domingo, abril 14, 2019

Gatilho... Um pouco de minha história com a NP

Esse post é para quem conhece o que é Narcisismo Materno ou Família Narcisista. E é para quem quer entender, sem ler em tratato psicológico.
Se você acredita que Toda Mãe é Boa e quer continuar acreditando, fuja de minhas postagens marcadas como Gatilho.
Se ficar aqui depois do aviso, é por sua conta e risco...
Faz tempo que não posto sobre mim...
Hoje eu gostaria de falar um pouco sobre minha vivência como filha de NP. E, sei que esse é um post para afastar muita gente que conhece a adora minha genitora...
Infelizmente, quando um filho de pais abusivos procura ajuda, ele espera apoio, mas, não encontra, principalmente, porque tem muita gente que prefere conciliar que resolver problemas. No caso de famílias abusivas, se alguém ajudar, pode livrar um filho até da morte. O caso dos irmãos João Vitor e do menino Bernardo são exemplos de Abusos Narcisistas que alguém tentou conciliar e, não deu certo, todos os trê estão mortos e seus assassinos daqui a pouco estarão em liberdade...
Buscar apoio e sempre a pior fase. Até porque ela é cíclica. Vivi isso por anos, esperando apoio externo.
Tinha de minha avó, que me salvava quando as coisas ficavam terríveis, mas ela morreu quando eu tinha entre 8 e 9 anos.
Daí em diante, fiquei sozinha no mundo. Fiquei sem ser ouvida e entendida até os 16 anos.
A família que me deu e dá apoio moral, espiritual, emocional e muitas vezes financeiro, é uma família normal e feliz, uma senhora sem estudo nenhum, um dia olhou nos meus olhos e disse: "essa menina sofreu tanto". E me deu colo e ensinou seus filhos me acolherem. Sempre fugi para lá quando as coisas ficavam ruim e eu não tinha piso.
Quando eu desempregava e não tinha como alugar uma casa, ela me aceitava na casa dela. E conversava comigo, ria das minhas asneiras. Nunca disse que minha np era certa. Nem a minha e nem a de outros filhos de np que ele aceitou em casa e amou muito.
Sabe fazer o café como você gosta? Fazer pão caseiro porque você chegou? E sempre dizer que você é importante e que vale a pena? Eu tinha isso com eles. Com todos os 5 filhos dela, com o marido.
As pessoas diziam-lhe que eu mentia sobre meu sofrimento, um dia ela me disse: "Só conte sua dor para quem entende seu sofrimento. As pessoas gostam de saber onde tem a ferida não é para curar, e para jogar álcool e você sentor dor."
Como disse, tia Cândida, que era uma desconhecida, que, junto com sua família, me resgatou na rua, em um dia que minha cunhada me colocou fora de casa, não tem estudo nenhum. Tio João, o marido dela, entrou na Escola depois de aposentado, portanto, também, não tinha estudo. Ambos vieram de famílias amorosas. Na verdade, até os irmàos dos fois me aceitaram quando eu apareci... Foi entre eles que aprendi a me aceitar, a me ver - embora eu ainda hoje me veja desfocada em algumas situações. Afinal, as feridas impostas pelas np's são cicatrizes fáceis de abrir... E foi essa senhorinha quem me ensinou que antes de confiar, tenho que "ler" as pessoas. Que nem todo mundo que exige respeito e amor, ama e respeita.
Não sei porque sempre voltava ao convívio com a np... Sempre voltava. Sempre sofria. Sempre chorava. Mas, sempre tive um lugar para voltar.
Hoje meu contato com essa família linda é pela internet. Estou no grupo da família no whatsapp e Facebook, tenho todos como amigos aqui no Face.
Agora, quero falar porque frisei tanto que essas pessoas não tinham estudo.
Primeiro:  Minha np odeia gente sem estudo. Ela faz amizade com gente assim só para mostrar o quanto é magnânima. Uma mulher estudada, com filhos formados - que ela não formou, mas isso é um detalhe - que aceita conversar com simples mortais. Ela sempre desprezou minha avó, porque minha vómãe foi para a Escola de Alfabetização quando eu nasci, dizia que iria me ensinar ler - aprendi só, mas, vendo ela estudar na sala.
Segundo: Porque muitas vezes esperamos apoio de quem pode entender por estudar e para estudar, é óbvio, a pessoa precisa ler. Mas, não é assim, a empatia não se adquire lendo, ela é um processo de osmose, a pessoa sensível contacta sua dor e sentindo, coloca-se no seu lugar, apreende o significado de seu sofrimento.
Infelizmente nossa Sociedade está exigindo muito edtudo e desvalorizando o conhecimento empírico e é nesse ambiente que existe as experiências reais que você pode buscar para fazer com que outros entendam o Narcisismo. Basta perguntar: "Toda mãe que você conheceu é boa?" "Já ouviu falar de mãe que matou seu filho?"...
Com minha dor e experiência aprendi que muitas pessoas confundem educar com massacar, quando você conta que, por exemplo, sua mãe cantava, enquanto, pisando entre seu cabelo e pescoço, lhe surrava, as pessoas aceitam. Sim, a np cantava enquanto me batia... E as pessoas diziam no outro dia: " Nossa, como sua mãe cantou ontem! Que lindo!
Minha np batia sem deixar marcas visíveis. Já comentei várias vezes que ela nunca gritou. Ela gosta de manter a posse de mulher maravilhosa, que pisa na terra para fazer favor. Acho que o desprezo dela pelos mais pobres foi o que me fez gostar tanto de trabalhar com essas pessoas... Talvez, no fundo, era um jeito de eu me redimir com o mundo... A propósito, minha avómãe e avôpai, eram muito simples e solidários com os outros, ninguém passava fome perto deles, todos saiam com uma braçada de verdura, sacola de fruta, arroz, feijão, farinha e  carne  da nossa casa.
Bem... desculpem se me alonguei.
Bom domingo

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