quinta-feira, setembro 19, 2013

Mas o meu prazer - Por Jane Uchoa


‘’Vou deixar de comer isso?
Mas o meu prazer é comer!”

Quando ouço esta frase, concluo que o caso em questão é bem mais sério do que estou imaginando.
Usar a comida como fonte de prazer, é a porta de entrada que se abre para muitas doenças. Sabemos o bombardeio que o açúcar promove no corpo, a sensação de bem-estar, euforia, alegria...momentâneos é claro, e que os alimentos gordurosos são os que mais atraem, seja pela textura ou pelo sabor, pela foto dele na placa da lanchonete. Ninguém saliva ao ver uma barra de cereal ou um pão integral escuro com alfaces, nem eu, mas inconscientemente sabemos o valor que se esconde ali. Feinho, sem atrativos, porem nutritivo e não agressor aos vasos sanguíneos. E atrás de uma enorme pizza regada a óleo, catchup, maionese e refrigerante com os amigos rindo e comemorando sei lá o quê, escondem-se milhares de problemas psicológicos que não se resolvem no consultório de clinica médica.
Junto com este prazer de comer as gorduras, frituras, carboidratos e açucares constroem-se por anos umas plaquinhas que se depositam nos vasos sanguíneos que estreitam a passagem do sangue, fazendo com o que a pressão arterial aumente e este aumento leva a lesões internas dos vasos, que por sua vez formam trombos, que se destacam e formam embolos que viajam pela circulação e chegam ao coração fazendo um infarto. Antes disso cansaços, arritmias, indisposição, idas e vindas ao pronto-socorro com pressões altíssimas que podem sangrar o nariz, dores de cabeça alucinantes, sensação de paralisia de um lado do corpo, dor na nuca, vômitos, tonturas, que também podem fazer um acidente vascular encefálico chamado popularmente por derrame cerebral e que quando não leva a morte, leva ao confinamento em uma cama por meses, anos a fio levando a pessoa a ser cuidada por outros integralmente, insuficiência renal que leva ao procedimento de dialise ou hemodiálise e outras complicações. Junto a tudo isso obesidade, baixa auto estima pela perda da silhueta, e hoje em momentos de revoltas e reivindicações levantam-se até bandeiras de “”abaixo a gordofobia””, nada mais do que um tentativa de justificar seus problemas não resolvidos.
Prazeres da mesa que levam a prejuízos incalculáveis, e estamos falando apenas de um fator para desencadear este processo doloroso e mortal. Sem falar de fumo, álcool e sedentarismo. Os números são alarmantes e preocupantes:
“Em relação aos custos, em novembro de 2009, houve 91.970 internações por DCV, resultando em um custo de R$165.461.644,33 (DATASUS). A doença renal terminal, outra condição frequente na Hipertensão Arterial, ocasionou a inclusão de 94.282 indivíduos em programa de diálise no SUS, registrando-se 9.486 óbitos em 2007’’ (Ministério da saúde - VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão)
Isso não é um problema nacional, é um problema mundial. A Obesidade, má alimentação, o estresse, a vida cada vez mais manipulada por máquinas e a cabeça desorganizada diante tudo isso estão levando pessoas a ficarem doentes, principalmente por problemas cardiovasculares que começa na hipertensão arterial.
Tudo isso por um prazer efêmero de satisfazer o corpo com alimentos impróprios e em quantidade desnecessária para compensar frustrações e preencher vazios que não são fome.
Prazer caro e insano que pode ser substituído por atividades físicas, ler um livro, sair pra passear com o cachorro, brincar com os filhos ou netos, viajar, meditar, assistir tv ou simplesmente ficar sozinho. A comida é combustível para alimentar o corpo e não rota de fuga para problemas psicológicos. Antes de se perguntar por que não emagrece, pergunte como vai sua cabeça e sua vida e procure um psicólogo para então recomeçar seu plano de vida saudável, este profissional é tão importante quanto o cardiologista, depois procure uma academia e um professor de educação física, academia não é GASTO é INVESTIMENTO, o mesmo dinheiro que você economiza hoje com atividades físicas e acha que é “luxo” ou que é “caro” é o mesmo que você gasta em comida no fast food e será o mesmo que você gastará amanhã com medicamentos e fraldas quando fizer um derrame e ficar acamado dependendo de outros.
Entender o que se come também é necessário. Saber o que é proteína, carboidrato, sais minerais, vitaminas e suas combinações é fundamental para aprender a comer. A internet serve muito neste aspecto, sites seguros e informativos ensinam o que se pode comer ou o que é desnecessário comer, os alimentos e suas funções. O tradicional arroz, feijão, macarrão, farofa e carne é um absurdo e um bombardeio para o corpo (arroz/feijão/ macarrão/farinha) são quatro carboidratos em um prato só e em uma refeição, para comer isso tudo você teria que ter um gasto altíssimo e nem quem tem (atletas) faz essa extravagância toda. Comer dois, três pães no café da manhã também é outro absurdo, está comendo com os olhos e não com a boca.
Portanto...
- Vamos passear na floresta (caminhada) enquanto sua hipertensão (doença) não vem.
- Tá pronta dona hipertensão?
- Estou tentando te alcançar mas você anda muito rápido!

Escrito em 10/09/13 pela Enfermeira Jane Uchôa, 42 anos, malhadora e que busca prazer em coisas que não causam efeitos colaterais.

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