sexta-feira, dezembro 28, 2018

Sem promessas

Sem promessas de continuidade...



Desde que as disciplinas apertaram na Universidade venho prometendo voltar a postar...
Não consigo cumprir essa promessa...
Hoje resolvi dar um tempo em minhas atividades de leitura e dar uma fofocada básica.
Primeira fofoca, meu sobrinho manauara se interessou por leitura. Leu Homem Duplicado, do José Saramago e amou. Eu li também, depois de ver o filme - ordem inversa, afinal sempre leio primeiro. Conversamos sobre o livro e sobre o filme e combinamos que, para nós, são duas obras diversas, que se conversam.
Ele leu O Retrato de Dorian Grey (Oscar Wilde) e teve uma sensação de reconhecimento. Achei maravilhoso, afinal, eu também tive essa impressão de encontrar-se comigo, lendo a obra. Demorei ler esse livro, ganhei meu exemplar, lindo de viver, de meu irmão, Eloi, do blog Folha do seu Paulo. E ver o Eddye ler foi um presente delícia...
Até postei no FoiceBook... kkkk
Segunda fofoca: tenho uma sobrinha nova, a Olívia.
Terceira fofoca: tenho uma sobrinha-neta nova, a Luna. Linda de viver!
Bem, por hora é essa conversa jogada fora... Ah, antes de partir, estou rascunhando um livro sobre Mulheres e Mulheres da
Vida... Só posso adiantar que poderia se chamar Duas Faces, mas, não será esse seu nome...
Quem me segue no Facebook já leu algumas prévias.
Abraços e Feliz 2019!


segunda-feira, dezembro 17, 2018

Bolsa social de estopa...

Nem vou dizer que pretendo voltar...
Anda difícil vir aqui... Mas, vim mostrar umas "artesanias" que andei fazendo e selecionei essa bolsa de noite para mostrar para você.
Usei estopa para a parte exterior, tergalzinho vermelho para o forro e para as divisórias, optei por cetim verde. Usei zíper para fechar.
O acabamento ficou por conta dessas bolinhas vermelhas que sobraram de outros natais; apliquei os fuxicos na cor do forro e, para alça, crochetei uma corrente em ponto baixo, de barbante. 
Usei um verniz caseiro para tecidos que aprendi com minhas amigas do Youtube e ficou bem durinha.
Quem levou de presente?
Lucimeire Waughan, que ficou apaixonada pela bolsa...
Assim que a vir usando, posto foto...


quinta-feira, setembro 13, 2018

Leituras de Setembro

Minhas Leituras da última semana...
Três momentos literários, três autores diferentes...
Mas, ainda prefiram a "velha" Literatura!
Já leu o Drácula, de Bram Stoker? Perfeito!
E Quincas Borba? É Machado de Assis. Memorável!
Como pode ser tão atual suas observações sobre os fanáticos em geral? Incrível!
Já Marcio Souza, bem, quero ler outra obra dele. Gosto de sua escrita sobre a Literatura Amazonense, embora alguns de meus professores não gostassem dele como teórico - alguns o chamavam de ficionista da Teoria - Juro!
Só vou analisar algo sobre ele, depois de ler outras de suas obras... A mais famosa delas, Mad Maria foi transformada em série, mas, na época não vi, pois não tinha lido o livro...Bem... Em tempo, estou citando ele por ter lido Galvez, o imperador do Acre. E, pelo que você pode perceber, não me empolgou muito...
Não está na foto, mas li essa semana um estudo sobre Sertões, de Euclides da Cunha e confesso que reconheci os discursos de alguns colegas... Hehehe!
Na vida eu sou a pessoa que só vai comentar o livro que li na íntegra, pode acreditar!
Por falar em Sertões... Gosto da Fotografia que ele faz da Morte... Quando ele traça o caminho onde um soldado está morto, mumificado, atrás de uma árvore e o cavalo de pé, entre as pedras... Imagino o vento que ele diz que bate na crina do cavalo e a esvoaça...
Morte Na Literatura é um de meus temas prediletos...

segunda-feira, agosto 13, 2018

O Tocador de Charamela - Erasmo Linhares

O Tocadoor de Charamela
Erasmo Linhares



- Tem álcool?
-Tem.
- Me dê um cruzeiro.
- Trouxe o vidro?
- Não, me dê num copo.
- O copo não pode levar.
- Eu não vou levar.
- Como assim?
-Vou beber aqui mesmo.
Só então o reconheci:

 – Zacarias!
- Era, agora sou o Torto.

     Os cabelos estavam mais ralos e a barba de muito não fazer estava esfarinhada e suja e os bigodes de piaçaba usada armavam uma cortina de palco mambembe, dilacerada nas colunas dos caninos amarelos.

E a charamela?
Quebrei na cabeça de um safado.

     Era a única herdade que recebera do pai, que por sua vez a recebera do avô e este do bisavô e este de toda uma geração de músicos profissionais, cuja vocação fora declinando através de muitos anos até Zacarias, que nem ao menos podia ser considerado amador, embora tocasse por música. Possuía uma coleção de velhas partituras que exercitava nas suas tardes de folga de funcionário público de meio expediente. Música estranha, desconhecida do comum dos vizinhos que se estorvavam com o som agudo do instrumento, tanto que, umas três ou quatro vezes, arrebentaram- lhe as vidraças, para espanto e raiva da patroa que saía ao quintal gritando ferozes ameaças às vizinhas inimigas de ferro e fogo, a cujos filhos sempre atribuía a origem dos petardos, e, arrebatada, respondendo aos berros, quando acaso era contestada, com um vocabulário tão rasteiro que fazia dona Joaninha persignar-se e fechar todas as portas e janelas da casa, entupir os ouvidos com mechas de algodão e cobrir com uma toalha os antigos santos do oratório.    Também ensaiava outras músicas, escolhidas entre as valsas e chorinhos preferidos pelos Inveterados do Copo e do Ritmo, com os quais se reunia no Chopp de Ouro todas às noites de sábado, e estas eram de mais agrado dos vizinhos ignorantes. Mesmo assim, nem sempre podia integrar o regional, porque o som da charamela não harmonizava, em determinados números, com os violões e cavaquinhos. E foi numa noite em que não participou da execução de nenhuma peça, que se descobriu. Já meio embriagado, tanto bebera porque ficou desocupado como pela chateação, pulou num ônibus e foi aguardar no Camilo’s, bem localizado na periferia da zona, assim que era dela e não era, e aí, a charamela sob o sovaco, encharcou-se por completo. Quando saiu, sem atinar com o motivo que o levara ao centro da cidade, foi caminhando até os fundos da Matriz onde sentou-se e começou a tocar a valsa que ensaiara durante toda a semana e foi quando passaram dois senhores com cara de quem não é daqui e um deles lançou entre suas pernas uma nota de dez e mais tarde uma senhora que empurrou uma nota no bolso de sua camisa e mais outras pessoas que jogaram notas de um e de cinco, além de moedas miúdas, de modo que, quando chegou em casa, lá pelas duas da madrugada, conferiu trinta e sete cruzeiros, com os quais amenizou a ira da mulher.

     Segunda-feira, na repartição, com a cabeça desanuviada da ressaca que o fizera dormir todo o domingo, apesar das brigas constantes da mulher e das estripulias dos meninos, fez as contas e concluiu que tocando charamela todas as noites nos fundos da Matriz, ganharia o dobro de seu vencimento de auxiliar de portaria. Levou a semana inteira pensando no caso e no sábado passou ao largo do Chopp, tomou o ônibus e foi para o Camilo’s, bebeu até às oito e meia e depois dirigiu-se aos fundos da Matriz e desta vez conseguiu juntar cinquenta e oito cruzeiros. De volta ao bairro bebeu no bar do Esmeraldo que estranhou a visita numa noite de sábado e quando chegou em casa, pelas duas e meia, amenizou novamente a ira da mulher. Durante um mês, todos os sábados, repetiu o mesmo programa e no segundo resolveu aparecer no ponto também às terças e quintas, vestindo roupas velhas e sandálias japonesas. Passou a beber no Quintino’s, frequentado por estivadores, e no quarto mês ia todas às noites, menos aos domingos, até o dia em que a mulher impôs as condições, ou a farra ou ela, e ele optou pela primeira, não voltou mais a casa e abandonou de vez a repartição, onde suas faltas constantes já lhe tinham produzido duas repreensões, uma verbal e outra através de portaria afixada na parede para que todos pudessem ler a sua vergonha.

    Inaugurando a nova vida, com o único remorso de abandonar os filhos, mas com o propósito de mandar algum dinheiro por semana, alugou um covil no vasto cortiço que dominava todo o quarteirão entre a rua de Frei José Inocentinho e a avenida do Almirante, habitado por prostitutas, gigolôs e cafetinas, cujas iras aplacava, vez e outra, pagando-lhes umas cervejas, até o dia em que não mais suportou aquela colmeia fervilhante que não parava noite e dia, dia e noite, com seu cheiro de mofo permanente e penetrante; movimentada pelas brigas das putas, entre elas mesmas, delas com os gigolôs, de marinheiros e soldados, de marinheiros e meganhas autoritários, delas com os bêbados e seixeiros; aturdida a qualquer hora, fosse sol ou fosse lua, pelos bichos de cria, macacos, cachorros, papagaios, gatos, galinhas e a jiboia da negra Belmira cujas bostas cosia em saquinhos de pano e os vendia às raparigas mais antigas que os usavam como bentinhos e com a dupla função de afasta-inveja e chama-machos; e as crianças empambadas, sábias e malignas, que vagavam pelas vielas cloacinas que separavam, coisa de um metro se muito, as casinhas de madeira e os quartos de taipa espremidos. Além de que o Português, dono dessa angustiada Sodoma escatológica encravada no coração da cidade, que nenhuma força conseguira demolir, andava anunciando de cama em cama, de catre em catre, de rede em rede, o aumento dos aluguéis, com a desculpa de que a caixinha da polícia, com o novo e faminto delegado, estava cada vez mais gulosa, com todo o raio da puta que o pariu. Fugiu às quatro e quarenta e cinco e a única mágoa era perder o cálido excitante da menina que todas as manhãs vinha, nua, mijar no minúsculo alpendre da casinhola fronteira e exibir, a dois palmos do seu nariz, a tenra e fresca pérola do tamatiá repousada nos veludos da vitrine de cristais opacos.

 
   Em cinco meses de ofício conhecia toda a malandragem da zona, as manhas e venetas de prostitutas e viados, fez-se amigo de todos os mendigos que agiam num raio de um quilômetro e, por isso, conseguiu abrigo junto ao bando do Capitão-Gancho, admirador intermitente de suas valsas e chorinhos, que habitava o velho barco abandonado sob a ponte de ferro, transformado com paredes laterais de tábuas de caixas e folhas de zinco roubadas à cidade flutuante, para proteger a malta, em suas horas mais íntimas, dos olhares curiosos dos canoeiros ou de algum policial bêbado e mais afoito. Ali ferviam o café e coziam o peixe em latas enegrecidas pela fumaça do fogareiro e pela carência de uma lavagem meticulosa. E podiam beber à vontade, chupar seus tarugos tranquilamente e, vez por outra, arrastar uma rameira da Pausada, bêbada o suficiente para suportá-los em uma proximidade mais estreita.

     Foi no velho barco, em noite de farra escandalosa, que partiu a charamela no crânio do Cabeleira, numa disputa por uns restos de Cocai, e nunca mais perdoou o desafeto, que além de ladrão era fresco, pois em mais de uma noite o ouvira fungar e gemer sob o peso e o encanto brutal do Capitão. Batera com tanta violência que o antiquíssimo instrumento de cana provençal espatifou-se instantaneamente em doze pedaços, não havendo meio ou modo de consertá-lo, pois o mecanismo interno de suas chaves era também de madeira delicada e enfraquecida pelos anos e pela saliva abrasiva de seus muitos tocadores ancestrais. Deu-se a partir daí sua preferência pelo álcool puro, mais barato, e também porque descobriu, no dia seguinte, que sua féria de mendigo dos fundos da Matriz provinha muito mais do som agudo e inquietante da charamela do que mesmo da caridade das pessoas. Passou a beber mais ainda e a comer menos ainda, dormia noites e dias nos bancos e sob os bancos da praça, sem ânimo e coragem de voltar ao velho barco abandonado sob a ponte, as pernas e os braços cobertos de escaras que se abriam em pontos diferentes imitando cores e caprichos de cravina.

     No dia em que recebeu alta da indigência da Santa Casa de Misericórdia, após receber contrito os conselhos do médico paizinho dos pobres, já tinha amadurecido o projeto de reconquistar o velho posto de funcionário público e de reconciliar- se com a mulher, mas quando saltou do ônibus pela porta da frente a viu entrar pela porta de trás, com uma barriga que calculou de oito meses, e compreendeu que o plano falhara, mas a vida continua e pode ser longa e boa, dependendo da gente. No caminho do bar vislumbrou à distância as largas tábuas das caixas de embalagem da vizinha loja de eletrodomésticos e teve a ideia salvadora de construir uma bandurra e voltar às noitadas dos sábados de antigamente, sem mulher para vigiar a hora, sem choro de criança, sem Capitão, sem Cabeleira, sem putas e gigolôs, nem barcos velhos abandonados sob a ponte de ferro, nem paizinhos médicos, mas, de verdade, um filiado permanente e efetivo dos Inveterados do Copo e do Ritmo, pois afinal teria um instrumento de corda e não seria posto de lado como antes e porque foi a porra da falta dessas cordas maravilhosas que me botou no centro pegajoso e infernal desse tremendo pesadelo.

- Bota mais um álcool.
- Não, toma uma cana decente. É oferta da casa.

sexta-feira, abril 06, 2018

Greve do Ensino no Amazonas

Não! Não tem greve de Professores no Amazonas.
É Greve do Ensino. Educação Pública - e Privada - não se faz sem todos os funcionários que formam o núcleo  Escolar.
Professores, Secretários, Merendeiros, Diretores (Gestores), Vigilantes, Monitores e Coordenadores Pedagógicos formam o Corpo Instrutivo de uma Escola. Ou você entende isso, ou você é um infame político sindicalizado alienado tentando fazer seu caminho junto aos corruptos que andam soltos por aí...
Realmente, sem Professores não se faz Educação, mas eles não trabalham sozinhos.

Respeitem os profissionais da Educação, diga o que de fato está acontecendo: Greve Do Ensino, todos os profissionais da rede de Educação estão com o sentimento de luto por tudo o que estamos perdendo e não estamos falando apenas do desajuste financeiro...
O Jornalismo brasileiro, salvo alguns casos raros,  está cada dia mais manco.
G

IP Casa de Oração - Rua Moreira Neto, 283 - Guaianases - São Paulo

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Gióa Júnior