quinta-feira, março 25, 2021

Literatura Angolana e Música - Meu amor da rua 11

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E hoje vamos de Poesia...
Vi tempos atrás a Escrita de Aires de Almeida Santos, poeta angolano no sítio que nunca deixo de visitar, o Escrita Org.  E um dos poemas que mais me encantou foi "Meu amor da rua 11". Lindo e terno, insinuante, de uma sensualidade generosamente inocente no pós amor que nos deixa aquela incerteza se é real ou um amor apenas lírico. Não era apenas obra do eu lírico do escritor angolano, porque hoje descobri que na verdade é parte da história do também escritor angolano
Tomás Gavino Coelho.

Meu amigo de Facebook há certo tempo, Tomás Gavino é um escritor, teórico em Literatura Angolana, autor de diversos títulos sobre a Escrita feita por toda a Angola. Pois hoje ele escreve sobre ela em sua Página. Dona Esperança (1928/2017), ou dona Panchita para os íntimos, faria hoje 93 anos, mas nos deixou em em 2017, no dia em que faria 89 anos. 



Dona Esperança se tornou tão importante como musa do poeta Aires de Almeida Santos que em 2013 o jornalista e escritor entrevistou-a para seu programa e posteriormente a tornou sua personagem no livro " Um ano de Vivências ". A quem interessar possa, o escritor Salambende Mucari disponibiliza o audio-livro com a entrevista com a eterna moradora da Rua Onze. 

Aqui vão algumas fotos, além do Poema. Espero que gostem, como eu gostei.
Abraços e até...





Meu amor da Rua Onze

(Aires de Almeida Santos)


Tantas juras nos trocamos,
Tantas promessas fizemos,
Tantos beijos roubamos,
Tantos abraços nos demos.

Meu amor da Rua Onze,
Meu amor da Rua Onze,
Já não quero
Mais mentir.

Meu amor da Rua Onze,
Meu amor da Rua Onze,
Já não quero
Mais fingir.

Era tão grande e tão belo
Nosso romance de amor
Que ainda sinto o calor
Das juras que nos trocamos.

Era tão bela, tão doce
Nossa maneira de amar
Que ainda pairam no ar
As promessas que fizemos.

Nossa maneira de amar
era tão doida, tão louca
Qu'inda me queimam a boca
Os beijos que nos roubamos.

Tanta loucura e doidice
Tinha o nosso amor desfeito
Que ainda sinto no peito
Os abraços que nos demos.

E agora
Tudo acabou.
Terminou
Nosso romance.

Quando te vejo passar
Com o teu andar
Senhoril,
Sinto nascer

E crescer
Uma saudade infinita
Do teu corpo gentil
De escultura
Cor de bronze,
Meu amor da Rua Onze.




Serviços:


No Youtube Página Toty Sa'Med, no Facebook tem o cantor 

Entrevista com o autor Aires de Almeida Santos aqui.

Sobre o Autor:
Autor: Aires Almeida Santos
Nome Completo:Aires Almeida Santos
Género Literário: Poeta
Nascimento:13 de abril de 1922, Chinguar, Bié, Angola
Falecimento:03 de setembro de 1991, Benguela Angola


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