Manoel Carlos...Mas Fernando Pessoa ...

Manoel Carlos
Amei mesmo seu comentário e seu espaço.Que mundo interessante!E é ótimo saber que alguém percebeu me Fernando Pessoa. Que maravilha!
Desculpe a tietagem.Mas é que neste meu espaço, as pessoas fazem todo tipo de comentário, mas geralmente reclamando que parou de acompanhar.
Agora elogiar uma postagem para fazer nascer em mim um desejo enorme de retribuir, é bem difícil.Agora que você não faz parte apenas de meus favoritos, fico até mais "felizinha" para postar algo mais que gosto. Afinal existe alguém que uma hora ou outra vai passar aqui e 'sorver" Fernando Pessoa comigo. Para mim, Pessoa é tudo de bom. Obrigada mesmo! E por isto mando mais dois momentos do impagável Fernando aí.Para você e para quem tem tamanho bom gosto.Valeu!


Alberto Caeiro
Passei Toda a Noite
( Isto porque ainda não existia ainda a net e uns blogs bem legais para você visitar Alberto.Sorte nossa!)

Esta tarde vi llover - Charlie Haden
Clique aqui para ouvir a música

Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distração animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.

E mais outro...

Não sei quantas almas tenho
Fernando Pessoa
( Poderia ter sido eu...?)

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

PS - Este aí, podem ler no meu velório...É a minha cara. (Ei quem tem cara é cavalo? )
E tomo aqui a liberdade de colocar seu endereço, para que meus leitores apareçam por lá e sinta você como senti.http://www.agrestino.blogger.com.br/
Pessoal! As fotos dele são divinas.e as do macaquinhos? Tudo de bom.