sexta-feira, maio 14, 2021

Dona Margarida, descanse em paz.


 

No dia primeiro de Abril pp. Dona Margarida se foi. E não foi uma viagem até ali ao Japão, Terra de seus ancestrais, foi mais além e com bilhete só de ida.

Para você Dona Margarida é só essa senhorinha japonesa da foto, mas para meu Bairro, em São Paulo, ela faz parte de muitas histórias. No dia que soube de sua passagem, escrevi no Facebook, hoje transcrevo aqui o que lá deixo registrado:

Dona Margarida tinha uma lojinha minúscula ali em frente ao Colégio Estadual Professor Luiz Rosanova. Nós íamos ali comprar desde lápis até letras vasadas da #Compactor para preparar capa de trabalhos.
Eu fazia capas para ganhar uns trocadinhos e ia lá comprar sulfite. Era lá também que íamos comprar cadernos de brochura pra as canções do #JóiasDeCristo, lá da #AdBrás do 180 A, no Jardim São Paulo. Era lá na Dona Margarida que eu comprava material para as aulas das meninas da Ad Belém Setor 7 (Paulo Ramos), para as Escolas de Férias com a Turminha da Tia Dilene (Adilene Maria da Silva), para as sextas-feiras infantis da ICO-Guaianases. evoluímos com ela nos oferecendo seu trabalho e seu sorriso. Nosso Bairro progrediu, a lojinha dela também. 
Dona Margarida atrás de seu balcão evoluiu a loja, colaborou com o crescimento do Bairro, ensinou a gente optar por pen drives e protegeu muitos de nós da chuva em sua loja que crescia igual seu coração.
Era fechada, no primeiro contato, mas guardava linhas e fitas que sabia que algum cliente estava usando em algum projeto artesanal. Nunca empurrou uma agulha em cliente, mas sabia mostrar as vantagens de uma compra, muitas vezes oferecendo um produto pouco conhecido mas de maior qualidade.
Se desconfiasse de algum adulto estranho rondando alunos, ela disfarçava e não permitia que a criança saísse da loja.
Lembrarei com carinho dela.
Depois do acidente, meu rosto ainda machucado, ela demorou horas para conseguir uma foto em que eu ficasse menos inchada - era uma foto 3/4 para meu RG e ele sabia que depois eu ficaria triste de mostrar aquele rosto...
Dona Margarida era mulher de detalhes. Atitudes sutis, mas que melhorava nosso dia. E de algumas broncas quando ajuntávamos todos a tagarelar nos corredores.
É triste saber que partiu.
Aos familiares, amigos e clientes desejo que seus corações se aqueçam com boas lembranças, que nada ofusque o brilho dessa batalhadora que nos deixa.
Descanse em Paz, Dona Margarida. 
Por Elisabeth Lorena Alves


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