terça-feira, maio 05, 2009

Um desabafo - INSS cobra 26 mil de Empresário que paga estudo dos funcionários - É uma vergonha!

Veja que vergonhoso depoimento de um empresário brasileiro, que investe em Educação de seus pr´prios funcionários.Isto por que como todos sabem Educação é Direito do Cidadão e DEVER do Estado.
Minha revolta é gritante por que sei que uma pessoa que deveria ser premiada por fazer algo QUE NÃO É RESPONSABILIDADE SUA.Não vou me estender, leiam abaixo

Elisabeth Alves


E assim o Brasil vai perdendo o bonde da história!
São Leopoldo tem um dos menores índices de analfabetismo e de
mendicância do país, talvez por causa de homens como este!

EMPRESÁRIO DE SÃO LEOPOLDO

Silvino Geremia é empresário em São Leopoldo , Estado do Rio Grande do Sul.

Eis o seu desabafo:

"Acabo de descobrir mais um desses absurdos que só servem para atrasar
a vida das pessoas que tocam e fazem este país: investir em educação é
contra a lei .

Vocês não acreditam?

Minha empresa, a Geremia, tem 25 anos e fabrica equipamentos para
extração de petróleo, um ramo que exige tecnologia de ponta e muita
pesquisa.

Disputamos cada pedacinho do mercado com países fortes, como os
Estados Unidos e o Canadá.

Só dá para ser competitivo se eu tiver pessoas qualificadas trabalhando comigo.

Com essa preocupação criei, em 1988, um programa que custeia a
educação em todos os níveis para qualquer funcionário, seja ele um
varredor ou um técnico.

Este ano, um fiscal do INSS visitou a empresa e entendeu que educação
é salário indireto.

Exigiu o recolhimento da contribuição social sobre os valores que
pagamos aos estabelecimentos de ensino freqüentados por nossos
funcionários, acrescidos de juros de mora e multa pelo não
recolhimento ao INSS.

Tenho que pagar 26 mil reais à Previdência por promover a educação dos
meus funcionários?

Eu acho que não.

Por isso recorri à Justiça.

Não é pelo valor, é porque acho essa tributação um atentado.

Estou revoltado.

Vou continuar não recolhendo um centavo ao INSS, mesmo que eu seja
multado 1000 vezes.

O Estado brasileiro está falido.

Mais da metade das crianças que iniciam a 1ª série não conclui o ciclo básico.

A Constituição diz que educação é direito do cidadão e dever do Estado.

E quem é o Estado?

Somos todos nós.

Se a União não tem recursos e eu tenho, acho que devo pagar a escola
dos meus funcionários.

Tudo bem, não estou cobrando nada do Estado.

Mas também não aceito que o Estado me penalize por fazer o que ele não
faz. Se a moda pega, empresas que proporcionam cada vez mais
benefícios vão recuar.

Não temos mais tempo a perder.

As leis retrógradas, ultrapassadas e em total descompasso com a
realidade devem ser revogadas.

A legislação e a mentalidade dos nossos homens públicos devem
adequar-se aos novos tempos.

Por favor, deixem quem está fazendo alguma coisa trabalhar em paz.

Vão cobrar de quem desvia dinheiro, de quem sonega impostos, de quem
rouba a Previdência, de quem contrata mão-de-obra fria, sem registro
algum.

Sou filho de família pobre, de pequenos agricultores, e não tive muito estudo.

Completei o 1º grau aos 22 anos e, com dinheiro ganho no meu primeiro
emprego, numa indústria de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, paguei
uma escola técnica de eletromecânica.

Cheguei a fazer vestibular e entrar na faculdade, mas nunca terminei o
curso de Engenharia Mecânica por falta de tempo.

Eu precisava fazer minha empresa crescer.

Até hoje me emociono quando vejo alguém se formar.

Quis fazer com meus empregados o que gostaria que tivessem feito comigo.

A cada ano cresce o valor que invisto em educação porque muitos
funcionários já estão chegando à Universidade.

O fiscal do INSS acredita que estou sujeito a ações judiciais.

Segundo ele, algum empregado que não receba os valores para educação
poderá reclamar uma equiparação salarial com o colega que recebe.

Nunca, desde que existe o programa, um funcionário meu entrou na
Justiça. Todos sabem que estudar é uma opção daqueles que têm vontade
de crescer...

E quem tem esse sonho pode realizá-lo porque a empresa oferece essa
oportunidade.

O empregado pode estudar o que quiser, mesmo que seja Filosofia, que
não teria qualquer aproveitamento prático na Geremia.

No mínimo, ele trabalhará mais feliz.

Meu sonho de consumo sempre foi uma Mercedes-Benz.

Adiei sua realização várias vezes porque, como cidadão consciente do
meu dever social, quis usar meu dinheiro para fazer alguma coisa pelos
meus 280 empregados.

Com os valores que gastei no ano passado na educação deles, eu poderia
ter comprado duas Mercedes.

Teria mandado dinheiro para fora do país e não estaria me incomodando
com leis absurdas .

Mas não consigo fazer isso.

Sou um teimoso.

No momento em que o modelo de Estado que faz tudo está sendo
questionado, cabe uma outra pergunta.

Quem vai fazer no seu lugar?

Até agora, tem sido a iniciativa privada.

Não conheço, felizmente, muitas empresas que tenham recebido o
tratamento que a Geremia recebeu da Previdência por fazer o que é
dever do Estado.

As que foram punidas preferiram se calar e, simplesmente, abandonar
seus programas educacionais.

Com esse alerta temo desestimular os que ainda não pagam os estudos de
seus funcionários.

Não é o meu objetivo.

Eu, pelo menos, continuarei ousando ser empresário, a despeito de
eventuais crises, e não vou parar de investir no meu patrimônio mais
precioso: as pessoas.

Eu sou mesmo teimoso."


Silvino Geremia
Diretor Presidente



http://portalexame.abril.com.br/degustacao/secure/degustacao.do?COD_SITE=35&COD_RECURSO=211&URL_RETORNO=http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0656/m0046155.html








FONTE: http://rvc.ideiah.com.br/?p=52

Um comentário:

  1. Anônimo12:08 AM

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