domingo, dezembro 25, 2022

Bolo de banana com calda...

 Bolo de banana com calda 

Corte 3 bananas 

2 em 4 partes, no comprimento 

1 em rodelas.

Unte a forma pequena e polvilhe chocolate 50%

Coloque as bananas e despeje mel por cima delas.

Reserve


Massa

1 ovo 

½ xícara de água 

1 ¼  xícara de farinha de aveia

70 g de frutas cristalizadas 

⅓  xícara de açúcar demerara ou açúcar diet de culinária 

1 colher (sopa) de baunilha

Misture tudo muito bem

Acrescente o fermento. 

Despeje sobre as bananas reservadas.

Asse.

sábado, dezembro 17, 2022

Sobre o aniversário da minha irmã Jane e uma festa de copo e faca


 Sobre o Aniversário de minha irmã e uma festa de garfo e copo.



Foi o aniversário da minha irmã Jane. Fomos convidados para dividir essa felicidade com seus amigos.

Simpáticos e receptivos, mas eu sou uma capricorniana antissocial e estava lá com meu Gloogle drive aberto, escrevendo aquele livro eterno que ainda é projeto e "tals".

Sorri educadamente a quem me sorriu. Agradeci sinceramente a ajuda de uma querida que cuidou de mim e de minhas muletas. Entretanto, eu realmente parecia não estar na festa - mesmo que tenha cantando algumas das músicas junto com o excelente @EloiJr e seus convidados.

A festa para mim começou com um copo de gelo e um garfo.

Espere que já falo! Afinal, você deve estar se perguntando:

"O que um copo e um garfo tem a ver com uma festa?"

Eu conto.


Dona Rosalba terminou seu jantar e continuou tomando sua água. Com dificuldade motora, ela queria bater palmas para o cantor Eloi Jr e sua banda. O copo e o garfo eram seus aliados. Vi por um tempo ela brindar os músicos com seu copo. Ele tem a técnica perfeita. Sabe o ponto exato de bater e o som se expande. 

Inocente do uso inusual do copo, o garçom responsável por nossa mesa levou-o com os pratos, copos e garrafas. Dona Rosalba ficou sem ter como aplaudir. Seu rostinho decepcionado me deixou sem rumo. 

Levei um tempo caçando coragem, mas chamei o rapaz. Osvaldo, seu nome. 

Veio. Ouviu meu pedido. Educado. Bem-humorado.

Trouxe um copo limpo, gelo e o garfo. E você não pode mensurar a alegria de nossa amiguinha. O sorriso tomou a sua face. Eu ri junto. Sabe aquelas pequenas atitudes que servem mais a você  que ao outro?

Bem assim.

Depois disso, passaram pelo palco e pela performance vocal de Eloi Jr e seus convidados, Roberto Carlos, Tim Maia, Sandra (de) Sá, Milton Nascimento, Caprichoso, Garantido e muito mais, todos devidamente aplaudidos por dona Rosalba e seu copo cantante..

Confesso que aquele momento mudou minha noite. De repente não éramos mais pessoas estranhas que tem amigos em comum com o aniversariante. Éramos duas pessoas dividindo uma conquista. 

O senhor Osvaldo orbitou por nossa mesa discreto e respeitoso, sempre com um sorriso no rosto. Dona Rosalba sorria feliz e agradecida e eu segui me divertindo  com o show dos artistas, com a alegria da linda Rosalba e, por um instante, ali, o profissionalismo daquele homem nos uniu. Sei que depois de ontem esse será mais um detalhe que ele irá observar ao recolher uma mesa.E sei disso porque vi como ele absorveu a experiência e se divertiu com ela.


Parabéns, @cinquentona_2021 por escolher o @BomPrato para comemorar seu aniversário. Obrigada, linda  Rosalba por me dar um bom motivo para sorrir. Obrigada, senhor Osvaldo por me permitir ver a beleza de sua alma.

Foi uma noite divina. E vocês contribuíram com isso

A Humanidade tem muitas Rosalba precisando de ação sensível dos Osvaldo, às vezes, o que falta são Elisabeth para direcionar os olhos de um para o outro. 

segunda-feira, junho 06, 2022

Nesse dia dos Namorados, Presenteie-se


  
 
 Olá!

  Já contei por aí que há muitos anos resolvi meu problema de receber presentes. Cansei de esperar os outros lembrarem de meu aniversário. De verdade, só a minha irmã Ivette e meu amigo Eliezer Costa - carioca e que mora no Rio de Janeiro a vida toda - lembravam meu aniversário e me presenteava. Ela com bolo feito em casa e delicioso, ele com artesanato, toalhas, cartões e cartinhas. Então um dia, aos vinte anos, bate o pé e resolvi isso.

    Sou sincera, dou a cara sem cera nenhuma  para ser estapeada por quem acha que pode me bater: Eu me dou presentes. E sigo passos:

  1.  Procuro um fornecedor de confiança e contrato o trabalho. 
  2. Pago o serviço. 
  3. Crio as frases que quero no cartão.
  4. Exijo uma letra bonita. (hehehe)
  5. Marco o dia.
  6. Recebo como se não soubesse quem me presenteou. - Não, eu não invento nenhuma mentira para justificar. Digo apenas que recebi de alguém que deve me amar muito.
  7. Curto meu presente bem feliz.

    

Nunca tentou? Pois comece agora.

    Primeiro que não é necessário ter namorado para ser feliz. Namorado serve para dar dor de cabeça, aumentar o trabalho, criar expectativas e, por último, quem sabe, dar um pouco de alegria.
    Entende porque prefiro me presentear? É maravilhoso receber algo.  Um Álbum para fotos. Um vaso de suas flores prediletas. Uma cesta de café da manhã. Uma cesta de perfumes. E  o máximo mesmo é que tudo vem do seu gosto, pois você conhece suas predileções. 
    Quando a Boticário tinha ainda o perfume Inamoratta, eu me produzia toda e ia lá na loja do Shopping de São Mateus buscar pelo menos 1. Trazia, colocava dentro de uma caixa de presentes e  guardava até esquecer. Então um dia tropeçava nele dentro do armário e sim, eu o abria feliz. 
    Depois passei a usar Natura e Avon e eu encomendava como presente mesmo. Até tem uma amiga minha, que revende Avon, que sempre reservava alguma oferta que não vi e já deixava lá, para quando eu surtasse atrás de alguma coisa para me acarinhar.
   

Sim, as pessoas estranhavam quando descobriam que o presente que chegou para mim na sala de professores ou no escritório político em que trabalhava eram obras de minhas escolhas e resultado de meu suor. E sim, algumas achavam loucura ou falta de amor. Eu sempre respondia que na verdade é a melhor prova de amor que posso dar a mim mesma. Porque eu recebo o que quero, sem reclamar de ninguém.

    Outros perguntam se não gosto de receber presentes. Gosto e amo. Mas o fato de eu ter me treinado a ser e agir assim, todos os presentes que recebo de outros, de uma caneta a um computador, tenho a mesma reação de felicidade.  Como não coloco poder no outro, os presentes deles me são caríssimos e não tem valor  financeiro, tem valor sentimental, pois vejo no ato de quem me traz algo, pensando em mim, que ele gastou tempo imaginando o que me agradaria.
    E então? Vai tentar? Se sim, depois me conta nas minhas redes.
    Feliz Dia dos Namorados!


    

domingo, junho 05, 2022

Sobre "Enletrecer", meu texto no Recanto das Letras

 Olázinho para vocês, meus amores!


Não que eu me iluda que alguém um dia vá analizar, literariamente falando, um texto meu, mas aqui vou deixar um registro de como Enletrecer nasceu.

Um dia, preparando aula de "Escrita Criativa", lembrei que um texto é uma trama, como o padrão de costura, uma criação que se manuseia para obter um resultado TECIDO. e lembrei porque os te´ricos de Crítica Literária repetem continuamente essa definição.

"Enletrecer" traz a Teoria para a minha escrita. O texto nasce em mim,  no emaranhado e escondido sob a capsula que esconde meu verdadeiro eu e que antecede a máscara social que todos conhecem como Elisabeth. Aquele eu-lagarta, cria o fio que dá origem ao que surfe para os outros como prosa, conto, poesia, E acreditem, quem lê pode até estar de posse do texto original, mas desconhece quantas vezes mudei a agulha, utilizei tesoura ou agreguei mais fio. E se o texto chega em quem ler como eu o gerei, lá na minha forma lagarta, não significa que eu não o fiz passar pelo processo todo de costura. Sim, eu alinhavei, agreguei mais tecido e até cortei, porém desisti e o entreguei como o gerei. Orgulhe-se pois "Enletrecer" está como o escrevi dentro de mim.

Se sua pergunta é sobre como criei a palavra e acha que realmente entendeu, deixa eu confirmar: Sim, "Enletrecer" significa exatamente o que você entende: "Tecer Letras"

Agora vou voltar para as plantinhas.

Beijos e bonito Domingo.

Elisabeth Lorena Alves - Elisabeth Alves do Nascimento

PS. Essa semana eu escrevi: "Lar das Estrelas" e ""

Depois do adeus, o ódio. Todos no Recanto das Letras. Vai lá.

Agora é tchau mesmo!

sexta-feira, maio 06, 2022

Neologismo e Linguagem - Sextar é uma derivação imprópria?

 

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Público
Bom dia.
Sextou, foi?
Posso fazer uma pergunta?
Sextar é uma derivação imprópria?


Hoje minha postagem de retorno ao Facebook foi uma provocação sobre a palavra Sextar, já que hoje é sexta.
Sextar é uma Derivação imprópria?

Bem, isto faz parte de meus estudos da Linguagem, afinal, professor não deixa de estudar. Nunca, nunca!
A resposta é não. Sextar não é uma derivação imprópria, pois não mudou de classe sem a adição ou subtração de elementos morfológicos.

Para a criação da palavra utilizou-se o processo comum de adição de elemento gramatical ao substantivo sexta-feira e originou uma nova classe: um verbo.
Explicando: A Derivação Imprópria ocorre quando uma palavra tem sua classificação gramatical alterada devido ao contexto em que foi utilizada, ganhando, assim, um novo significado e ocasiona uma nova classificação. 


Nesse processo a palavra Primitiva não recebe nenhum acréscimo ou subtração. Ela é usada graficamente como na classe que lhe dá origem. 


Na Derivação ou Composição comum os verbos surgem dos substantivos e é o que ocorre em sextar.

E então? 
Entendeu?
É, eu sei, a ideia era brincar com o povo que cria ''hater'' nas publicações alheias, reclamando do "Purismo" de nós, professores. 
Beijos e fui.




segunda-feira, abril 25, 2022

Bom dia e boa semana e, com amor próprio é muito melhor!

Sobre Amores... 
 "O Amor de Deus não fere você.

O Amor próprio evita que você se permita ser ferido.
Só aceite dos outros o que você oferece."
E ofereça amor com respeito.

domingo, abril 24, 2022

Rofran, professora Leidenice e o concurso nacional da Câmara dos Deputados

 Olá!


E quando uma turma aqui do Amazonas, coordenada pela excelentíssima professora  Leidenice Cunha Pereira,  é premiada no concurso nacional da Câmara dos Deputados sobre a lei Maria da Penha! O que fazemos? Comemoramos, claro. 

E por isso que eu mandei um recadinho lá no Facebook para a turma da Escola Estadual Professor Rofran Belchior da Silva e estou postando aqui para os alunos que não tem acesso ao meu perfil e, vocês que me seguem e são professores podem se inspirar com esse curta lindinho. 

Trabalho realizado pelos alunos Ágata Janaína Lobato; Stephany Malcher e Thiago Azevedo, da terceira série do EM. 

Vamos lá:


Elisabeth Lorena Alves

Parabéns
! Um verdadeiro curta-metragem, perfeito com monólogo e imagens se casando. Um espetáculo de coerência imagética, sequenciado com excelência. 
Parabéns
, professora Leidenice Cunha Pereira, pois sei que o resultado do concurso nacional da câmara dos deputados sobre a lei Maria da Penha não seria possível sem sua contribuição.

E eu não fui a única. Segue a professora no Facebook e a escola no Instagram

sábado, março 12, 2022

Para a Páscoa: umas ideias...

 Olá!

Essa Páscoa acontece em Abril, dia 17. 

E eu estou pensando em umas ideias para decorar minha casa,

Vou colocar as ideias aqui e depois postar as que eu fizer. 

Para a mesa: esses porta-guardanapos são marcas de puro  estilos e são lindos!

Essas peças aqui são maravilhosas! E muito matinal, ambas! 



Essa guirlanda é muito fofa!

E essa decoração de cerquinha! Que tudo!




Já esses coelhos sobrepostos na almofada são um achado!
Eu fiz um jogo de copa e quero fazer uma aplicação. Quem sabe faço algo igual? 




E esses enfeites de porta? 
 
Um mais bonito que o outro...









segunda-feira, fevereiro 07, 2022

Sobre o passamento de Dona Ruth Pereira Karbstein

Quem me acompanha aqui sabe bem que eu tenho uma grande amiga, de origem libanesa, que esteve na primeira guerra e que fez muito por nosso país. Eu falei dela aqui.
Ela nos deixou.
E nunca retribuiremos tudo o que ela fez por Guaianases.
Sua luta por Segurança, Educação e Saúde foi essencial para nosso Bairro. Conheci quando fui convidada para ser secretária do #ConsegGuaianases e por anos trabalhei com ela, auxiliando-a em seu trabalho. A amizade veio devagar, mas nos irmanamos, apesar de eu ser pouco mais que uma adolescente. Era um livro de História e um Poema de Amor ao próximo.

Doou muita Cesta Básica, Brinquedos, Material Escolar, roupas e calçados para as pessoas que procuravam as Associações.
Excelente professora, nunca abria mão do Ensino.
Perdemos um marco de nosso Bairro.
Meus sentimentos a toda a Família Karbstein.
Obrigada por tudo, Dona Ruth Karbstein.
"Outra vez nos veremos, quando juntos no Céu ao Senhor louvaremos'' (Gióia Jr).
Obrigada, Franklin Karbstein e a todos os seus irmãos por nos doar o amor de sua mãe.



domingo, fevereiro 06, 2022

Opinião: Mãe ou Pessoa Lactante

Fico estarrecida com certas conversas na Internet e, pior, fico triste com estudos que a título de resolver o problema de uns cria problemas para outros.
A fala da vez é a substituição do termo Mãe por pessoa lactante.
Não é novidade para todos os que me seguem que sou de família desajustada e fui agregada em diversas famílias substitutas desde os 10 anos e antes disso vivia com minha avó até sua partida. Foi ela quem me ensinou o conceito de família e que maternar é muito mais que parir. Foi com ela ainda que descobri que ser mãe é cuidar com amor, E,  por isso, como professora que sou, não entendo esse desespero de esvaziar o significado desse nome por qualquer outro motivo. 
Não se justifica retirar o respeito e direito de uns para cobrir outros que já estão cobertos pelo termo que temos. Paternar e maternar pode ser uma ação solo ou conjunta e , obviamente não está localizada no ambiente ''família normativa/convencional'', até porque no que tange principalmente às mulheres, elas tem sido mães solos desde sempre. A nova nomenclatura apenas restringe e cria um problema para a maternidade agregada, adotiva, mista e descontinuada que na maioria dos casos não ''amamenta''.
Nem gerei e nem amamentei e sou mãe e avó apaixonada pelas crias. 
As desculpas para essa nova ''coisa'' é que as ''novas famílias'' vão sofrer abusos e se sentirão inferior por causa do uso da palavra. Novas famílias existem e existirão e serão absorvidas como as que foram novidades antes, como as mães solos, irmãs/irmãos que foram obrigados maternar/paternar por diversos motivos que afastaram a figura da mãe e pai. A Sociedade foi aos poucos aceitando-os e há leis que os protege. Na minha humilde opinião criar um termo tão restritivo justamente quando maternar já é extremamente abrangente é, em si, aprisionar a maternidade e transformá-la na bruxa da vez. 
E se é para não ''disparar gatilho'' esqueceram de ''estudar'' a opinião de mães que não conseguiram nem com remédio e nem com reza amamentar suas crias e convivem com a 'culpa' de ter negado o alimento aos filhos.

quinta-feira, janeiro 27, 2022

Opinião: Ainda sobre livros - Não permita que ninguém lhe proíba de ler

 

Sobre suprimir o Conhecimento Literário
Infelizmente não é uma intenção nova. Nos anos 80, eu, Elisabeth Alves, ouvi na escola que a obrigatoriedade da leitura dos clássicos era uma forma da #CasaGrande oprimir a #Senzala mostrando-lhes sua superioridade. Deprimida com a impossibilidade de estudar sobre Machado na escola, contei em casa e minha tia, que era louca, disse que a tal professora nunca tinha lido nem Gilberto Freire e nem Machado porque não havia nada mais libertador que saber que um negro, doente de mil males, fraco e algumas vezes cego tinha conseguido usar tão grandiosamente uma ferramenta grandiosa como a Língua. Confesso que não entendi a grandeza do comentário da minha tia, mas através dela aprendi muito sobre o que é usar a linguagem e a Arte - ela pintava, como instrumento de defesa.
Hoje alguns especialistas constantemente apontados pelos servidores do ''desculturamento'' fazem coro à necessidade de mudar o currículo escolar suprimindo os grandes de todas as épocas, embora já não use Gilberto Freire como base de defesa...
Para mim que nasci no subúrbio do subúrbio de São Paulo e tive que trabalhar aos 10 anos para poder comer e dormir, Machado, Bilac, Lobato foi conforto, alimento, psicólogo e pais. Malba Tahan, Sergio Porto e muitos outros foram minhas únicas oportunidades de ver fora de meu bairro dormitório.
Tirar do jovem a oportunidade de conhecer as histórias desses grandes é aumentar o distanciamento social sim, é demarcar espaço e nivelar por baixo.
Devemos antes de tudo investir desde uma afalbetização mais inteligente e sem aprovação automática até a insercão dos autores e autoras esquecidos.
Temos que ampliar o conhecimento e não suprimi-los.
Diga-me se essas aberrações anticulturais conseguem construir um cenário como o pintado por Aluísio Azevedo para narrar a morte de José da Silva?
Acha que esses energúmenos conseguem criar um engano tão grande depois de deixar claro quem é o autor do assassinato que nós até nos sentimos montados no cavalo com a vítima e já sentimos a morte com a chegada dos ciganos?
Ou ainda descreveriam o por do sol e o surgir da lua com tamanha exatidão que você até vê a lua se empoderar - para usar um termo de hoje - e o sol trênulo fugir no céu?
Acho que essa fobia contra a Literatura e sua marginalização são apenas sintoma da inveja de alguns estúpidos travestidos de intelectuais da última hora.
A escritora Iris Murdoch declarou sobre o assunto que porque a Arte desmascara e eles são adeptos da enganação.
Então devemos entender que esses falsos pensadores nada mais são que reprodutores das ideias de alguns que por uma ideologia ou outra querem nos oprimir.
Falei e disse.
Sou Elisabeth Lorena Alves . E estou revoltada


segunda-feira, janeiro 24, 2022

Análise Pessoal de GIRA-MUNDO (Regina Ruth Rincon Caires)

 GIRA-MUNDO 

A minha atividade de hoje aqui no blog é uma resenha sobre um texto de Regina Ruth Rincon Caires que por sinal está hoje na página da Revista Zamisdat com outro conto navalha maravilhoso que também vale a pena ler. 

Bem, aqui segue minha leitura de Gira-mundo. Antes, a figura que escolhi para minha postagem não é a mesma da autora. Escolhi um gira-mundo de tecido porque ele representa nova vida, mas também está ligado com tudo o que a pessoa presenteada viveu até o momento em que o recebe. 

Espero que curtam minha escrita

GIRA-MUNDO (Regina Ruth Rincon Caires)



Texto escrito para o Desafio Engrenagens da Criação sob o pseudônimo  ANACLETO GRALHA. 


Gira-mundo, um conto de arte

“Um velho relógio de parede numa fotografia — está parado?”
Mário Quintana

Introdução

O Conto é uma fotografia da alma adquirida com o olhar de quem escreveu. Desde o início, quando conhecemos Rosaldo e descobrimos sua origem, som e imagem se fazem presentes: "E ele continuava lá, quieto, imóvel, com a lama ressecada recobrindo o corpo feito casca de árvore. Com o canto das unhas lascadas e imundas, empurrava a crosta que se formava sobre o joelho. Aquele som craquelado lhe dava prazer." Não há como pensar esse texto sem ouvir o som do barro quebrando e sem ver o corpo-casca de árvore do menino! Embora, dizer que um texto é imagem é quase uma pleonasmo vicioso. A escrita tanto para o autor quanto para o leitor, pede imaginação e o ato de imaginar nada mais é que o mesmo que criar imagem. Entretanto, a autora de ''Gira-mundo'' cria um espaço imagético grandioso que se repete na mente do leitor. Os sons, detalhes e cenários criados apenas se repetem sob o olhar de quem lendo, acessa o banco de imagens que está posto no texto. Grandiosidade que vejo em Euclydes da Cunha, Alberto Rangel  e em  Ernest Hemingway. Sim, a autora consegue criar a ''fusão de luz e de sombras'' que tornam os cenários de sua escrita móveis, maleáveis ao solo imaginativo de quem vê sua escrita.

Da estrutura e Linguagem

O conto tem uma estrutura bem marcada. Começo, meio e fim seguindo um propósito de engrenagem, porém sem marcas específicas – e nisso está todo o deslumbramento do texto. A Personagem bem marcada segura bem o enredo.O narrador tem uma fala mais informal utilizando de palavras e expressões de um vocabulário próximo do popular, recriando algumas. O tempo é psicológico, levando de forma cronológica a narrativa que apresenta Gira-Mundo bem acentuado.
A Linguagem é bem acertada. As imagens criadas são amplas, cobrem bem tanto o que a narrativa exige para contar a história. Similar na narrativa ao conto “Mata, matraca, catraca”, aqui, porém, não há uma engrenagem visível, marcada por algo. É, ao meu ver, um espetáculo de narrativa imagética, enquanto o outro prende no ritmo, Gira-Mundo prende no jogo de luz e som. O uso da Semântica é praticamente uma segunda pele do texto, segue o ritmo, toda vez que muda o ambiente o campo de significados acompanha e se estende com presteza, sem exageros, como tinta colorida em uma tela, pontos que sugerem mais do que retratam e por isso mesmo faz do risco arte.
Os dois contos podem ser analisados partindo da ideia de que Gira-mundo é uma viagem a um ser humano – sem ser Fabio Jr, sim, eu tinha que pensar nele – mostra, sutil, mostra como a vida passa pela personagem principal e a muda, devagar, aos poucos. Mata Matraca conta o tempo de um homem sem chegar dentro dele, sem apresentar suas nuances e por isso mesmo é belo em seu espaço. Ambos são narrativas muito bem elaboradas e que não deixam espaço para o leitor ficar entediado.

Para ser sincera, alguns textos deste Desafio me fizeram ir além do olhar do leitor comum, que é algo que tenho orgulho de manter apesar dos anos de estudo de Teoria e Literatura e, quem me conhece sabe que não sou pessoa de jogar na cara de ninguém o que sei. Para mim uma leitura precisa ser antes de tudo lida e só depois digerida. Gira-mundo não nos dá essa possibilidade. Na verdade ele me fez ser exatamente o leitor que Ruth Silviano Brandão descreve, aquele que lê o “ texto literário sublinha, seleciona, reescreve” o que foi lido.
Entretanto não há como de fato reescrever esse conto, ele está pronto, uma ópera magistral. E tanto é que me remete não só a uma das composições de Mário Quintana, me leva a reler na mente o livro Esconderijo do tempo.
Fiquei lutando com esse texto e me perguntando como assim que esse conto não diz aonde vai, engana-se Jean-Bertrand Pontalis, ele sabe seu destino e é perfeito, uma fotografia do correr da vida desde o momento que se acorda – para a real existência, quando se percebe humano: “− Anda logo, moleque! Vá se jogar na água limpa antes que esse barro todo vire pedra! Avie!” e que modo de se descobrir vivo!
Seis horas, talvez? Ele amanhece aí, um dia inteiro pela frente… Diferente de “Mata matraca catraca” que marca o tempo com a brincadeira fonológica e usa o tempo do relógio de forma comum, Gira-Mundo faz as engrenagens da vida fazer seu trabalho de forma silenciosa. Como é a passagem da vida e como são seis horas, então como diria Quintana, “há tempo…”. E porque há tempo o menino pode brincar com o barro e o narrador construir esse cenário semântico digno de uma fotografia, onde figuram a sinestesia: “Aquele som craquelado lhe dava prazer. Não era pelos ouvidos que o percebia, ouvia com o gosto e estética. A cena descrita do pai é digna de uma música: “O corpo enlameado do pai, reluzindo ao sol, mostrava uma esbelteza que não lhe era própria. (…). É ler e ver a cena: “As várias camadas de lama ocultavam o peito esquálido, pobre de carnes. E, quando se erguia, atolado até a cintura, infalivelmente, trazia na mão um agitado caranguejo.” Sim, o texto se estampa como uma fotografia, em alguns segundos o leitor tem uma experiência perceptiva e a identificação acontece, seja na vida ou na arte, ele já viu algo similar, não necessariamente com barro e, depois disso surge a interpretação. O texto em todo o tempo nos coloca em uma experiência mental e ótica constante. O que não acontece no conto narrado por Admirável Mundo Novo, pseudônimo utilizado por Catarina Cunha nessa edição do Desafio.
Vale lembrar “no campo das relações interartísticas, as propostas se multiplicam”, escreve Tania Franco Carvalhal e, Marilene Weinhardt completa “Criar em literatura é estabelecer diálogos entre textos”, entretanto encontrar dois textos que se conversam em um mesmo Desafio é raro e só não fiz uma análise realmente comparativa porque deixaria de apresentar as malhas da narrativa de Anacleto Gralha – menino que nome diferente!

Ainda sobre texto fotográfico,  Merleai-Ponty mostra que *“Ver é entrar em um universo de seres que se mostram, e eles não se mostrariam se não pudessem estar escondidos uns atrás dos outros ou atrás de mim. Em outros termos, olhar um objeto é vir habitá-lo e dali apreender todas as coisas segundo a face que elas voltam para ele. E quando o que vemos é um texto como esse , fica fácil viajar em suas nuances e descobrir o que cada pincelada escondida em forma de palavras e significados estão nos contando.
Cada movimento da narrativa tem o poder de produzir identificação e proximidade no leitor como se ele fosse na verdade espectador de uma imagem exibida em tela. Na verdade o crítico Ismail Xavier definiria esse texto como uma decoupage perfeita porque consegue transmitir todas as cenas sem mostrar os cortes – e de decoupage eu entendo, e quase nada de cinema.

E que força tem esse narrador! Ele nos guia calado, sem dizer nada sobre si, só monitorando as mudanças das cores e dos passos da dança que quer executar.

Assim, é interessante notar que Gira-Mundo é uma criação literária, porém não é imoto, pelo contrário, sendo um relógio em uma fotografia, ainda assim move-se. Para falar da situação de miséria sem citar as palavras que a denunciam, cria um campo visual: “Andava cansado do manguezal. (…) acompanhar o pai na cata de caranguejo (…) Aquele alagadeiro acatingado o agoniava. (…) …o sabor do cozido, feito com o refugo dos caranguejos, (…) Sem gosto, sem graça. Insosso.”
A alma nômade não passa desapercebida pelos olhos sábios da mãe e a narrativa a apresenta com simplicidade: “− Homem, esse menino é fraco de apego, parece que vive tentado, cheio de ilusão…”. Nas palavras do pai o filho se ajeita só, se apoiado: “ Só precisa da nossa bênção.” Mas o cigano tinha alma solta e só. Há ainda nessa parte do texto uma grande sacada entre criar projetos a partir do que ouve: “Rosaldo, alma nômade, ouvia e aparafusava cada palavra.” Aparafusar entra no texto como arquitetar e é um novo significado, mas que sempre esteve aí. Um projeto desses precisa ser todo ele muito bem acabado, sem pontas soltas. A audição é inspiradora para ele, antes lhe deu a sensação de paladar na criação sinestésica já estudada.
E de novo o relógio se move silencioso. Rosaldo saiu do manguezal e “enveredou-se no ofício de engraxate.” Vivia abaixado para pegar caranguejo, vive agora abaixado, cuidando de sapatos alheios. Uma atividade que tem suas próprias leis, “hierarquia severa. Ocupar uma praça exigia licença do líder.” Porém, mesmo aprendendo como lidar, não aceitava o modo em que os colegas de profissão tratavam os clientes. E para assinalar o fato o narrador trabalha com a ideia de justiça: “O preço deveria ser justo, sem maquinação.”, de respeito: “Havia certo escárnio no trato, artimanha descabida.” e honestidade “Percebendo que não mudaria o vício do bando, procurou se distanciar, pouco a pouco.” E aqui, o que antes era comunidade, com o conhecimento das pequenas corrupções cometidas no meio, o narrador reproduz o retrato colocando duas palavras de forte significados juntas: “o vício do bando”.
De novo outro avanço na história. Rosaldo conhece outro espaço, tão braçal como os anteriores, o ambiente de pescado. Para uma alma sedenta de viagem, estar preso a um equipamento de transporte de itinerário tão restrito não era o sonho dourado e a escolha pelo pescado e não pela pesca passa primeiro pela personificação: “O mar não lhe iludiu” e desemboca em um eufemismo, afinal, não se deixou seduzir por “aqueles barcos que desinteiravam famílias”
Já o nome do estabelecimento é de uma ironia fantástica: Esmeraldino do Beco. Lembrar que esmeralda é uma pedra valiosa e que não seria deixada em qualquer lugar. Mas com Esmeraldino vem uma nova paixão: o futebol. E aqui a narrativa insere fragmentos históricos interessantes. Retratando o real na ficção, aqui percebe-se que o tempo cronológico está situado em meados dos anos 60, o roedor que desafia o árbitro do jogo é Castor de Andrade Corria ano de 66 se deu o fato. O árbitro Idovan Silva marcou uma penalidade duvidosa e o homem endiabrado entrou de armado no campo e a coisa não esquentou porque a segurança do estádio era especializada e o tirou do caminho. Para as crônicas futebolistas o quase atentado é um marco. E com isso nosso personagem perde a ilusão com o esporte. Entendeu que o jogo acontecia fora do gramado: “ rodava no ritmo e na força das balas do tambor. Cartas marcadas, enganação dos sentidos.” E de novo a corrupção faz com que ele mude o rumo.
E daí foi para o samba. E mais um espetáculo semântico em todo o cenário do samba. E poesia: “ Recusou o convite de fazer parte da bateria, não queria mãos presas (…). No samba, como na vida, precisava do corpo todo para se entregar, sem amarras. Sem controle.”
E aí deu sexta-feira, sem que ele visse. Virou homem “entre o jogo do bicho e o samba”. De tudo o que foi contaminado pelo poder do dinheiro, ele deixou, menos samba, “este não abandonava a alma de Rosaldo. Era paixão moldada.” E seus amores eram todos de carnaval.E aqui há a metáfora para paixão: “ Bastava acabar a folia” e ele mudava de “um barraco para outro”. Para mostrar seu desapego a narrativa afirma: ‘Só levava as roupas, nada mais.” E surge um desfile de flores até Aurora, com ela “foi mais que rabicho.” Com ela foi “benquerência” , e junto de seus “de guéri-guéri” veio a decepção, ela amava outro. Mas era sincera, contou que a barriga não era dele, era “Escrupulosa, percebendo o entusiasmo desmedido do companheiro, mesmo com o coração em frangalhos, (…) contou-lhe a verdade. E veio Carlota. “Logo as roupas de Rosaldo rolaram para outro barraco.”
O relacionamento com a aderecista rendeu algumas horas de seu relógio, “foi a companheira de muitos carnavais.” Cuidava dela e dava broncas pelo vício da bebida: “Mas ele também sabia que seria sempre um fraseado sem resultância. Falava por amar.” E essa jogada: falava por amar! Crú, inesperado, bate na fala do pai e volta, justo pelo “fraseado sem resultância”, marca paterna, em que a quebra da sequência, a informação de que a parceira e o Rosaldo são almas iguais de teima. E nisso, nessa “fala por amar”, volta o passado e a certeza de que o pai tão seco quanto o barro que trincava tinha amor por ele.
E de novo, uma perda, morre Carlota e entra Clarice. Mas ela é o anticlímax. Observe que não teve mudanças de barraco, a alma dele enfim estava escapando do barro que a amálgama, iludindo-o.
E o final é brusco, interrompe a sequência de mudanças locais, sempre no mesmo eixo, de cabeça baixa, de bola que rola sem parar, de jogo que não enriquece, de samba que aquece mas que não cumpre a sina. Uma nova mudança. Mas não de barracão, é um pulo do adulto aos planos infantis que a mãe via nele. O relógio sem parada, que é só ida, é uma engrenagem em rosca no sonho, sem porto fixo, só girando. E indo a um ponto desconhecido é viver ou morrer, é subjetivo, afinal, o trem pode ser real, mas pode ser só a maria sem fumaça da vida que só agora ele que embarcou.

É assim que se dá sua viagem. Quando ele observa o povo pela plataforma,está no banco que é igual ele, tem estrutura forte e capa frágil. A estrutura dele é seu ideal de ir além, segue com ele ainda, a capa é tanto o corpo que envelhece quanto as vivências que interromperam seu desejo de seguir viagem, soltar as asas.
E de novo o texto mostra a forma poética. Burburinho brota, “passos apressados”, uma hipérbole em montoeira e uma comparação: “Parecia bloco de carnaval sem samba. Sem graça.”
Aqui começamos com uma catacrese “Os trens chegavam e partiam (.)”, olhamos e entendemos e pelo hábito do uso, existe no leitor a demora para lembrar que na verdade os carros ferroviários são guiados, não tem vontade própria – como o processo da vida de Gira-Mundo. Ele está aí, já não é mais sexta-feira, mas já são sessenta anos, os sons as das articulações envelhecidas comungam com “ o som das frenagens,” suas lembranças das experiências de vida tão olfativas estão no “cheiro de graxa”, o atrito assobiado das rodas das locomotivas nos trilhos, o destempero do corpo cansado está ali no “ calor subindo das ferragens”.
Suas esperanças de seguir os projetos aparafusados encontram-se na poesia será que “Agora, é tarde demais para ser reprovado… (666, QUINTANA, Mário). Os “passageiros negligentes” são as inquietações de um nômade que viveu perto demais do ninho, embora a alma fugisse, seja para as delícias do som das cascas de barro que cobria o menino, seja para as lutas por justiças solitárias do engraxate, seja para os amores. “As rodas” que seguem “sempre no mesmo sentido” é a própria existência do homem Gira-Mundo. O modo correto para fugir de tudo era fugir, mas não mocosar-se como o adolescente que escondera perto da mãe quando não pode lutar contra a corrupção dos engraxates.
Ao observar as mãos, eis que os sessenta anos que estava já aflorado, se apresenta a ele, reais, um por um, nas cicatrizes “encrostadas,” na “ pele envelhecida,” e dá-se o resgate, o perdão do homem ao menino coberto “da lama seca do mangue.” Sensação tão forte que o hábito antigo de tirar da pele a lama com a unha despertou e a lembrança da derme dura feito “escama, feito casca de árvore” voltou forte.
É, ao fim do texto, só uma esperança, que Rosaldo possa ter conseguido entender que “A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.” e talvez embarcar no trem seja a melhor forma de terminar a tarefa.
O conto é uma síntese do que foi ou é a vida de Rosaldo, foi através da narrativa de sua história que “a casca dourada e inútil das horas” que perfazem sua existência chegou até nós. 


M. Merleau-Ponty in Fenomenologia da Percepção

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