sexta-feira, maio 28, 2021

Mais sobre Mim, dona Eulina e as fofocas.

 Mais de #DonaEulina e #SobreMim

Tem uma pergunta rondando por aí sobre "qual seria seu nome se fosse o mesmo de sua vó preferida".
Pois bem.
Eu me chamaria #Eulina. E gostaria muito.
A minha avó Eulina era uma mulher maravilhosa e livre, nunca deixava ninguém atrapalhar seus passos. E ainda assim manteve um casamento de 50 anos.
Sua força nunca a impediu de ter fé. E sua fé nunca a impediu de fazer o que achava certo, mesmo que esse certo fosse totalmente contra a ideia geral.
Ajudava o próximo, fosse ele um crente ou um ateu, uma mulher casada ou largada, uma jovem solitária ou uma prostituta.
Passávamos pela rua das "primas" e elas a saudavam sorridentes e com respeito.
Vi muita gente virar o rosto para elas, minha avó, não. E vi minha vó oferecer comidas e chás para as doentes. Nunca as tratou com desdém e, embora falasse de Jesus, nunca deixou de falar com elas ou com qualquer um por não aderia à nossa religião.
Foram esses exemplos que me fizeram ir para o trabalho social anos depois. Nunca perguntei qual o papel social de nenhuma das pessoas que atendi nas igrejas, associações e prefeituras que trabalhei. E isso devo à minha avó-mãe Eulina.
Lembro que para desespero geral, o melhor amigo da minha avó era o jovem Bil. Ele devia ter uns 40 anos, tendo portanto metade da idade de meus avós.
E ele era Se-pa-ra-do. pior! Desquitou-se sendo amigos de nossa família. gente muito mais nova deixou de falar com ele e até trocava de calçada quando o via vindo. O pobre ainda ficou desempregado!
Alguém foi lá contar para vovó e ela: "Que? Pensei que você ia ajudar! Veio aqui fazer o quê?
A pessoa perdeu o rumo e foi sem dar o recado do Cão.
O rapaz estava no quintal com o meu vô e viu quem tinha saído, subiu triste e minha avó, que era sapeca na sabedoria, saiu com essa:
"Essa diaba veio aqui fazer troça. Sei nem que queria, mas despachei logo, para não contaminar minha casa."
Eu era nova, não entendi nem a visita e nem a fala na hora.
Só dias depois alguém da família que achava a vó muito "crente moderna" abriu a boca e fez a crítica completa, obviamente pelas costas dela. E quando eu repeti a frase, a pessoa disse que a "mensageira" tinha boa intenção e que gente como Bill não era de confiança.
Eu nem liguei porque já sabia que o lugar das pessoas "de boa intenção" era o inferno - afinal, minha avó falava isso e o que ela falava para mim, era lei.

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