Eu vendo em um grupo de educadores uma discussão sobre determinado programa de Televisão em que um casal se comunica por Libras , porém há voz para seus diálogos. As pessoas, videntes e que não pertencem à comunidade surda, apesar de utilizar LIBRAS para o ensino, questionam a invalidade da intenção de inclusão, sem perceber que estão na verdade excluindo o telespectador que usa a Televisão como única fonte de acesso cultural, mas não é vidente.
Quando a programação dá acesso à linguagem de sinais através da narração, está incluindo uma parcela da audiência que não tem a visão como acesso ao mundo. Uma vez que para o não vidente a voz é essencial para a aquisição da comunicação verbal, extinguir a voz do texto não verbal (LIBRAS) o exclui. Simples assim.
Infelizmente em nome da inclusão de parte muitas vezes se esquece as outras minorias. Assim, mesmo que a pessoa não seja dessa ou daquela comunidade inclusiva, olhar de forma ampla para como a inclusão de um grupo está sendo feita, ajuda a ampliar a comunicação. Se nos atermos apenas a um grupo, sem prestar atenção aos demais, estaremos trabalhando contra o crescimento das diversas possibilidades comunicativas e estaremos invalidando todo um conjunto de necessidades que deixamos de pensar quando nos atemos apenas a um grupo.
A inclusão só é possível quando todos os grupos são alcançados durante a transmissão da linguagem.
Quanto ao programa, desconheço e não me interessa conhecer. Entretanto, toda e qualquer programação que dá voz ao não ouvinte através da LIBRAS, deve sim levar em consideração as necessidades dos não videntes. O Vidente e ouvinte está incluído de forma automática na linguagem imagética e verbal, os demais grupos não.
Resumindo, sobre tal discussão, o que vejo, partindo da premissa que de fato há uma voz reproduzindo o diálogo, que meus colegas professores acreditam em uma inclusão limitada pois desconsideram outros públicos PCD. Os cegos até conseguem no ambiente real usar Libras + tato. Já no âmbito
televisivo não lhe é possível acompanhar o programa sem a voz.
O que eu tenho a declarar? Eita povinho sem noção!
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Migalhas sobre Tecnologias Assistivas e Libras-Tato
Na Universidade do Amazonas, o professor Ricardo Pereira, cego desde os 15 anos, dava aula de Libras para Cegos.
Na verdade, sua posição junto ao Psicotec, grupo de Pesquisa para as diversas tecnologia de aprendizado, na época dirigido pela professora e Dra. Cláudia Guerra, era preparar professores e funcionários dos serviços público de Água e Luz para lidar com pessoas com deficiências específicas da Audição e Visão. Ele e a professora visitante Léia Pereira, desenvolveram o método de Libras utilizando o tato.
Em suas apresentações públicas o professor constantemente expressa-se em Libras. Então, para as pessoas não videntes a audição da Linguagem que está sendo representada através de sinais é de suma importância.
Incorporar LIBRAS e Braile ao Ensino da Língua Materna é uma necessidade urgente.
Sobre ideias de inclusão, você sabia que o Sistema DOSVOX é um programa genuinamente brasileiro e ele existe desde 1993? Sim. A internet ainda era um sonho por aqui, mas os pesquisadores brasileiros já estavam investindo em tecnologia. Sim, o Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE/UFRJ), desde os anos 90 está trabalhando com tecnologia assistiva.
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