A primeira atividade que desenvolvi numa ONG foi a Alfabetização de Adultos.Lembro - me com carinho do senhor Melo, um de meus primeiros alunos a enfrenatar a Universidade - ele terminou Direito no ano em que terminei o Ensino Médio. Foi muito maravilhoso nosso reencontro. Uma satisfação que não consigo comparar a nada.
No entanto, hoje, ao abrir meu e-mail, dou de cara com a seguinte reportagem:
No ritmo atual, levará décadas para ser erradicado
Analfabetismo no Brasil
BRASÍLIA - Se o ritmo de redução da população analfabeta permanecer o mesmo
dos últimos anos, o Brasil ainda levará algumas décadas para se livrar de um
problema que hoje atinge um em cada dez brasileiros: o analfabetismo. Em
2000, na Conferência Mundial de Educação, em Dacar (Senegal), o Brasil
assinou junto com 128 países um pacto para melhorar a qualidade do ensino.
Entre as metas estabelecidas, está reduzir pela metade a taxa de
analfabetismo no país até 2015, chegando ao percentual de 6,7%.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que 14 milhões de
analfabetos vivem hoje no país. O contingente representa 10% da população
com mais de 15 anos. Se em 15 anos o percentual de pessoas que não sabem ler
e escrever caiu de 32%, em 1992, para 10%, em 2007, nos últimos anos o ritmo
de queda está praticamente estagnado. De 2005 para 2006, a redução foi de
0,7% e de 2006 para 2007, de 0,4%.
Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco), responsável por monitorar o compromisso Educação para Todos,
firmado durante a Conferência Mundial de Educação, vai ser muito difícil o
Brasil atingir a meta esperada para 2015. - Isso exigiria um esforço muito
maior do que o que está sendo feito. A gente espera que o Brasil consiga
atingir a meta, mas acho que isso ainda vai permanecer no reino dos desafios
- diz o especialista em educação de jovens e adultos da Unesco, Timothy
Ireland.
A principal estratégia do Ministério da Educação (MEC) para reduzir o
problema é o programa Brasil Alfabetizado, que dá apoio técnico e financeiro
para que municípios e estados criem turmas de jovens e adultos. A meta é
atender 2,2 milhões de pessoas em 2009.
- O programa é muito complexo de implementar, não é simples. Isso porque
você precisa mobilizar o analfabeto, criar condições de formar o
alfabetizador. É um público difícil e as razões para isso estão na história
que ele traz. Em geral, o analfabeto tem muito pouca confiança na sua
capacidade de aprender - afirma o secretário de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro.
Na opinião de especialistas, o analfabetismo também potencializa e
multiplica situações de exclusão, além de submeter as pessoas a
constrangimentos e a situações de preconceito.
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