Assim sendo, aí vai a postagem de Ataíde Lemos e depois, meu comentário.
Qual a melhor maneira de tratar um dependente químico
O que ajuda a pessoa que se encontra dependente a vencer a doença não é o nível intelectual do profissional que o assiste; não é a beleza ou o conforto de uma entidade clinica ou Comunidade Terapêutica; não é o passar de mão na cabeça de um recuperando ou dependente químico; não é hostilizando-o agressivamente com palavras de baixa auto estima, mas é um amor responsável; um amor coerente.
É olhar para uma pessoa que precisa de ajuda e ser seu amigo sem cobranças, sem questionamentos. É levá-lo a perceber que ele é um Ser amado e importante apesar de todo caminho percorrido. É não ficar apontando dedos e defeitos; é ser ouvido e aproveitar-se das deixas levando-o a reflexão.
É evidente que esperar da família tais atitudes é exigir demais, pois ela encontra-se tão doente quanto a aquele que esta fazendo uso de drogas. É pedir demais em determinado momento, é ela que sofre todas as conseqüências de um ente dependente.
Uma pessoa que se encontra com problemas de dependência está carente, esta com sua auto estima baixa; esta com seu organismo disfuncional; está precisando desabafar.
Uma pessoa que se encontra dependente nos dias de hoje devido a tantas informações tem uma real consciência de sua situação. Ela pode até querer passar uma outra imagem, no entanto, sabe que as coisas não estão bem para ela. O que ocorre é que estão doentes e não encontram pessoas para ajudá-los, só recebendo criticas, lições de moral, como se eles não soubessem que tudo que lhe falam é verdade, porém, isto não resolve, o que pode ajuda-los é encontrar pessoas que lhe aponte caminhos; que lhe mostre horizontes; que vê suas recaídas como algo profundamente natural e tente ajudar a levantá-lo.
Vivemos uma sociedade ainda cercada de mitos, que cobra, mas é inerte em apontar soluções. Que ainda não tem em profundidade o conhecimento sobre drogas porque ainda é extremamente ignorante no assunto, não por falta de informações, é ignorante por não se informar.
Cria-se enormes dificuldades e barreiras para aproximar de alguém que está com problemas com drogas. Exigindo isto, aquilo, olhando ele como se fosse um Ser extra terrestre e que somente determinadas pessoas são habilitadas para lidar com elas, como se o fosse um aparelho eletrônico, um automóvel que somente um especialista pode resolver seus problemas. Em dependência não é bem assim que funciona.
O que leva alguém a deixar as drogas é ser seu amigo; é não discrimina-lo; é ajudá-lo na sua integração social; é não excluí-lo como se dependência fosse algo contagioso; é ter certo conhecimento sobre o Ser Humano; é ter um mínimo de noção das características da dependência química; é ter a simplicidade das palavras. Enfim, é ter muito calor humano.
Vemos tantas pessoas que conseguem deixar a dependência química sem necessidade de internação, sem necessidade de ficarem horas e horas em divãs sendo analisados. Isto vem demonstrar que é na simplicidade, na amizade, na solidariedade, no compromisso com o Ser humano que se tem ajudado muitos vencerem seus males psíquicos e orgânicos.
Ataíde,
Realmente no tocante a investimentos válidos no combate ao uso de drogas e desenvolvimento de terapias para minimizar o sofrimento dos que são dependentes químicos quase nada foi feito nos últimos anos. Sua observação quanto a atuação do poder público neste seguimento e ivestimento de uma política de prevenção ao consumo de drogas é verdadeira. Entretanto pessoas como você e seus colaboradores estão cada vez mais exercendo um trabalho útil e válido para a sociedade. Infelizmente poucos concordam que a dependência química seja de fato uma enfermidade e que deve ser tratada. Nossos governantes dificilmente assumirão esta responsabilidade.Isto porque assumir isto, acarretará em responsabiliza-los em mais uma área da Saúde e eles não estão dispostos a investir. Para eles, quanto mais entidades do 3º setor assumir estas responsabilidades, melhor. Não estão preocupados com o uso indiscriminado da mídia e de outras fontes, que fazem alusão indireta e as vezes direta ao uso de entorpecentes.Espero que o fato de perceber que pouco foi feito sirva de incentivo para seu trabalho.Que Deus em sua sapiência e graça te dê forças para continuar este trabalho maravilhoso.É graças a entidades como a sua que pessoas como eu, sem família e com pouca estrutura emocional, não abraçaram este caminho sem volta.Em meu caso, soube dos perigos do vício por uma entidade religiosa, dias antes de meus amigos me oferecerem "um baseado".Tive que fazer uma escolha.Escolhi certo, fiquei limpa.Isto por causa da atuação de pessoas como você e seus companheiros, que sabem qual a importância de seu trabalho e investem tempo e dinheiro, enfrentando todas as dificuldades que se apresentam
Parabéns pelo trabalho e pelos 10 anos.
São pessoas como você deveriam receber títulos e chave da cidade, não imbecis celebridades, que com seu comportamento infame incentivam muitas das vezes o consumo de álcool e outros agentes químicos.
Sua percepção quanto a vunerabilidade criada pela Lei quanto ao trabalho Ifanto/Juvenil é bárbara e tocante. De fato a Sociedade não tem percebido que nossos jovens, por falta de ocuparem seu tempo, andam cada dia mais próximos de novas descobertas, que em nada edificam.
Parabéns.
Elis
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Talvez você não tenha perdido amigos.
ResponderExcluirNa postagem anterior, merecida homenagem a Miriam Makeba.
Sou dependente quimica e to sofrendo muito..eu concordo com as coisas que escreveu..
ResponderExcluirOla desculpe ir entrando assim sem bater, mas estou apavorado sem penso sem lenço e sem documentos meu mundo mudou e acredite não gosto de como esta, e na real este não é meu mundo e nem combina comigo preciso de ajuda, e não sei o que fazer, se internar é a solução, para cura ou controle da dependência química... Eu quero, mas é tudo tão caro tão cheio de burocracia, tem muitas que não me expiram confiança estou sozinho e sem forças e sem animo, podes me ajudar??? marcio_reiser@hotmail.com
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