quinta-feira, julho 09, 2020

ɐıɔɐɹɔoɹnq, Eduardo Galeano

Minha dica de leitura hoje pelo Facebook foi um texto de Eduardo Galeano que circula em quase todos os textos sobre Ensino de Jovens e Adultos para pontuar em cada um desses artigos uma ideia diferente. Em tempo, não é uma crítica, é uma informação.
Eu, como esses autores, também gostei do texto e até vou ler o livro todo, mas entre inseri-lo no TCC de minha cliente e postar no Facebook, escolhi a segunda opção. No Artigo o texto destoaria da intenção que estou detalhando, já a rede social e parede de banheiro, salvo as devidas proporções, servem para o registro.
Porém, quis deixar registrado aqui, que é minha escrivaninha - quase sempre empoeirada pelo abandono. E sei que alguém aqui vem ler e degustar essas pequenas porções de respiro no mar de lama que a internet tem se tornado nos últimos tempos...
Aí vai, Burocracia. De ponta cabeça, efeito que achei aqui.



ɐıɔɐɹɔoɹnq,
de Eduardo Galeano

Sixto Martinez fez o serviço militar num quartel de Sevilha.

No meio do pátio desse quartel havia um banquinho. Junto ao banquinho, um soldado montava guarda. Ninguém sabia por que se montava guarda para o banquinho. A guarda era feita porque sim, noite e dia, todas as noites, todos os dias, e de geração em geração os oficiais transmitiam a ordem e os soldados obedeciam. Ninguém nunca questionou, ninguém nunca perguntou.

E assim continuou sendo feito até que alguém, não sei qual general ou coronel, quis conhecer a ordem original. Foi preciso revirar os arquivos a fundo. E depois de muito cavoucar, soube-se. Fazia trinta e um anos, dois meses e quatro dias que um oficial tinha mandado montar guarda junto ao banquinho, que fora recém pintado, para que ninguém sentasse na tinta fresca.
Fonte: "O Livro dos Abraços"

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