1988; A Escravidão em São Bernardo, na Colônia e no Império, Coedição da Pastoral do Negro - Quilombo Regional do ABC e do CEDI - Centro Ecumênico de Documentação e Informação, São Bernardo do Campo (SP), 1988; História e Arte no Cemitério da Consolação, Secretaria da Cultura/Prefeitura de São Paulo, São Paulo, 2008; “1924, o silêncio”, in Mais! (Folha de S. Paulo), 11 de julho de 2004, p. 4-6.


Eu:
Acredite que até hoje Guaianases tem um batalhão de formigas?
Lembro-me qu quando meu paivô era vivo, eu menina nova, íamos com fornicida picapau andando pela Pedro Batista, Santa Cruz, sei lá mais quais ruas atrás do ninho das formigas.Às vezes a gente ía para na Vila Buenos Aires.
As formigas adoravam destruir as plantações de milho e feijão de cerca que o paivô plantava.
Existe uma crendice popular que diz que quando formiga invade a casa é por que vai haver mudança.
Em alguns lugares de Guaianases pode até haver a tal mudança, mais serãoa s formigas qu e um dia levarão as casas nas costas.
ELisabeth Lorena Alves

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Kenny G Sade

Discursos - Antes e Depois da Posse


ANTES DA POSSE

O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.


DEPOIS DA POSSE


Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA

Fonte: yahoo.groups/terceiro setor...

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Maravilhosa Graça- Elvis Presley

Maravilhosa Graça- Elvis Presley




Costuma-se dizer que o Cristianismo é algo absurdo, que prega uma fé fanática e que a maioria das pessoas envolvidas com o Evangelho são mesmo imbecis. As pessoas se acham muito diferentes e especiais por defenderem qualquer credo, Seita ou religião, desde que não seja o PROTESTANTISMO.

O PROTESTANTISMO é uma forma magnífica de se lutar por algo. Os cristãos estão sim se preparando para morarem no céu e se intitulam embaixadores deste Reino Espiritual, no entanto as pessoas ditas comuns e inteligentes simplesmente desconhecem a verdadeira importância dos evangélicos para a História Secular.

Muitos evangélicos enfrentaram diversas causas conhecidas mas foram escondidos pela História Didática Secular e mesmo a História Crítica esconde a religião de grandes mártires. Isto porque não podem entender o motivo que faz um reles desconhecido lutar por direito de outrem, já que não é partidário de algumas crenças mais comuns ou aceitáveis à população. A História e os homens esquecem que Jesus Cristo, o ícone do Cristianismo e Deus deste que seguem o Protestantismo era um homem magnífico, que lutava contra ditadura religiosa de sua época. Jesus não foi o libertador que Israel esperava e por isto eles não aceitaram suas mensagens. Eles esperam que o Messias os livre dos problemas sociais e políticos, mas Jesus veio para refazer a aliança do homem com Deus.

Jesus, como defensor do direito dos menores fez inimizades e foram seus inimigos que o condenou a morte. Jesus sabia de seu destino, no entanto enfrentou bravamente seu ministério, ajudando aqueles que continuariam solitários caso não os socorresse.

A História Comum não relata a Biografia dos evangélicos que tiveram importância para o mundo e talvez a culpa seja de nós, os cristãos mesmo, que nos deixamos ser esquecidos como se não fossemos importante à este mundo que nos rejeitou e que constantemente rejeitam a Cristo.

Aqui quero registrar a importância de William Willberforce, um grande defensor do fim da Escravatura:

William Willberforce – Filme Amazing Grace

A Vida de William Wilberforce nos cinemas




Os cristãos à volta do mundo foram convidados a entoar o famoso hino Amazing Grace no Domingo 18 de Fevereiro de 2007, no que foi consagrado como Amazing Grace Sunday, em acção de graças pelo segundo centenário da abolição da escravatura e em intercessão pela libertação de homens, mulheres e crianças ainda hoje escravizados. A iniciativa foi articulada com o lançamento do filme Amazing Grace e teve o apoio da Aliança Evangélica Mundial.

O hino Amazing Grace (HCC 314) está na sua origem ligado à luta pela abolição da escravatura. John Newton (1725-1807), autor da letra, gastara parte da sua vida no comércio de escravos, tendo ele próprio sido preso em África e tratado como escravo. Na viagem de regresso a Inglaterra, quando o barco quase naufragava, Newton voltou-se para Deus: Senhor, tem misericórdia de nós. De volta à sua cabina reflectiu e entendeu que Deus se lhe tinha dirigido através da tempestade e que a Sua graça tinha começado a manifestar-se. Foi o que ele descreveu como grande libertação, o dia da sua conversão. A leitura do clássico Imitação de Cristo, de Thomás de Kempis, e do Novo Testamento, nesta altura, foram instrumentos para esta reviravolta na sua vida.

Newton viria a ser um entusiasta discípulo do evangelista George Whitefield e conheceria John Wesley, fundador da Igreja Metodista. Tornou-se pastor da Olney Parish Church e depois da St. Mary, Woolnot, em Londres. Em Olney tornou-se amigo do poeta William Cowper. Juntos trabalharam nos cultos semanais, em reuniões de oração e na produção de um novo hino para cada culto da comunidade. Escreveu Amazing Grace, em Dezembro de 1772, apresentando-o à sua congregação no culto do dia 1 de Janeiro de 1773.

Durante a apresentação da oratória O Messias, de Haendel, em Londres, Newton pregou uma série de sermões sobre os temas do libreto da oratória (Nascimento, Paixão, Ressurreição, Julgamento Final, Glorificação de Cristo). Em resultado de um destes sermões, o jovem William Willberforce (1759-1833), membro da Câmara dos Comuns desde os vinte e um anos, recém convertido, procuraria o seu conselho pastoral junto de Newton. Em 1786, Wilberforce começou a levantar-se cedo para ler as Escrituras, orar e escrever o seu diário. Neste mesmo ano Wilberforce entenderia que a sua missão de vida passaria a ser a luta pela supressão da escravatura e a reforma moral da sociedade. O ex-traficante Newton, agora pastor e determinado a combater a escravatura, tornar-se-ia uma grande inspiração para a gigantesca luta de Wilberforce.

Os argumentos para o comércio de escravos eram de natureza económica e política pelo que os abolicionistas tinham contra si grandes poderes e interesses. William Wilberforce travou uma luta titânica, nomeadamente na Câmara dos Comuns. Apresentou várias propostas de lei, bloqueadas vez após vez. Wilberforce expressou assim o seu compromisso: “a perversidade do comércio [de escravos] era tão gigantesca, tão medonha e tão irremediável que a minha mente estava completamente preparada para a abolição. Fossem quais fossem as consequências. Desde então determinei que nunca descansaria até que tivesse conseguido a sua abolição” (citado em “131 Christians Everyone Should Know”).

Finalmente, o ultrajante comércio de escravos foi oficialmente abolido em 1807 embora a completa abolição tivesse ocorrido apenas em 1833, ano da morte de Wilberforce. O seu sonho realizar-se-ia.

Wilberforce desempenhou um papel fundamental na criação da British and Foreign Bible Society (Sociedade Bíblica), em 1804, e da Church Missionary Society, em 1799. O seu livro “A Practical View...”, publicado em 1797, uma crítica contundente ao Cristianismo acomodado, foi um bestseller. Ele tinha o dom de entender e afirmar a fé cristã permeando todos os domínios da vida. Nas palavras do biógrafo Robin Furneaux, “a sua mensagem era a de que não bastava professar o Cristianismo, levar uma vida decente e ir à Igreja aos Domingos, mas que o Cristianismo atravessa cada aspecto, cada canto da vida cristã. A sua abordagem do Cristianismo era essencialmente prática. “

A história não terá muitas pessoas que tenham contribuído tanto para o bem da sociedade como William Wilberforce, a consciência da nação, nas palavras de Winston Churchill. Como escreveu em “A Practical View...”, “os interesses do cristão nominal concentram-se nas coisas temporais, os interesses do cristão autêntico concentram-se em coisas eternas”.

Amazing Grace é pois um hino que tem cruzado os séculos e cuja história se encontrou com a da luta pela abolição da escravatura. Por fim dá o seu nome ao filme de Michael Apted, com argumento de Steven Knight, sobre a vida de William Wilberforce. Uma produção da Walden Media, FourBoys Films, Sunflower Produtions e Bristol Bay Productions, no Mercado Cinematográfico desde Fevereiro de 2007, com distribuição limitada.

Assista e reflita sobre as diversas formas de escravatura.

IP Casa de Oração - Rua Moreira Neto, 283 - Guaianases - São Paulo

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Medite!

Gióa Júnior