Zezinho Correa - Homem-Espetáculo
Quem me conhece sabe que por mais tradicional que algo seja, se eu não gosto, simplesmente passo longe. E assim, às vezes consigo passar incólume. E passei assim por Carrapicho que foi e é sucesso nacional e internacional. Por isso mesmo cheguei a Manaus em 2011 sem nunca ter ouvido falar em Zezinho Correa.
Logo depois que cheguei aqui estreou o Musical "Mas pode me chamar de Chico". Fui ver por causa do cantor Marcos Paulo, acompanhei sua trajetória no Ídolos e fiquei feliz com a possibilidade remota de o conhecer pessoalmente. Digo remota porque contradição das contradições que sou, apesar de minha profissão exigir uma pessoa desinibida, sou tímida em determinadas situações.Fomos ao espetáculo. O musical tinha música de três Chico, Chico da Silva, compositor amazonense; Chico Buarque e Chico César. O Musical foi maravilhoso. E foi quando conheci Zezinho Correa. Ele é, ou melhor, era, um artista completo: cantava, dançava e interpretava como poucos.
No palco, em "Mas pode me chamar de Chico", interagia tanto com os outros artistas que em uma das canções do Chico Buarque em que ele a a cantora Marcia Siqueira participavam juntos, deu-nos a impressão que era de fato um casal, desses que são da vida toda. Quanta elegância e que parceira divina entre os dois. Quanta intimidade, tanto entre eles quanto com o palco. Na verdade já escrevi aqui sobre os dois no palco e tem até sequência de fotos da escritora e fotógrafa Jane Uchôa. Vale a pena conferir!
Continuando...
O espetáculo foi tão grandioso que fomos ver mais de seis vezes ou mais. Fomos vezes seguidas ao Teatro Amazonas, Depois duas vezes no Teatro da Instalação - que por sinal é de difícil acesso para deficientes e nós sem saber fomos com um amigo cadeirante a quem o Zezinho reconheceu do palco e fez questão de descer para saudar. E ainda fomos ao Shopping Manauara, desta vez o espetáculo era pago e, mesmo assim fomos repetir a dose.
E em todas as vezes que fomos ele estava pleno. Interagindo com o Marcos Paulo, Zezinho era pura inspiração. Seu empenho em dar espaço para a interpretação do artista mais jovem era uma lição de humildade. Fiquei fã.
Interpretou "Já fui mulher, eu sei", de Chico César como ninguém! E olha que já ouvi muitas interpretações dessa canção! E que vigor!
No espetáculo teve outros grandiosos momentos, afinal faziam parte do elenco ainda Lucilene Castro e Cinara Nery.
E imaginar que ele queria ser ator e não cantor! A sua voz maravilhosa vai nos fazer falta. Essa doença maldita precisa ser parada, não podemos perder tantos valores culturais de forma tão cruel como perdemos essa Estrela.
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