quinta-feira, março 16, 2017

Crítica; leitor Beta; e, amaciador de egos?

A Literatura entrou na era da Internet. 
Muitos bons escritores surgem todos os dias nos sites de Literatura e nos aplicativos para leitores. No Brasil, é um exercício de paciência. 

A maioria do material que se escreve, é muito mal construído  e parece que os escritores sequer passaram pelo Ensino Fundamental. Fora que uma outra parte, que até conheceu os bancos escolares, não se adaptaram aos bons escritores. Alguns, quando não se sentem valorizados pelos leitores, atribuem seu insucesso aos críticos.

E sim, não é errado ser criticado ou fazer uma crítica sobre uma obra. O escritor, tradutor, professor e poeta brasileiro, Paulo Henriques Britto, em suas aulas e palestras apresentam bem essa diferença. Ele afirma que a crítica pode ser feita partindo da observação de diversos aspectos, mas não deve fazer objeção de valores, sem levar em conta a contemporaniedade, uma vez que é difícil fazer esse julgamento sem o afastamento necessário. E o afastamento que se diz, não está relacionado aos gostos literários de quem está fazendo essa crítica, esse distanciamento necessário é o tempo. O tempo dirá se uma obra valorizada pelo mercado editorial no presente, será valorada no futuro. 
Poe é um exemplo de escritor que a seu tempo foi pouco valorizado pelo mercado. Suas obras não alcançaram em seu tempo o prestígio que possui hoje.  É impossível falar em boa literatura sem citar E. Alan Poe. Seus personagens e seu modo de escrita inspiraram muitos depois dele. 


"Ok, eu não sou/estou da altura de Poe, ainda. Mas quero ter uma leitura diferenciada. O que fazer?"

Bem, o mercado de livros da Internet lhe oferece a opção "leitor beta", no início da popularização do termo, mesmo em português, era 'beta reader'. Esse leitor deveria fazer uma leitura com distanciamento, afinal, ele é o primeiro a pegar para si a responsabilidade de definir se um texto é ou não funcional. E parece que o termo se aportuguesou e deixou de ter o valor essencial de leitura crítica.  Para muitos escritores, o beta reader deve ler seu texto e se a.pai.xo.nar. E infelizmente muitos amigos passaram a aceitar esse papel. Ler o texto, dizer que está "mara"  e o escritor, satisfeito com essa avaliação, elabora um texto impublicável em uma plataforma séria. Assim, com o ego amaciado, parte para uma publicação paga e pode até perder dinheiro.

Então tem amaciadores de ego mo mercado?

Oras, tem sim.
Basta olhar os trabalhos que eles analisam e os escritores que eles apoiam. Textos rasos, sem qualidade editorial séria. Impossíveis de serem analisados de modo a ser levado para o uso do leitor.
"Epa! Não entendi? Você está dizendo que a pessoa vai ler meu livro e vai usar?"

"Sim, estou".
Você só será ouvido como bom escritor, quando o seu leitor conseguir "conviver"  com sua literatura e extrair dela algo que o melhore como pessoa. 

"Ah! Meu caso é diferente! Eu escrevo Fantasia"
"Não é, não!"

Toda  obra escrita acaba acrescentando algo no leitor verdadeiro. Quem lê por prazer, só para conhecer sua trama, gosta de todos que escrevem como você.
O bom leitor, pegará seu livro, olhará a estrutura do texto, as (in)formações intrísecas dos personagens, a forma que narrador/eu lírico conduz a narrativa/fala, as percepções de cada personagem frente ao mesmo ponto de vista/observação/acontecimento...

"Não sei se gostei disso".
"É uma pena".
Só se forma como escritor aquele que angraria leitores. E, detalhe, nem sempre ter bons leitores vai trazer um bom retorno financeiro.
No Brasil poucos são os autores vivos que conseguem manter um bom padrão de vida só com a Literatura. 

"E porquê?"
Aqui eu poderia sugerir que você voltasse algumas casinhas e focasse no segundo período que construí, porém, vou repetir: a maoria das pessoas que foram à escola, não aprenderam a ler. E por não terem aprendido a ler, passam os olhos na trama e choram riem, amam ou odeiam o autor segundo o fim que ele preparou para suas personagens. Nada mais. 
Os comentários dessas pessoas sobre um livro, seja bom ou não, serão sempre toscos: show! Maravilha! Chorei do começo ao fim! Você deveria transformar em trilogia! Já pensou em preparar um roteiro?

"E não é bom?"
É sim, se o seu texto é uma produção literária à altura do bom Cinema. Conseguiu alcançar um Poe? Conan Doyle? Miguel de Cervantes ou você está igual ao Paulo Coelho? (Desculpem-me  os seus fãs!)

Se ainda lhe falta alguma qualidade, basta reiniciar a estruturação. As grandes obras literárias foram geradas debaixo de muito trabalho. O desejo de escrever, o sonho de ser ouvido, a loucura pela imortalidade e a inspiração não são, sequer,  30%  do trabalho. O trabalho de um bom escritor está no suor diário.

A diferença entre Boa Sorte e Sucesso está justamente no que  você vai investir em pesquisas, escrita, debate e releituras de seu texto.
Escolha: Sorte ou Sucesso.

Abraços 
  

quarta-feira, março 15, 2017

Pássaro Azul - Regina Ruth Rincon Caires

Semana que passou recebi de presente dois textos. Pássaro Azul e Estrangeiro. A autora?
  Regina Ruth Rincon Caires.
E o que eu achei deles?
Belíssimos. Ambos entrarão para minha plataforma de aula social. Mas hoje vou falar do primeiro.

Pássaro Azul


Pássaro Azul é um relato, com narrador padrão na terceira pessoa e, no entanto, o texto deixa tanto à interpretação do leitor. Abusa da forma escrita elaborada, mas tem um vocabulário acessível, amplo. A repetição do verbo girar, no infinitivo, em uma das frases abre a interpretação extratextual e abarca outros termos já citados no texto: desconforto; invasiva claridade; holofote; desconforto;  descompasso.  A palavra diferente, separada em sílabas, estabelece uma comunicação com um sofrimento e logo depois a autora apresenta o Estigma, e o faz em força de sentido, dando voz e personalidade a ele:  palavra Estigma. E aqui podemos nos lembrar que normalidade é um fenômeno criado pelo homem e que por ela, estabelecemos valores de superioridade e inferioridade:

[...] Somos nós (os normais) que construímos as teorias sobre o estigma,  elaboramos uma ideologia que justifica a inferioridade do outro, baseada na idéia que representam para a sociedade. Muitas vezes essas teorias representam racionalizações de animosidadades, baseadas em diferenças como aquelas de classe social”(GOFFMAN, Irving, Estigma, p.5).

Ao apresentar o termo codinome, Regina grava com fogo algo doloroso nos olhos e pele do leitor e reforça a ideia do Estigma, como apresentada no fragmento acima. E continua construindo seu campo de significados com frases como: ecoou nos pensamentos; inocentes nove anos; reiteradamente dita. O texto, sem apresentação externa, já mostra a dor que esse narrador apresenta, e,  que essa dor pertence à um Universo específico. Ao entender de que se trata, ele se torna um hino, uma voz que representa o universo Azul, posto no título do Conto.

De forma  simples, a autora leva seu narrador a fazer redundâncias perfeitas, dando uma veste de poesia ao seu texto. Só que se engana quem crê que ela introduz esse recurso poético como uma marca estilística. Ela ainda está reforçando o campo semântico ao dizer os dois conjuntos  sequenciais: lábios/falavam; olhos/fitavam. E então ela quebra, fazendo um retorno ao tema do estranho: gestos de espanto/ dirigiam. E, é quando ela engana o leitor, apresentando-lhe uma verdade incômoda, que está ali o tempo todo: "E, ironicamente, ele não falava. Ouvia silenciosamente, mudo." 
Essa ironia ela coloca o tempo todo. Quando começa falar que os brinquedos giram no ar, ela apresenta carros e trens, objetos da terra. A criança que gosta tanto de girar e voar, não encontra no texto nenhum objeto do ar. Falta-lhe aeronaves, pipas, balões e afins.  Tudo gira, não voa. É uma busca incessante de liberdade, que no ambiente de casa, dá sempre no mesmo lugar, por isso gira, é cíclico.
Ele só é livre à beira do precipício, quando observa, ansioso, o voar dos pássaros, que descem, sem mover as asas rumo ao chão e quando próximos da terra, abrem-nas e sobem em um voo que maravilha a criança. Incrivelmente é a figura paterna que lhe permite esses momentos de prazer e que também os interrompem. E a entrada do menino ao mundo, mais uma vez é um retorno incomodo, como foi o nascer: confuso; complicado; incômodos,  são as palavras que permeiam o instante do retorno. 
O ensaio para a liberdade é um exercício indolor de contínua vivência. E o final, surpreendente, suspenso e real.
Um texto magnífico para falar de uma situação que aflige muitas famílias: o Autismo.
Ao ler, percebemos a dor de quem vive, de quem é e de quem conhece um autista e não sabe como chegar de fato a ele. Retrata as dificuldades diárias dos dois lados, sem florear uma realidade desgastante. Texto excelente. 
Indico a todos.  

SERVIÇOS
Em breve em uma livraria próxima de você. O texto faz parte de uma Antologia.

PS. Ainda vou montar um plano de aula sobre ele.
PS. 2. Texto será utilizado por outra professora, aqui de Manaus, com Ensino Fundamental e Médio.

segunda-feira, março 13, 2017

A Pata da Gazela - José de Alencar

Olá, boa semana...


Sábado  li A Pata da Gazela, de José de Alencar.
Confesso que extava com saudade de ler algo que não fosse trabalho de Faculdade, leitura crítica (beta reader), material para os alunou ou revisão para algum amigo.
Queria ler algo por prazer, simplesmente isso...
Gostei de experienciar um retorno à uma leitura menos crítica e analítica.
O livro é um primor.

É uma crítica aos costumes da época, construído em cima da Fábula do Leão Apaixonado, que eu não conhecia. O leão do texto apaixona-se por uma donzela caisadoira (kkkk   não sou tão velha assim, mas gosto bem dessa palavra). Bem, o tal Janotinha segue a dama pela cidade, melhor segue seus pés...
O belo do livro é o enfrentamento do antagonista (será?), Leopoldo, que apaixonado pela Gazela, descobre-lhe, de chofre, sua deficiência e passa por um momento de enfrentamento, onde seus sentimentos nobres e sua descoberta degladiam-se, até que o amor e a honra vencem.
Apresentando as "mutilações" dos objetos de querer do Almeida, José de Alencar desenha uma Sociedade apegada à estética - pois é, não é novidade... E o faz, descrevendo de forma magnífica, os sentimentos e apegos das personagens.

A Gazela, Amélia, resolve, à seu modo, ser dona de seu destino e muda os padrões que seriam esperados pela Sociedade. Sociedade que a seduz e que a abisma. Ela é construída de uma forma que não dá para definir, a princípio, um perfil que combine com o desfecho da história. Os relacionamentos que formam a visão da real Gazela, são desenhados de forma sútil: seu apego aos mais simples, seu amor incondicional à amiga Laura, seu apego à figura do pai, seu contato indireto com o sapateiro.
Sempre que leio José de Alencar,  reconheço em  algumas de suas personagens marcas  de dona Bárbara Alencar, revolucionária brasileira. Imagino que sua vitalidade e inteligência permeiam as heroínas de seu neto. Sei que alguns teóricos da Literatura discordam de mim, no entanto, percebo muita força feminina na prosa do autor.
E vejo ainda como se fosse uma transição. A mãe de Amélia chora pelo casamento da filha, que se aproxima, já ela, mesmo se sabendo comprometida, ouve a razão e faz uma escolha mais racionalizada, mesmo temendo ser estigmatizada pela Sociedadeor ficar "noiva" mais uma vez.

Estão postas no texto, questões como casamento por interesse e, isso aparece nas falas do narrador que lembra que ela é uma herdeira, nas preocupações do noivo leonino, na preocupação de  "status" de Leopoldo e em outros momentos do texto. Ainda, interpretação equivocada da mulher.

Obviamente que ao fazer uma leitura como está, deve-se levar em conta a realidade social, ética e moral da época em que o texto foi produzido e muitas das nossas teorias não servem para uma análise expressiva, justamente pela não contextualização. Se trouxermos os acontecimentos que José de Alencar narra para nossos dias, Amélia perde sua força e pode até ser vista como alguém sem atitude. Se um feminista, por exemplo, observar os acontecimentos, nossa personagem passa a ser apenas uma mulher que escolheu entre "dois senhores". Ou seja, todo cuidado é pouco quando estamos lendo um texto e aplicando uma teoria sobre ele...
E como diz a Leidenice, minha amiga ds Faculdade, nós até tentamos ler algo de forma inocente, no entanto, os nossos olhos encontram algo mais profundo aqui e ali...
Beijos e fui...

domingo, março 12, 2017

Novidades e Resenhas...

Bom dia!
Fim de Semestre, me tornando finalista, já pensando em voltar a ser mais frequente por aqui...
Está bem. Vocês cansaram de promessas, eu sei. Mas estou tentando vir aqui mais vezes...


Tenho respondido perguntas referentes a temas anteriores, me divertido com os comentários que encontro em algumas publicações e sou feliz pela fidelidade de alguns, que compreendem meu afastamento.

Bem, a novidade é que vou voltar a Resenhar livros para vocês.
Como antes, de diversos temas. Livros e textos...
Do mano tenho alguns encaminhados, de outros tenho releituras para fazer.

Quer mais novidade?
Bem, a diferença é que agora vou escrever também sobre textos isolados também.
E sim, vou ser beeeeeeeem mais seletiva com  inhas escolhas. Parei de aceitar "chantagem" de escritor recente que já começa reclamando que não leio os nacionais.

Vou ler e resenhar apenas os que considerar bons mesmo.
E sim, aos interessados, vou abrir a página de resenhas anteriores... Depois de uma edição básica, claro.

Aos professores que costumam vir aqui buscar sugestões de leitura, vou objetivar textos menores. Uma escritora recente, que amei conhecer, é Regina Ruth Rincon Caires. Já deixo o endereço para vocês seguirem-na.
Vocês precisam conhece-la! Maravilhosa. Linguagem riquíssima, temas fortes, metáforas perfeitas..

Dela já vou prometendo resenhar O Estrangeiro e Pássaro Azul. E montar um plano de aula com os dois, para quem se interessar...

Estou esperando autorização de uma Editora de Sampa para publicar umas resenhas de super lançamentos...

E vamos fofocar também... Pois não somos de ferro.
Beijos e boa semana.
FUI.

segunda-feira, março 06, 2017

Dandara, Eliza Samúdio e o salário do pecado.

Dandara, Eliza Samúdio e o salário do pecado.


Esses dias me assustei com duas coisas graves. E vi ambas em um perfil específico. Na primeira postagem a pessoa cobrava justiça para uma pessoa, Dandara, uma travesti, que foi barbaramente assassinada. Nesse caso, não vi a reportagem, pois tudo o que vejo do vídeo é a violência, então nem abro. Fui à um jornal online de minha confiança e li o ocorrido. Embora a Polícia ainda esteja procedendo as investigações, o jornal informa que o caso se deu pela revolta dos autores contra a sexualidade da vítima. 

Sexualidade ou orientação sexual, como queiram, que é algo pessoal, relativo a pessoa Dandara Santos e que nada tem a ver com quem resolveu dar cabo de sua vida. A postagem do Facebook, como disse, sabiamente defendia Dandara e  acusava TODA  a Sociedade de aderir ao padrão heteronormativo. Independente desses fatores,  curti a postagem e fiquei pensando que a pessoa em questão poderia ter ampliado sim a discussão, pois em todos os lugares, pessoas são assassinadas – muitos por conhecidos e também com o requinte de crueldade empregado na execução de Dandara, que por acaso era travesti e, não por acaso, foi assassinada por ser diferente.

Os dias passaram, hoje vi a pessoa postando uma foto do ex-goleiro Bruno. E louvando sua soltura e “recuperação”, reclamando do “mimimi” de alguns usuários do Facebook, pois, segundo a pessoa, realmente o assassino de Eliza Samúdio ficando preso não trará ela à vida. E não trará mesmo. No entanto poupará a Sociedade de viver com um assassino covarde, que poderá sim matar outras mulheres. 

Me pergunto: porque essa pessoa quer a “Justiça”  para os assassinos de Dandara e não cobra o aprisionamento do assassino de Eliza? Pior, acredita que ele está reabilitado e que ele se tornou vítima da Sociedade, pois está sofrendo retaliação por um crime que ele já pagou. Não pagou, pois além de não assumir, mesmo as provas sendo contra ele, também não deu sequer o corpo dela para a família enterrar e efetivar o luto.
A barbaridade dele não pode ser minimizada, principalmente por perpetuar a situação da família de sua vítima. 

A justificativa pela defesa? Sim, tem. E podem acreditar, culpa a vítima por seu destino. Alega que ela era uma “maria chuteira”, uma “mulher de vida fácil” e outras locuções “tão inteligentes quanto”. 

Não seria uma atitude machista vinda de uma pretensa feminista, que se diz ‘desconstruída’  dos padrões normativos dessa sociedade machista que ela repudia? Na ânsia de “pregar”  os direitos humanos, acaba achincalhando a vítima, uma humana que não teve nenhum de seus direitos respeitados? Ou ainda, tanto ela  quanto Dandara estavam vivendo com poder sobre suas escolhas e seus corpos... Não é isso que essas ideologias dissiminam como regra? Mas não é assim que Eliza é vista por alguns. Sendo a vítima, torna-se ré por ter se e volvido com uma "celebridade"... Assim, dizem as piores asneiras...

Uma “maria chuteira”  sabe o risco que corre, dizem. Uma mulher de bandido sabe sim, a namorada de um jogador celebridade não se reconhecia estar em um grupo de risco, o jovem famoso, antecedentes criminais, não era uma ameaça. Então esse discurso idiota de que ela deveria esperar o pior não é válido...

Para ‘minha criação’, ser “maria gasolina”, “maria chuteira” e outros milhões de apelidos imbecis não é certo, porém, essa mesma forma em que fui criada me orientou a ser humana e jamais maltratar alguém por suas escolhas éticas diferentes da minha. Ou nunca, jamais, maltratar alguém por ser moralmente diferente de mim. Sim, fui ensinada que certas atitudes são imorais e não aceito que ninguém critique minha percepção de moralidade. Só que matar alguém por agir diferente dos meus princípios não é aceitável e, muito menos quando quem mata essa pessoa é seu parceiro de vida “mundana”. Se acho errado quem desconhece uma história usar de violência contra alguém, por causa dessa história, abomino quem partilha dela e depois mata por motivo fútil. No caso de Bruno me assusta desde sempre as mulheres que ficaram de seu lado, seja a ex-esposa, seja as outras que se relacionaram com ele quando foi preso.  Sinceramente,  a atitude delas as iguala as de Eliza, que elas repudiam. Alegam que ela foi ‘fácil’, ‘interesseira’ e tudo o mais que disseram ou deram a entender, mas agiram como ‘vendidas’ também, ficando ao lado de um assassino. Nada justifica a morte de Eliza.

Assim como nada justifica a morte de todas as “Elizas” e “Dandaras” desconhecidas, que morrem todos os dias nas mãos de pessoas doentes sociais, que devem sim, serem retiradas do convívio social de forma permanente.
E agora falemos sobre o salário do pecado: a Morte. Se você é daqueles que acreditam que as duas personagens do texto “receberam o salário merecido pelos seus pecados”, então você é daqueles que precisam reaprender ler e interpretar textos. A Bíblia realmente diz que o salário do pecado é a morte, no entanto, está falando de um pecado geral: todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Assim, Dandara, Elisa, você e eu estamos sujeitos ao mesmo pagamento: a morte. Ora, sendo assim, somos iguais em pecado, em vida e em morte e, estamos sujeitos aos mesmos destinos bárbaros das duas pessoas aqui citadas, se nos encontrarmos com pessoas que não possuem um mínimo de respeito pela VIDA humana.

Transformar suas histórias particulares em motim ideológico – político ou religioso – é dar mostras da insanidade que está se espalhando na humanidade e, pior, dar razão para seus exterminadores. Como seres humanos devemos protestar contra essas barbáries, exigirmos que os agressores paguem pelos seus crimes e, como foram cometidos no livre convívio social, devem ser banidos desse convívio. Assim como não deram chance de defesa às suas vítimas, deveriam não ter nenhum direito a liberdade.

Você pode dizer que eu estou errada, mas uso a Bíblia contra você, a mesma que vai usar dizendo que não estou amando um próximo, este livro santo ensina que todo criminoso deve ser banido do convívio social. Ou você nunca leu que Deus inventou as cadeias ou ainda nunca leu que para os criminosos deveriam existir cidades presídios... Não conhece a logística do Velho Testamento, as cidades refúgios? 

Bandido bom pode até não ser bandido morto, mas com certeza é bandido preso, sem conforto excessivo e sem esperança de liberdade. Todo criminoso deve pagar conforme o mal que dispensou à vítima e, nos casos de crime de morte, com requinte de crueldade, devem ter sua liberdade exterminada, assim como exterminou a vida de alguém que cruzou seu caminho e a quem eles não deram o direito de se defender.

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