Poesia que nos envolve, vindo de todos os lugares.
Belo mesmo pessoal! Amei cada um e vou compartilhar com vocês, desejando a todos uma feliz semana e torcendo para voltar logo por aqui, já que esta semana está corrida, afinal se aproxima o final do Semestre na UFAM e tudo se mistura: Apresentação de Trabalho aos cântaros, reforma de sala de aula, divisão de livros... Ufa!
Beijos e Fui!
Hoje com poesia do Acre:
PERFUME
Flutua, no ar, nesta manhã de maio,
Um perfume sutil, que me é tão caro...
Será, talvez, um lânguido desmaio
Das rosas, no jardim, ao desamparo,..
Flutua, no ar, flutua, suavemente,
Esse raro perfume inconfundível...
Até parece cada vez crescente,
Como se tu... Mas, isso é impossível!
Flutua, no ar, o teu grato perfume,
— Esse perfume, que é só teu, bem teu,
— Esse perfume de que tenho ciúme,
— Esse perfume, que eu quero só meu...
Flutua, no ar, o teu perfume. .. Importa
Saber quem to roubou, desprevenida.
Busco-lhe a causa. .. E, entanto, à minha porta,
És tu mesma que surges, ó "Querida"...
Mario de Oliveira
ÚLTIMO ENCONTRO
Talvez seja este encontro o derradeiro,
Que o destino nos dê.
Guarda a lembrança, como do primeiro
Afeto puro, e crê!
Crê na vida imortal do nosso amor,
Pleno de alternativas:
Ora, cheio de encanto; ora, de dor,
Unindo almas cativas...
Almas cativas! Mas, vedar quem pode
O coração de amar?;
Seria o mesmo, que a ninguém acode,
Que acorrentar o mar!
E o mar do nosso amor é tão violento,
Que esboroa os parcéis,
Que emergem, da desdita, ao léu do vento.
E restamos fiéis!
Fiéis, portanto, pela vida afora
Sejamos a este amor
Confiando no destino, muito embora
Se mescle de amargor.
Confia e espera, que, talvez, um dia,
Vença a perseverança.
E então a vida toda nos sorria,
Como um mar em bonança...
E Roberto Evangelista
(de Estação das Águas:)
Aos troncos trancos
e barrancos um rio
alarga o seu leito
Lençóis cinzentos
no céu... Logo a terra
se cobrirá de água
Chove a cântaros...
Alguém é levado
para dentro de si
(de Flores, Frutos e Bambus:)
Árvore sem nome
e sem frutos Que delícia
de sombra!
Por que tão
amargos os últimos
frutos da safra?
As amapolas
quando colhidas papéis
de seda picados?
Ávido amor:
mais flores houvesse
o beija-flor as sugaria
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