terça-feira, julho 14, 2009

O que há no Oceano? Oceano Plástico

As pessoas estão sempre acreditando que seus lixos particulares não interferem no meio ambiente.Que suas sujeiras são mínimas e que por isto podem continuar a jogar sua casca de banana no chão, a embalagem do cachorro quente na calçada e as garrafas plásticas podem ser esquecidas na areia da praia.

A Experiência

Em 1997, em uma das minhas classes de Ensino de Jovens e Adultos, fiz uma experiência com os meus alunos.
Separei a sala em duas turmas e perguntei se o lixo diário deles, de forma individual, poluia o meio ambiente. A resposta, claro, foi um sonoro não.
Então disse-lhes que juntassem o lixo diário deles em sacolas individuais, durante um único dia.Escolhi a sexta-feira para esta atividade. Antes de começar a aula, forrei o chão com uma lona e recolhi as cadeiras, formando um gigantesco U com elas.
Aos poucos os alunos foram chegando com suas "contribuições " e o chão da sala transformou-se num lixão público.Todos os 45 alunos participaram da atividade.O lixo tomou conta dos espaços reservados. Depois disto, com todo aquele lixo ali, acabei por dar uma aula de Literatura, como se nada tivesse cheirando na sala.
Aquela mistura horrenda de cheiros tomou conta do andar e outras professoras vieram saber o que havia. Acabamos por voltar ao assunto. Já que outros alunos da Escola vieram a sala também.
Daquele dia em diante as coisas mudaram. Os corredores da Escola passou a ficar limpo e as lixeiras, milagrosamente, "aprenderam" a ficar em pé. Até hoje, quando reencontro os antigos alunos, eles dizem que ficaram traumatizados com aquela atividade e alguns dizem que nem mesmo sementes jogam no chão.
Então comecei a pensar que em algumas situações, é válido usar de formas mais agressivas para a educação humana. Sem premiação, como fazemos com os nossos cachorrinhos.As pessoas pensam melhor quando são as vítimas de certas situações.
Isto podemos notar até quando lidamos com acidentes diversos, as pessoas se chocam e saem as ruas, revoltadas, quebrando tudo, como se o vandalismo trouxessem seus parentes de volta, curassem suas dores e resolvessem os demais problemas.

Lembro-me que sempre tomava remédios para toda e qualquer dor que me ocorresse e, um dia, estavamos preparando um trabalçho escolar e os médicos que vieram a Unidade Escolar para dar a palestra, mostrou alguns vídeos de pessoas que abusaram de remédios e com isto ficaram doentes, tiveram filhos deformados e sofreram aborto em consequência de auto medicação. Deste dia em diante aposentei minha caixinha de remédio. Aguento com orgulho cada uma das dores que se apresentam, optando por medicação apenas sobre orientação profissional, quando em caso de algum tratamento específico.

E por que estou falando disto?
Por receber ume-mail digno de revolta. Afinal nossos mares, rios, lagos e oceanos estão mais poluídos que tudo e nada se faz para resover. As pessoas vivem uma deseducação vertiginosa e esquecem que a continuação da vida depende de todos.
Quem sabe alguém lê isto e pensa melhor...Não custa sonhar...


Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave


MUITO TRISTE...
Um Oceano de plástico
Durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.

Foto do vórtex

No oceano pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros . Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.

Ocean Plastic

O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.


Tartaruga deformada por aro plástico

A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.

Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave

Segundo PNUMA, o programa das nações unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.

Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico

E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.

Fontes: The Independent, Greenpeace e Mindfully

Ver essas coisas sempre servem para que nós repensemos nossos valores e pricipalmente nosso papel frente ao meio ambiente, ou o ambiente em que vivemos.

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