Folhei-me, olhe-me com carinho, ou como o desejo te permitir. Sou teu livro, abra-me com cuidado, para que eu possa durar sempre mais. Este não é um blog qualquer, são as páginas de minha vida. Descubra-me aos poucos... Leia-me!
terça-feira, abril 02, 2019
Autismo - Precisamos falar sobre isso
Hoje é dia da Conscientização sobre o Autismo.
Essas datas ferem minha sensibilidade - sim, ainda tenho alguma. E fere-me porque acredito que o fato de sermos humanos e querermos a todo custo fazer outros acreditarem em nossa racionalidade, deveria, por si só, ser elemento suficiente para aceitarmos o outro. Assim, falar sobre o Autismo, para conscientizar e sensibilizar, não deveria ser necessário. Entretanto, é necessário e obrigatório, porque há muitos que não respeita o próximo e vê as diferenças do outro como um incômodo social
E eu sei que um autista gera desconforto. Agora, o incômodo é apenas para quem não conhece ou não tem paciência. Então, ainda precisamos falar no assunto. Ainda precisamos conscientizar.
E nessa data resolvi dar meu depoimento sobre o Autismo.
Conheci o Autismo e outras "diferenças" em salas de aulas biblicas e fui pesquisar, conhecer e entender o convívio.
Quando comecei entender um pouco, encontrei barreiras entre quem deveria pensar no "cuidar": Família. Sim, meu problema era que muitas vezes os próprios pais não tinham ainda procurado ajuda. E não se interessavam. Alguém dizia que era deficiência mental, rotulavam de loucos e pronto, remédios fortes paea dormir - mesmo se a criança não apresentasse problemas de insônia. Remédios para limitar comportamento. E por aí vai. Entretanto, teve experiências que mudaram tudo para mim e hoje tenho agradáveis lembranças de crianças autistas que conviveram comigo e me amaram muito.
Dois exemplos de vivência mais agressivos, foram o Nenezão, que não conseguia nem mesmo andar e o Emerson, que andava, mas, apesar de ter a capacidade de fala, só repetia comandos.
Ensinar leituras e orações para eles era impossível, entretanto, companheirismo, amizade e troca de carinho foram conquistas grandiosas para eles e para mim.
Do Reinaldo (Nenezão) afastei-me por mudança quando ele já tinha 18 anos, de todos os casos que acompanhei, foi o que mais me tocou, pois, fui sua professora muito nova, quem me passou o cuidado a ele, passou exatamente como cuidadora, eu que tentei ensinar. Cores, perfumes e texturas transformaram o universo dele. E me preparam para outras experiências.
Emerson não evolui no plano individual, porém, entendeu o contato com outros, aprendeu fazer amizades além de mim e, mesmo com o vocabulário muito pequeno, consegue manter conversações sociáveis.
Tudo depende de boa vontade. E lidar com o outro, seja ele considerado igual, também exige boa vontade.
Até a próxima...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja bem vindo sempre aqui.Aproveite que veio e visitou e faça uma blogueira feliz:Comente!
De acordo com a Justiça o autor do blog não está livre de uma eventual responsabilidade civil ou mesmo criminal por causa de comentários deixados por leitores. Portanto faremos o controle dos comentários aqui expostos.
A Constituição Federal garante a livre manifestação do pensamento, mas veda expressamente o anonimato (art.5º, IV), por isso comentários anônimos não serão mais permitidos!
Sem contar que comentários que difamem o autor, o Blog ou o personagem descrito na matéria serão proíbidos!