Sobre suprimir o Conhecimento Literário
Infelizmente não é uma intenção nova. Nos anos 80, eu, Elisabeth Alves, ouvi na escola que a obrigatoriedade da leitura dos clássicos era uma forma da #CasaGrande oprimir a #Senzala mostrando-lhes sua superioridade. Deprimida com a impossibilidade de estudar sobre Machado na escola, contei em casa e minha tia, que era louca, disse que a tal professora nunca tinha lido nem Gilberto Freire e nem Machado porque não havia nada mais libertador que saber que um negro, doente de mil males, fraco e algumas vezes cego tinha conseguido usar tão grandiosamente uma ferramenta grandiosa como a Língua. Confesso que não entendi a grandeza do comentário da minha tia, mas através dela aprendi muito sobre o que é usar a linguagem e a Arte - ela pintava, como instrumento de defesa.
Hoje alguns especialistas constantemente apontados pelos servidores do ''desculturamento'' fazem coro à necessidade de mudar o currículo escolar suprimindo os grandes de todas as épocas, embora já não use Gilberto Freire como base de defesa...
Para mim que nasci no subúrbio do subúrbio de São Paulo e tive que trabalhar aos 10 anos para poder comer e dormir, Machado, Bilac, Lobato foi conforto, alimento, psicólogo e pais. Malba Tahan, Sergio Porto e muitos outros foram minhas únicas oportunidades de ver fora de meu bairro dormitório.
Tirar do jovem a oportunidade de conhecer as histórias desses grandes é aumentar o distanciamento social sim, é demarcar espaço e nivelar por baixo.
Devemos antes de tudo investir desde uma afalbetização mais inteligente e sem aprovação automática até a insercão dos autores e autoras esquecidos.
Temos que ampliar o conhecimento e não suprimi-los.
Diga-me se essas aberrações anticulturais conseguem construir um cenário como o pintado por Aluísio Azevedo para narrar a morte de José da Silva?
Acha que esses energúmenos conseguem criar um engano tão grande depois de deixar claro quem é o autor do assassinato que nós até nos sentimos montados no cavalo com a vítima e já sentimos a morte com a chegada dos ciganos?
Ou ainda descreveriam o por do sol e o surgir da lua com tamanha exatidão que você até vê a lua se empoderar - para usar um termo de hoje - e o sol trênulo fugir no céu?
Acho que essa fobia contra a Literatura e sua marginalização são apenas sintoma da inveja de alguns estúpidos travestidos de intelectuais da última hora.
A escritora Iris Murdoch declarou sobre o assunto que porque a Arte desmascara e eles são adeptos da enganação.
Então devemos entender que esses falsos pensadores nada mais são que reprodutores das ideias de alguns que por uma ideologia ou outra querem nos oprimir.
Falei e disse.
Sou Elisabeth Lorena Alves . E estou revoltada
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