sexta-feira, julho 24, 2009

PNE - 300 vagas em Municipio de São Paulo para Portadores de Necessidades Especiais





300 vagas para Portadores de Necessidades Especiais






Mais uma iniciativa válida para os Portadores de Necessidades Especiais.


O Município de São Paulo abre vagas para Portadores de Necessidades Especiais em Telecentros, como Orientador I.


São 300 vagas disponíveis para a Capital e região e os currículos devem ser enviados para recrutamento@idort.com . Particularmente acredito que estas iniciativas ajudam pricipalmente ao bem estar destes Portadores de Necessidades Especiais, já que estarão trabalhando diretamente com o público e atuando dia a dia com histórias de vida diversas. Sei que é necessário este contato, já que estas pessoas, comumente vistas apenas como deficientes, vivem uma situação discriminatória real e não imaginária como muitos pensam. Isto posso dizer de cadeira - quer dizer, de muletas - já que hoje faço parte também desta grande massa social.


Vale lembrar que venho trabalhando junto as pessoas com carências especiais desde os meus 14 anos e tenho visto diversas formas de discriminação que ocorrem em todas as vertentes sociais e que lesam o ego destas pessoas.


As pessoas não respeitam seus iguias e diferenciam os portadores de deficiêcia, qualificando - os pelas suas dificuldades físicas enão pelo seu caráter ou personalidade. Sempre tive amigos Portadores destas Necessidades e convivi com as suas dificuldades. Principalmente quanto ao acesso a Educação e Lazer.


Por este motivo é que entendo esta oportunidade como válida e resolvi publica-la aqui enão só no blog da Entidade a quem presto serviço.




Elisabeth Lorena Alves






Segue informações completas:


Ocupação: Orientador I



Local de Atuação: Telecentro



Local de Trabalho: Município de São Paulo – Aproximadamente 300 Telecentros distribuídos em todas as regiões da cidade



Idade: A partir de 18 anos completos



Descrição das Atividades: Atuar como auxiliar de inclusão digital e social; Ministrar aulas, treinamentos técnicos e oficinas; Efetuar cadastro de usuários para cursos, oficinas e uso livre; Organizar, controlar e acompanhar os usuários do Telecentro; Identificar necessidade de oficinas temáticas ou novas propostas de eventos nas unidades de inclusão digital; Divulgar e implementar demais serviços oferecidos nas unidades.



Sexo: Homem / Mulher



Horário de Trabalho: 44 horas semanais



Escolaridade: Ensino Médio Completo



Salário: $674,00


Benefícios
Quantidade VT por dia: De acordo com necessidade
Quantidade VR por dia: R$ 6,00 ao dia
Tipo de Deficiência: Fisica, Nanismo, Cadeirante, Muletas


Para contato enviar currículos para recrutamento@idort.com .

terça-feira, julho 21, 2009

Olhar Cristao: Gripe Suína - Perguntas e Respostas

Resolvi usar um link do Olhar Cristão e depois postei o texto de meu amigo Gê Muniz
(Aqui mais sobre ele:www.gemuniz.webnode.com/blog
www.twitter.com/poetagemuniz )

Falando sobre a Gripe - Opinião de um amigo e poeta





http://www.poetasmortos.com.br/index.asp?op1=2&op2=0&idTexto=15872


Gripe Suína (ops! Influenza a H1n1)
Estou sentindo no ar uma certa atmosfera de pânico. Ainda não é descarado mas, na minha modesta opinião, já é uma forma sim, de pânico. Percebo também, em alguns poucos, um anseio por unidade, por confraternização, por ajuda mútua como, há muito, não percebo por estas cercanias tupiniquins. Tudo isto, é claro, acontece em função de uma instintiva necessidade de sobrevivência. Não. Não estou falando das últimas desventuras do senado brasileiro e dos bizarros personagens políticos com suas eternas crises de honestidade. Falo da famigerada "Gripe Suína". Desculpem senhores suinocultores, me corrijo: Influenza H1N1 (estes respeitáveis criadores não gostam que se impute este desagradável mal aos seus amigos e rechonchudos porquinhos).
Ao transcorrer dos dias é nítido que o cerco se fecha. O que antes parecia ser um mal distante, coisa de "cucaracha" mexicano ou "hermano" argentino, tornou-se ameaçadoramente próximo. O nosso Ministério da Saúde coloca em seus pronunciamentos uma previsão entre 40 e 67 milhões de infectados no país! É gente, hein? Por conta destes "recados" alarmantes, um sopro, uma fungada mais forte de alguém perto do meu rosto, já traz à tona a lembrança destes números. Penso:
- Se estas estatísticas do nosso Ministério estiverem corretas, a cada quatro fungadas que eu levar na cara , pelo menos uma será a de um portador da gripe! - Realmente passei a ficar nada à vontade próximo aos escarros, espirros e tossidos de transeuntes nas ruas. A bem da verdade, por precaução evito até os ventos dos assovios, por mais alegres que me aparentem...
Diante de minha situação peculiar (definitivamente não sou hipocondríaco) procurei informar-me melhor sobre esta misteriosa gripe que se alastra pelos cinco continentes de forma tão rápida e invasiva. Em minhas pesquisas, de pronto percebi um fator nada animador: notei que por parte dos infectologistas, do governo (não só o governo brasileiro, mas os de todos os países onde a doença definitivamente se instalou) e nos meios de comunicação são tantas informações contraditas que só posso pensar que, das duas uma: que ninguém, nem mesmo os especialistas, sabe direito o que fazer e como se comportar diante deste tenebroso microorganismo, ou, então, todos os detentores das verdadeiras informações sobre o que realmente está ocorrendo estão praticando alguma espécie de "desinformação" só para confundir e não alarmar a todos. Impressionante como ninguém é conclusivo. Nem mesmo dizem coisa com coisa.
Diante de tantos "porquês", procurei me precaver mentalmente das possíveis influências deste mal. Meus neurônios viajam em hipóteses e imagino até de modo requintado o que fazer para manter-me longe desta febre alta, dos espirros, da dor no corpo, da dificuldade de respiração, da improvável, mas possível pneumonia... Relaciono e decoro constantemente em minha memória as possíveis medidas, as precauções, os nomes dos medicamentos, etc...
Por outro lado existe um meu lado aguerrido e confiante... Uma outra face desafiadora que torce para eu pegue este vírus, me recupere logo e siga normalmente minha vida com menos este fantasma a assombrar. Afinal, já são tantos em nosso cotidiano! Podem me achar louco, inconsequente, mas é a pura verdade! Nada pode ser tão ruim quanto a espectativa de que algo de ruim pode acontecer. A angustiante espera de um destino a qual não temos o menor controle pode ser pior até do que o próprio fato consumado, em si.
Esta gripe me faz lembrar duas histórias: a primeira, clássica, de Édipo e sua infrutífera tentativa de burlar seu próprio destino de vir a matar o pai e amar a mãe - Será que, ao tentar me afastar desta doença de forma paranóica não estarei, isto sim, indo ao encontro dela? Tantos cuidados, tanto, tanto medo nunca me cheiraram muito bem... Sabe aquele filme "trash", tipo "sexta-feira 13", onde o cagão é o primeiro a levar facada? Então... - A outra história que me vem à mente é a do livro de José Saramago, "Ensaios sobre Cegueira". Para quem não leu o livro ou viu o filme, vai aqui um super-resumo: A humanidade é acometida por uma doença misteriosa que deixa todas as pessoas cegas. O livro gira em torno dos acontecimentos subsequentes à esta pandemia fictícia, contando a respeito de um pequeno grupo pessoas. Ao final, a doença some da mesma forma misteriosa que apareceu, e todos os sobreviventes recuperam a visão. Bem, é claro que este livro não fala de cegueira mas, isto sim, fala da "falta de visão" de perspectivas, de anseios, dos sentimentos de cada um em particular e em relação aos seus semelhantes. Aquele pequeno grupo de personagens cegos se une e consegue enxergar uns aos outros superando a forma plástica, sob uma perspectiva mais sincera e humana, além do que a simples visão ocular é capaz de realizar e que pode, neste caso, inclusive atrapalhar.
Parece-me que esta possibilidade de pandemia começa a fazer emergir do interior das pessoas, mesmo que de forma tênue, tímida, algumas típicas reações narradas nesta maravilhosa obra deste mestre luzitano, prêmio Nobel da literatura: provocar em muitos aquele estado animalesco de seleção natural tipo "salve-se quem puder que eu vou na frente", ou, então, em alguns outros, despertar aquelas atitudes que diferenciam o ser humano de um animal qualquer, ou seja, o desejo de buscar, mesmo que em meio às dificuldades e perdas extremas, uma união de anseios e sentimentos para com os semelhantes que possa combater a inevitável solidão causada pela perspectiva de um futuro negro.
De qualquer maneira, e em meio a isto tudo, sempre procuro algum lado bom. Acho a aportunidade profundamente interessante. Claro, não quero morrer, muito menos que alguém morra desta gripe. Porém desejo muito, como prega um certo livro de auto-ajuda muito divulgado neste planeta nas últimas centenas de anos, que as pessoas tenham "uma vida mais abundante". O certo é que, para isto ocorrer, certamente não é só ter a saúde perfeita o que conta... É preciso exercer a prerrogativa de ser "humano".




Eis o link:



Olhar Cristao: Gripe Suína - Perguntas e Respostas

Olhar Cristao: Gripe Suína - Perguntas e Respostas

Olhar Cristao: Gripe Suína - Perguntas e Respostas

Pirataria Ambiental - Agora estão roubando água doce no rio Amazônia

Depois de piratear madeira e tudo o mais, agora estão pirateando água doce.
Leia o texto abaixo e diga o que acha disto.
Beijos
Elisabeth Lorena
-------------------
Navios roubam água dos rios da Amazônia
Erik von Farfan

Jornalista






Depois de sofrer com a biopirataria, com o roubo de minérios e madeiras nobres, agora a Amazônia está enfrentando o tráfico de água doce. Uma nova modalidade de saque aos recursos naturais denominada hidropirataria. Cientistas e autoridades brasileiras foram informadas que navios petroleiros estão reabastecendo seus reservatórios no Rio Amazonas antes de sair das águas nacionais. Porém a falta de uma denúncia formal tem impedido a Agência Nacional de Águas (ANA), responsável por esse tipo de fiscalização, de atuar no caso.

Enquanto as grandes embarcações estrangeiras recriam a pirataria do Século 16, a burocracia impede o bloqueio desta nova forma de saque das riquezas nacionais.

Ivo Brasil, Diretor de Outorga, Cobrança e Fiscalização da Agência Nacional de Águas, sabe desta ação ilegal; contudo, aguarda uma denúncia oficial chegar à entidade para poder tomar as providências necessárias. “Só assim teremos condições legais para agir contra essa apropriação indevida”, afirmou.

O dirigente está preocupado com a situação. Precisa, porém, dos amparos legais para mobilizar tanto a Marinha como a Polícia Federal, que necessitam de comprovação do ato criminoso para promover uma operação na foz dos rios de toda a região amazônica próxima ao Oceano Atlântico. “Tenho ouvido comentários neste sentido, mas ainda nada foi formalizado”, observa.

A defesa das águas brasileiras está na Constituição Federal, no Artigo 20, que trata dos Bens da União. Em seu inciso III, a legislação determina que rios e quaisquer correntes de água no território nacional, inclusive o espaço do mar territorial, é pertencente à União.

Isto é complementado pela Lei 9.433/97, sobre Política Nacional de Recursos Hídricos, em seu Art. 1, inciso II, que estabelece ser a água um recurso limitado, dotado de valor econômico. E ainda determina que o poder público seja o responsável pela licença para uso dos recursos hídricos, “como derivação ou captação de parcela de água”. O gerente do Projeto Panamazônia, do INPE, o geólogo Paulo Roberto Martini, também tomou conhecimento do caso em conversa com técnicos de outros órgãos estatais. “Têm nos chegado diversas informações neste sentido, infelizmente sempre estão tirando irregularmente algo da Amazônia”, comentou o cientista, preocupado com o contrabando.

Os cálculos preliminares mostram que cada navio tem se abastecido com 250 milhões de litros. A ingerência estrangeira nos recursos naturais da região amazônica tem aumentado significativamente nos últimos anos.




Águas amazônicas

Seja por ação de empresas multinacionais, pesquisadores estrangeiros autônomos ou pelas missões religiosas internacionais. Mesmo com o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM) ainda não foi possível conter os contrabandos e a interferência externa dentro da região.

A hidropirataria também é conhecida dos pesquisadores da Petrobras e de órgãos públicos estaduais do Amazonas. A informação deste novo crime chegou, de maneira não oficial, ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), órgão do governo local. “Uma mobilização até o local seria extremamente dispendiosa e necessitaríamos do auxílio tanto de outros órgãos como da comunidade para coibir essa prática”, reafirmou Ivo Brasil. A captação é feita pelos petroleiros na foz do rio ou já dentro do curso de água doce. Somente o local do deságüe do Amazonas no Atlântico tem 320 km de extensão e fica dentro do território do Amapá. Neste lugar, a profundidade média é em torno de 50 m, o que suportaria o trânsito de um grande navio cargueiro. O contrabando é facilitado pela ausência de fiscalização na área.

Essa água, apesar de conter uma gama residual imensa e a maior parte de origem mineral, pode ser facilmente tratada. Para empresas engarrafadoras, tanto da Europa como do Oriente Médio, trabalhar com essa água mesmo no estado bruto representaria uma grande economia. O custo por litro tratado seria muito inferior aos processos de dessalinizar águas subterrâneas ou oceânicas. Além de livrar-se do pagamento das altas taxas de utilização das águas de superfície existentes, principalmente, dos rios europeus.

As águas salinizadas estão presentes no subsolo de vários países do Oriente Médio, como a Arábia Saudita, Kuwait e Israel. Eles praticamente só dispõem desta fonte para seus abastecimentos. O Brasil importa desta região cerca de 5% de todo o petróleo que será convertido para gasolina e outros derivados considerados de densidade leve. Esse procedimento de retirada do sal é feito por osmose reversa, algo extremamente caro.

Na dessalinização é gasto US$ 1,50 por metro cúbico e US$ 0,80 com o mesmo volume de água doce tratada.



Hidro ou biopirataria?

O diretor de operações da empresa Águas do Amazonas, o engenheiro Paulo Edgard Fiamenghi, trata as águas do Rio Negro, que abastece Manaus, por processos convencionais. E reconhece que esse procedimento seria de baixo custo para países com grandes dificuldades em obter água potável. “Levar água para se tratar no processo convencional é muito mais barato que o tratamento por osmose reversa”, comenta.

O avanço sobre as reservas hídricas do maior complexo ambiental do mundo, segundo os especialistas, pode ser o começo de um processo desastroso para a Amazônia. E isto surge num momento crítico, cujos esforços estão concentrados em reduzir a destruição da flora e da fauna, abrandando também a pressão internacional pela conservação dos ecossistemas locais.

Entretanto, no meio científico ninguém poderia supor que o manancial hídrico seria a próxima vítima da pirataria ambiental. Porém os pesquisadores brasileiros questionam o real interesse em se levar as águas amazônicas para outros continentes. O que suscita novamente o maior drama amazônico, o roubo de seus organismos vivos. “Podem estar levando água, peixes ou outras espécies e isto envolve diretamente a soberania dos países na região”, argumentou Martini.

A mesma linha de raciocínio é utilizada pelo professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal do Paraná, Ary Haro. Para ele, o simples roubo de água doce está longe de ser vantajoso no aspecto econômico. “Como ainda é desconhecido, só podemos formular teorias e uma delas pode estar ligada ao contrabando de peixes ou mesmo de microorganismos”, observou.

Essa suposição também é tida como algo possível para Fiamenghi, pois o volume levado na nova modalidade, denominada “hidropirataria” seria relativamente pequeno. Um navio petroleiro armazenaria o equivalente a meio dia de água utilizada pela cidade de Manaus, de 1,5 milhão de habitantes. “Desconheço esse caso, mas podemos estar diante de outros interesses além de se levar apenas água doce”, comentou.

Segundo o pesquisador do INPE, a saturação dos recursos hídricos utilizáveis vem numa progressão mundial e a Amazônia é considerada a grande reserva do Planeta para os próximos mil anos. Pelos seus cálculos, 12% da água doce de superfície se encontram no território amazônico. “Essa é uma estimativa extremamente conservadora, há os que defendem 26% como o número mais preciso”, explicou.

Em todo o Planeta, dois terços são ocupado por oceanos, mares e rios. Porém, somente 3% desse volume são de água doce. Um índice baixo, que se torna ainda menor se for excluído o percentual encontrado no estado sólido, como nas geleiras polares e nos cumes das grandes cordilheiras. Contando ainda com as águas subterrâneas. Atualmente, na superfície do Planeta, a água em estado líquido, representa menos de 1% deste total disponível.

A previsão é que num período entre 100 e 150 anos, as guerras sejam motivadas pela detenção dos recursos hídricos utilizáveis no consumo humano e em suas diversas atividades, com a agricultura. Muito disto se daria pela quebra dos regimes de chuvas, causada pelo aquecimento global. Isto alteraria profundamente o cenário hidrológico mundial, trazendo estiagem mais longas, menores índices pluviométricos, além do degelo das reservas polares e das neves permanentes.

Sob esse aspecto, a Amazônia se transforma num local estratégico. Muito devido às suas características particulares, como o fato de ser a maior bacia existente na Terra e deter a mais complexa rede hidrográfica do planeta, com mais de mil afluentes. Diante deste quadro, a conclusão é óbvia: a sobrevivência da biodiversidade mundial passa pela preservação desta reserva.

Mas a importância deste reduto natural poderá ser, num futuro próximo, sinônimo de riscos à soberania dos territórios panamazônicos. O que significa dizer que o Brasil seria um alvo prioritário numa eventual tentativa de se internacionalizar esses recursos, como já ocorre no caso das patentes de produtos derivados de espécies amazônicas. Pois 63,88% das águas que formam o rio se encontram dentro dos limites nacionais.

Esse potencial conflito é algo que projetos como o Sistema de Vigilância da Amazônia procuram minimizar. Outro aspecto a ser contornado é a falta de monitoramento da foz do rio. A cobertura de nuvens em toda Amazônia é intensa e os satélites de sensoriamento remoto não conseguem obter imagens do local. Já os satélites de captação de imagens via radar, que conseguiriam furar o bloqueio das nuvens e detectar os navios, estão operando mais ao norte.

As águas amazônicas representam 68% de todo volume hídrico existente no Brasil. E sua importância para o futuro da humanidade é fundamental. Entre 1970 e 1995 a quantidade de água disponível para cada habitante do mundo caiu 37% em todo mundo, e atualmente cerca de 1,4 bilhão de pessoas não têm acesso a água limpa. Segundo a Water World Vision, somente o Rio Amazonas e o Congo podem ser qualificados como limpos.


Fonte: Eco 21
Ano XIV - nº 93 - Agosto - 2004
www.eco21.com.br

quinta-feira, julho 16, 2009

Celular: Em caso de emergência, ligue para AA

Assunto: Divulgue...Em caso de Emergência...]



*AA EMERGENCIA*

As ambulâncias e emergências médicas perceberam que muitas vezes nos acidentes da estrada os feridos têm um celular consigo. No entanto, na hora de intervir com estes doentes, não sabem qual a pessoa a contactar na longa lista de telefones existentes no celular do acidentado.

Para tal, os BOMBEIROS e o SAMU solicitam que todas as pessoas acrescentem na sua longa lista de contactos o NÚMERO DA PESSOA a contactar em caso de emergência. Tal deverá ser feito da seguinte forma: AA Emergencia,(as letras AA são para que apareça sempre este contacto em primeiro lugar na lista de contactos). É simples, não custa nada e pode ajudar muito aos BOMBEIROS e ao SAMU ou quem nos acuda.

Se lhe parecer correta a proposta que lhe fazemos, passe esta mensagem a todos os seus amigos, familiares e conhecidos. É tão-somente mais um dado que registramos no nosso celular e que pode ser a nossa salvação.


--

terça-feira, julho 14, 2009

O que há no Oceano? Oceano Plástico

As pessoas estão sempre acreditando que seus lixos particulares não interferem no meio ambiente.Que suas sujeiras são mínimas e que por isto podem continuar a jogar sua casca de banana no chão, a embalagem do cachorro quente na calçada e as garrafas plásticas podem ser esquecidas na areia da praia.

A Experiência

Em 1997, em uma das minhas classes de Ensino de Jovens e Adultos, fiz uma experiência com os meus alunos.
Separei a sala em duas turmas e perguntei se o lixo diário deles, de forma individual, poluia o meio ambiente. A resposta, claro, foi um sonoro não.
Então disse-lhes que juntassem o lixo diário deles em sacolas individuais, durante um único dia.Escolhi a sexta-feira para esta atividade. Antes de começar a aula, forrei o chão com uma lona e recolhi as cadeiras, formando um gigantesco U com elas.
Aos poucos os alunos foram chegando com suas "contribuições " e o chão da sala transformou-se num lixão público.Todos os 45 alunos participaram da atividade.O lixo tomou conta dos espaços reservados. Depois disto, com todo aquele lixo ali, acabei por dar uma aula de Literatura, como se nada tivesse cheirando na sala.
Aquela mistura horrenda de cheiros tomou conta do andar e outras professoras vieram saber o que havia. Acabamos por voltar ao assunto. Já que outros alunos da Escola vieram a sala também.
Daquele dia em diante as coisas mudaram. Os corredores da Escola passou a ficar limpo e as lixeiras, milagrosamente, "aprenderam" a ficar em pé. Até hoje, quando reencontro os antigos alunos, eles dizem que ficaram traumatizados com aquela atividade e alguns dizem que nem mesmo sementes jogam no chão.
Então comecei a pensar que em algumas situações, é válido usar de formas mais agressivas para a educação humana. Sem premiação, como fazemos com os nossos cachorrinhos.As pessoas pensam melhor quando são as vítimas de certas situações.
Isto podemos notar até quando lidamos com acidentes diversos, as pessoas se chocam e saem as ruas, revoltadas, quebrando tudo, como se o vandalismo trouxessem seus parentes de volta, curassem suas dores e resolvessem os demais problemas.

Lembro-me que sempre tomava remédios para toda e qualquer dor que me ocorresse e, um dia, estavamos preparando um trabalçho escolar e os médicos que vieram a Unidade Escolar para dar a palestra, mostrou alguns vídeos de pessoas que abusaram de remédios e com isto ficaram doentes, tiveram filhos deformados e sofreram aborto em consequência de auto medicação. Deste dia em diante aposentei minha caixinha de remédio. Aguento com orgulho cada uma das dores que se apresentam, optando por medicação apenas sobre orientação profissional, quando em caso de algum tratamento específico.

E por que estou falando disto?
Por receber ume-mail digno de revolta. Afinal nossos mares, rios, lagos e oceanos estão mais poluídos que tudo e nada se faz para resover. As pessoas vivem uma deseducação vertiginosa e esquecem que a continuação da vida depende de todos.
Quem sabe alguém lê isto e pensa melhor...Não custa sonhar...


Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave


MUITO TRISTE...
Um Oceano de plástico
Durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.

Foto do vórtex

No oceano pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros . Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.

Ocean Plastic

O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.


Tartaruga deformada por aro plástico

A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.

Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave

Segundo PNUMA, o programa das nações unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.

Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico

E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.

Fontes: The Independent, Greenpeace e Mindfully

Ver essas coisas sempre servem para que nós repensemos nossos valores e pricipalmente nosso papel frente ao meio ambiente, ou o ambiente em que vivemos.

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Amigos e Inimigos - Por Max Gehringer

*Sucesso** **Consiste** **Em** **Não** **Fazer** **Inimigos*
*(Max Gehringer) *
*Nas relações humanas, no trabalho, existem apenas 3 regras básicas*

*Regra** **número** **1*. Colegas passam, mas inimigos são para sempre. A
chance de uma pessoa se lem b rar de um favor que você fez a ela vai
diminuindo à taxa de 20% ao ano. Cinco anos depois, o favor será esquecido.
Não adianta mais cobrar. Mas a chance de alguém se lem brar de uma desfeita
se mantém estável, não importa quanto tempo passe. *Exemplo*: se você
estendeu a mão para cumprimentar alguém em 1997 e a pessoa ignorou sua mão
estendida, você ainda se lem bra disso em 2007.
* *
*Regra** **número** **2*. A importância de um favor diminui com o tempo,
enquanto a importância de uma desfeita aumenta. *Favor* é como um
investimento de curto prazo. *Desfeita* é como um empréstimo de longo prazo.
Um dia, ele será cobrado, e com juros.
* *
*Regra** **número** **3*. Um colega não é um amigo. *Colega* é aquela pessoa
que, durante algum tempo, parece um amigo. Muitas vezes, até parece o melhor
amigo. Mas isso só dura até um dos dois mudar de emprego. *Amigo* é aquela
pessoa que liga ou envia um *E-Mail* para perguntar se você está precisando
de alguma coisa. *Ex-colega* que parecia amigo é aquela pessoa que você liga
para pedir alguma coisa, e ela manda dizer que, *no momento, não pode
atender.* Durante sua carreira, uma pessoa normal terá a impressão de que
fez um milhão de amigos e apenas meia dúzia de inimigos. Estatisticamente,
isso parece ótimo. Mas, não é. A "*Lei da Perversidade Profissional*" diz
que, no futuro, quando você precisar de ajuda, é provável que quem mais
lhe poderá ajudar será exatamente um daqueles poucos inimigos.
Portanto, profissionalmente falando, e pensando em longo prazo, o sucesso
consiste, principalmente, em evitar fazer inimigos. Porque, por uma infeliz
coincidência b iológica, *os poucos inimigos são exatamente aqueles que têm
boa memória!*
*MAX GERINGHER*

quarta-feira, julho 08, 2009

Quando o assunto é discriminação...O Globo discrimina sindicalistas

O Globo discrimina sindicalistas‏






----- Original Message ----- *From:* Agência Petroleira de
Notícias
*Sent:* Tuesday, July 07, 2009 4:17 PM
*Subject:* O Globo discrimina sindicalistas

O Globo discrimina sindicalistas

Fonte: Sindipetro-RJ

República sindicalista: este era o jargão que os golpistas de 1964 usavam,
contra trabalhadores que ocupavam cargos de direção nos sindicatos, para
justificar as perseguições, prisões, torturas e mortes durante a ditadura.
Essa é uma página virada de nossa história que a sociedade repudiou e, para
que não houvesse dúvida, elegeu e reelegeu um sindicalista como presidente
da República.

A matéria “Sindicalistas criam esquema de ação política na Petrobras”,
publicada no domingo, 5, contendo várias páginas, informa sobre a existência
de 22 sindicalistas em postos estratégicos da Petrobrás, acusados de
administrar R$ 544 milhões, destinados a mais de 2.300 projetos sociais, em
938 prefeituras.

A reportagem tenta passar a idéia de que qualquer sindicalista é suspeito a
priori, o que não podemos aceitar. Trata-se de um ataque contra todo o
movimento sindical. Mas esse não é um preconceito gratuito.


CPI DA PETROBRÁS SERIA O ALVO DAS FALSAS DENÚNCIAS

- Tudo indica que a matéria pretende trazer mais elementos para justificar a
“CPI da Petrobras”, em andamento no Senado. O pano de fundo dessa campanha é
a articulação de interesses subservientes às grandes corporações
multinacionais, objetivando a pilhagem das imensas reservas de petróleo e
gás do Pré-Sal.

Além disso, não existe nem nas normas da empresa nem na lei nada que impeça
ex-sindicalistas de desempenharem qualquer cargo em empresas públicas.

Mas, se concordamos que, do ponto de vista ético, nada impede o
preenchimento dos cargos nos altos escalões da companhia por
ex-sindicalistas, o mesmo não se pode dizer da política que a maioria deles
vem desempenhando na Petrobrás. Tampouco compactuamos com eventuais
irregularidades.

Recentemente, nas eleições para a Petros, a Frente Nacional dos Petroleiros
(FNP) apoiou e ajudou a eleger candidatos que divergiam da política da
empresa. O
Sindipetro-RJ tem inúmeras ações contra a Petrobrás e a Petros. São ações em
defesa do nosso Fundo de Pensão, principalmente contra a Repactuação, em
defesa do Plano de Benefício Definido (BD) para todos os petroleiros e em
defesa dos direitos dos aposentados.

Quanto ao ato de protesto no hall da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em
novembro de 2007, foi uma ação política contra os criminosos leilões do
nosso petróleo e gás. Foi, ainda, uma ação em defesa da soberania nacional.
Em razão desse ato de protesto pacífico, vários companheiros estãosendo
criminalizados.

A reportagem tendenciosa, publicada em O Globo, que apóia os leilões das
reservas nacionais de petróleo e gás, visa tão somente desmoralizar a
empresa e os sindicalistas.


www.apn.org.br

É permitida (e recomendável) a reprodução deste texto, desde que citada a
fonte.

__________ Information from ESET NOD32 Antivirus, version of virus signature
database 4219 (20090705) __________

The message was checked by ESET NOD32 Antivirus.

http://www.eset.com

-------------------------------------
MAis sobre discriminação



EUA protestam contra declarações racistas de chanceler de Honduras

http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/090707/mundo/honduras_pol__tica_golpe_eua



nota repassada da comunidade DA INCUBADORA AFROBRASILEIRA

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=9220740


terça-feira, julho 07, 2009

Ensino Superior - Negritude - Quando o assunto é cotas para negros e outras minorias...





Recebi este e-mail sobre Cotas e mudança de opinião e, resolvi copia-lo aqui, porque quase todos os que leem meu blog, sabe que a muito tempo trabalho com Educação Complementar e vivo correndo atrás de vagas em Universidades. Aqui corro atrás de convênios para colocar nossos alunos em Universidades.´Fomos parceiros da EDUCAFRO até o último ano, quando mudou a diretoria e os novos preferem trabalhar de outra forma.Não que tenham desistido de trabalhar com Vestibular Comunitário, mas eles estão com outra experiência.


Nestes anos todos temos enfrentado diversas situações difíceis junto a Sociedade que sempre reprime as iniciativas das Entidades que defendem as minorias. Isto, infelizmente, acontece até nas classes necessitadas. Vejo que infelizmente a mídia atrapalha mais que ajuda, quando se põe contra trabalhos como os nossos.


Muitas Entidades Sociais trabalham com Vestibular Comunitário, mas não vou me estender.Leiam abaixo a opinião de Fred Oliveira.

COTAS: PORQUE MUDEI DE OPINIÃO

William Douglas, juiz federal (RJ), mestre em Direito (UGF),
especialista em Políticas Públicas e Governo (EPPG/UFRJ), professor e
escritor, caucasiano e de olhos azuis.

Roberto Lyra, Promotor de Justiça, um dos autores do Código Penal de
1940, ao lado de Alcântara Machado e Nelson Hungria, recomendava aos
colegas de Ministério Público que "antes de se pedir a prisão de
alguém deveria se passar um dia na cadeia". Gênio, visionário e à
frente de seu tempo, Lyra informava que apenas a experiência viva
permite compreender bem uma situação.

Quem procurar meus artigos, verá que no início era contra as cotas
para negros, defendendo - com boas razões, eu creio - que seria mais
razoável e menos complicado reservá-las apenas para os oriundos de
escolas públicas. Escrevo hoje para dizer que não penso mais assim. As
cotas para negros também devem existir. E digo mais: a urgência de sua
consolidação e aperfeiçoamento é extraordinária.

Embora juiz federal, não me valerei de argumentos jurídicos. A
Constituição da República é pródiga em planos de igualdade, de
correção de injustiças, de construção de uma sociedade mais justa.
Quem quiser, nela encontrará todos os fundamentos que precisa. A
Constituição de 1988 pode ser usada como se queira, mas me parece
evidente que a sua intenção é, de fato, tornar esse país melhor e mais
decente. Desde sempre as leis reservaram privilégios para os
abastados, não sendo de se exasperarem as classes dominantes se, umas
poucas vezes ao menos, sesmarias, capitanias hereditárias, cartórios e
financiamentos se dirigirem aos mais necessitados.

Não me valerei de argumentos técnicos nem jurídicos dado que ambos os
lados os têm em boa monta, e o valor pessoal e a competência dos
contendores desse assunto comprovam que há gente de bem, capaz, bem
intencionada, honesta e com bons fundamentos dos dois lados da cerca:
os que querem as cotas para negros, e os que a rejeitam, todos com
bons argumentos.

Por isso, em texto simples, quero deixar clara minha posição como
homem, cristão, cidadão, juiz, professor, "guru dos concursos" e
qualquer outro adjetivo a que me proponha: as cotas para negros devem
ser mantidas e aperfeiçoadas. E meu melhor argumento para isso é o
aquele que me convenceu a trocar de lado: "passar um dia na cadeia".
Professor de técnicas de estudo, há nove anos venho fazendo palestras
gratuitas sobre como passar no vestibular para a EDUCAFRO,
pré-vestibular para negros e carentes.

Mesmo sendo, por ideologia, contra um pré-vestibular "para negros",
aceitei convite para aulas como voluntário naquela ONG por entender
que isso seria uma contribuição que poderia ajudar, ou seja, aulas,
doação de livros, incentivo. Sempre foi complicado chegar lá e dizer
minha antiga opinião contra cotas para negros, mas fazia minha parte
com as aulas e livros. E nessa convivência fui descobrindo que se ser
pobre é um problema, ser pobre e negro é um problema maior ainda.

Meu pai foi lavrador até seus 19 anos, minha mãe operária de "chão de
fábrica", fui pobre quando menino, remediado quando adolescente. Nada
foi fácil, e não cheguei a juiz federal, a 350.000 livros vendidos e a
fazer palestras para mais de 750.000 pessoas por um caminho curto, nem
fácil. Sei o que é não ter dinheiro, nem portas, nem espaço. Mas tive
heróis que me abriram a picada nesse matagal onde passei. E conheço
outros heróis, negros, que chegaram longe, como Benedito Gonçalves,
Ministro do STJ, Angelina Siqueira, juíza federal. Conheço vários
heróis, negros, do Supremo à portaria de meu prédio.

Apenas não acho que temos que exigir heroísmo de cada menino pobre e
negro desse país. Minha filha, loura e de olhos claros, estuda há três
anos num colégio onde não há um aluno negro sequer, onde há
brinquedos, professores bem remunerados, aulas de tudo; sua similar
negra, filha de minha empregada, e com a mesma idade, entrou na escola
esse ano, escola sem professores, sem carteiras, com banheiro
quebrado. Minha filha tem psicóloga para ajudar a lidar com a
separação dos pais, foi à Disney, tem aulas de Ballet. A outra, nada,
tem um quintal de barro, viagens mais curtas. A filha da empregada,
que ajudo quanto posso, visitou minha casa e saiu com o sonho de ter
seu próprio quarto, coisa que lhe passou na cabeça quando viu o quarto
de minha filha, lindo, decorado, com armário inundado de roupas de
princesa. Toda menina é uma princesa, mas há poucas das princesas
negras com vestidos compatíveis, e armários, e escolas compatíveis,
nesse país imenso. A princesa negra disse para sua mãe que iria orar
para Deus pedindo um quarto só para ela, e eu me incomodei por lembrar
que Deus ainda insiste em que usemos nossas mãos humanas para fazer
Sua Justiça. Sei que Deus espera que eu, seu filho, ajude nesse
assunto. E se não cresse em Deus como creio, saberia que com ou sem um
ser divino nessa história, esse assunto não está bem resolvido. O
assunto demanda de todos nós uma posição consistente, uma que não se
prenda apenas à teorias e comece a resolver logo os fatos do
cotidiano: faltam quartos e escolas boas para as princesas negras, e
também para os príncipes dessa cor de pele.

Não que tenha nada contra o bem estar da minha menina: os avós e os
pais dela deram (e dão) muito duro para ela ter isso. Apenas não acho
justo nem honesto que lá na frente, daqui a uma década de
desigualdade, ambas sejam exigidas da mesma forma. Eu direi para minha
filha que a sua similar mais pobre deve ter alguma contrapartida para
entrar na faculdade. Não seria igualdade nem honesto tratar as duas da
mesma forma só ao completarem quinze anos, mas sim uma desmesurada e
cruel maldade, para não escolher palavras mais adequadas.

Não se diga que possamos deixar isso para ser resolvido só no ensino
fundamental e médio. É quase como não fazer nada e dizer que tudo se
resolverá um dia, aos poucos. Já estamos com duzentos anos de espera
por dias mais igualitários. Os pobres sempre foram tratados à margem.
O caso é urgente: vamos enfrentar o problema no ensino fundamental,
médio, cotas, universidade, distribuição de renda, tributação mais
justa e assim por diante. Não podemos adiar nada, nem aguardar nem um
pouco.

Foi vendo meninos e meninas negros, e negros e pobres, tentando uma
chance, sofrendo, brilhando nos olhos uma esperança incômoda diante de
tantas agruras, que fui mudando minha opinião. Não foram argumentos
jurídicos, embora eu os conheça, foi passar não um, mas vários "dias
na cadeia". Na cadeia deles, os pobres, lugar de onde vieram meus
pais, de um lugar que experimentei um pouco só quando mais moço. De
onde eles vêm, as cotas fazem todo sentido.

Se alguém discorda das cotas, me perdoe, mas não devem faze-lo olhando
os livros e teses, ou seus temores. Livros, teses, doutrinas e leis
servem a qualquer coisa, até ao nazismo. Temores apenas toldam a visão
serena. Para quem é contra, com respeito, recomendo um dia "na
cadeia". Um dia de palestra para quatro mil pobres, brancos e negros,
onde se vê a esperança tomar forma e precisar de ajuda. Convido todos
que são contra as cotas a passar conosco, brancos e negros, uma tarde
num cursinho pré-vestibular para quem não tem pão, passagem, escola,
psicólogo, cursinho de inglês, ballet, nem coisa parecida, inclusive
professores de todas as matérias no ensino médio.

Se você é contra as cotas para negros, eu o respeito. Aliás, também
fui contra por muito tempo. Mas peço uma reflexão nessa semana: na
escola, no bairro, no restaurante, nos lugares que freqüenta, repare
quantos negros existem ao seu lado, em condições de igualdade (não
vale porteiro, motorista, servente ou coisa parecida). Se há poucos
negros ao seu redor, me perdoe, mas você precisa "passar um dia na
cadeia" antes de firmar uma posição coerente não com as teorias (elas
servem pra tudo), mas com a realidade desse país. Com nossa realidade
urgente. Nada me convenceu, amigos, senão a realidade, senão os
meninos e meninas querendo estudar ao invés de qualquer outra coisa,
querendo vencer, querendo uma chance.

Ah, sim, "os negros vão atrapalhar a universidade, baixar seu nível",
conheço esse argumento e ele sempre me preocupou, confesso. Mas os
cotistas já mostraram que sua média de notas é maior, e menor a média
de faltas do que as de quem nunca precisou das cotas. Curiosamente,
negros ricos e não cotistas faltam mais às aulas do que negros pobres
que precisaram das cotas. A explicação é simples: apesar de tudo a
menos por tanto tempo, e talvez por isso, eles se agarram com tanta fé
e garra ao pouco que lhe dão, que suas notas são melhores do que a
média de quem não teve tanta dificuldade para pavimentar seu chão.
Somos todos humanos, e todos frágeis e toscos: apenas precisamos dar
chance para todos.

Precisamos confirmar as cotas para negros e para os oriundos da escola
pública. Temos que podemos considerar não apenas os deficientes
físicos (o que todo mundo aceita), mas também os econômicos, e dar a
eles uma oportunidade de igualdade, uma contrapartida para caminharem
com seus co-irmãos de raça (humana) e seus concidadãos, de um país que
se quer solidário, igualitário, plural e democrático. Não podemos ter
tanta paciência para resolver a discriminação racial que existe na
prática: vamos dar saltos ao invés de rastejar em direção a políticas
afirmativas de uma nova realidade.

Se você não concorda, respeito, mas só se você passar um dia conosco
"na cadeia". Vendo e sentindo o que você verá e sentirá naquele meio,
ou você sairá concordando conosco, ou ao menos sem tanta convicção
contra o que estamos querendo: igualdade de oportunidades, ou ao menos
uma chance. Não para minha filha, ou a sua, elas não precisarão ser
heroínas e nós já conseguimos para elas uma estrada. Queremos um
caminho para passar quem não está tendo chance alguma, ao menos chance
honesta. Daqui a alguns poucos anos, se vierem as cotas, a realidade
será outra. Uma melhor. E queremos você conosco nessa história.

Não creio que esse mundo seja seguro para minha filha, que tem tudo,
se ele não for ao menos um pouco mais justo para com os filhos dos
outros, que talvez não tenham tido minha sorte. Talvez seus filhos
tenham tudo, mas tudo não basta se os filhos dos outros não tiverem
alguma coisa. Seja como for, por ideal, egoísmo (de proteger o mundo
onde vão morar nossos filhos), ou por passar alguns dias por ano "na
cadeia" com meninos pobres, negros, amarelos, pardos, brancos, é que
aposto meus olhos azuis dizendo que precisamos das cotas, agora.

E, claro, financiar os meninos pobres, negros, pardos, amarelos e
brancos, para que estudem e pelo conhecimento mudem sua história, e a
do nosso país comum pois, afinal de contas, moraremos todos naquilo
que estamos construindo.

Então, como diria Roberto Lyra, em uma de suas falas, "O sol nascerá
para todos. Todos dirão - nós - e não - eu. E amarão ao próximo por
amor próprio. Cada um repetirá: possuo o que dei. Curvemo-nos ante a
aurora da verdade dita pela beleza, da justiça expressa pelo amor."


Justiça expressa pelo amor e pela experiência, não pelas teses. As
cotas são justas, honestas, solidárias, necessárias. E, mais que tudo,
urgentes. Ou fique a favor, ou pelo menos visite a cadeia.






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